Fanfics Brasil - Capítulo 01- Início - O GRANDE DIA Desconhecido

Fanfic: Desconhecido


Capítulo: Capítulo 01- Início - O GRANDE DIA

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Nas linhas
abaixo o diário de Félix Monteiro, que faço questão de mostrar ao mundo.


O GRANDE DIA


     Nem sei por onde começar. Definitivamente,
não foi um ano fácil.


     E sinto que nada disso aconteceria se eu não
tivesse lido aquele primeiro bilhete que parecia inocente na chuva. E que me dá
um enorme sentimento de culpa agora. E enquanto cai a chuva, deito no chão na
rua de sua casa, para lembrar dos velhos tempos, mas você não vai voltar, você
não pode voltar.


     Você deve estar se perguntando quem eu sou.


     Meu nome é Félix Monteiro, nasci no estado de São Paulo, mas hoje moro
numa pequena cidade localizada no sul de Mato Grosso do Sul. E quando digo pequena
não estou exagerando nenhum pouco.


     É bom morar aqui! O sol te convida, mas às vezes te faz querer sair. Bom
é no inverno, quando o céu fica cinza e demonstra quase que perfeitamente tudo
o que eu sinto.


     Eu tinha apenas 15 anos e já estava no 3° ano do Ensino Médio. Era um
dia de verão, dezembro de 2008. O tão aguardado dia, minha Formatura!


     Na minha sala de aula tinha gente de todos os tipos e nossas diferenças
brincavam de felicidade. É claro que sempre tem aqueles que são mais próximos.
No meu caso, não desgrudava de Juliane, Paula e Haryélle. Formávamos o grupo
“Os quatro mosqueteiros”. Sentávamos juntos todas as aulas e conversávamos
muito. Amizade para uma vida toda.


     Juliane eu já conhecia à 4 anos, da escola mesmo. Até fui uma vez na
casa dela, quando tínhamos que apresentar uma dança no colégio. Ensaiei lá. A casa
dela ficava numa cidade do Paraguai.


     Paula, eu conhecia desde o primeiro ano do Ensino médio. O que nos
aproximou foi uma amiga nossa, a Joana. Na aula de Biologia, a Joana colocava o
som de um macaco no seu celular. Eu e a Paula nos desmanchavamos de rir.


     Eu não tinha amigos homens, isso era muito... complicado. Aliás, essa
palavra explica muita coisa em minha vida.


     O dia da formatura: 20 de dezembro de 2008, sábado. O grande dia.


     Acordei ouvindo Pet Shop Boys como sempre, e cantando mesmo que
desafinado!


     (Don`t have to be) A big bucks Hollywood star
     (Don`t have to drive) A super car to
get far
     (Don`t have to live) A life of power
and wealth
     (Don`t have to be) Beautiful but it
helps
     (Don`t have to buy) A house in
Beverly Hills
     (Don`t have to have) Your daddy
paying the bills
     (Don`t have to live) A life of power
and wealth
     (Don`t have to be) Beautiful but it
helps


     Gostava mais ainda da tradução:


    (não tem que ser) uma grande estrela de
Hollywood


    (não tem que dirigir) um super carro pra ir
rápido


   (não tem que viver) uma vida
de poder e riqueza


    (não
tem que ser) bonito, mas isso ajuda


    (não
tem que comprar) uma casa em bevery hills


    (não
tem que ter) seu pai pagando as contas


    (não tem que viver) uma vida de poder e
riqueza


    (não tem que ser) bonito, mas isso ajuda


                                       (Love Etc.- Pet Shop Boys)


     Minhas amigas apareceram um pouco depois de eu
tomar um copo de leite e limpar a minha pele com algodão. Elas vieram me
mostrar seus vestidos, que por sinal eram MA- RA- VI- LHO- SOS! O vestido da
Paula era o melhor. Sua pele quase negra deixava perfeito qualquer vestido que
ela pusesse. O vestido da Haryélle misturava inocência e sedução naquele tom de
rosa quase que infantil. O vestido da Julis era de um azul todo especial que a
deixava parecida com uma princesa. Pena nossa vida não ser um conto de fadas!


     Depois do almoço: cabeleireiro, manicure,
maquiagem.


     Na verdade, eu só corria atrás disso para
tentar ficar um pouco feliz. Esse sentimento era quase que desconhecido para
mim. Moda era o que me fazia revivê-lo algumas vezes.


     Você já deve estar pensando: “Um menino
que fala de vestidos e gosta de moda só pode ser gay”. Isso é puro preconceito.
Uma mulher que acha outra bonita tem que ser necessariamente homossexual?


     Gosto mesmo de Moda. Ou melhor, amo! Era
meu esconderijo na época. Uma forma de ficar feliz.


     A felicidade é difícil de entender. Eu só
queria saber por que todos podiam ser e eu sempre que tentava era impedido.
Você não deve estar entendendo nada! Mas isso nem é importante agora. Vamos
voltar ao dia da formatura.


     Todos prontos, eu de terno e gravata
ganhava um ar de homem sério. Se é que minha gravata rosa poderia me deixar um
“Homem Sério”!


     Todos os mosqueteiros estavam arrasando!


   


Eu procurava
minha mãe, mas não a encontrava em lugar algum. E nem havia tanto espaço para
realizar tal ação. O Centro Conviver da Melhor Idade, era pequeno embora
tivesse espaço para todos que foram convidados. Ele se localizava no centro da
cidade, e festas mais familiares ocorriam ali de tempos em tempos. Meu celular
tocou de repente.


     _ Mãe? Perguntei.


     _ Você pensou que eu nunca fosse ler isso
Félix? Você achou que eu seria idiota e nunca descobriria? Ela me perguntou
nervosa e aos gritos.


     _ Do que você está falando mãe? Perguntei
preocupado.


     _ Esse diário que estava escondido em
baixo de sua cama! Respondeu ela mais nervosa do que antes. Naquele momento
pude entender o motivo daquele escândalo e rezei para que ela não tivesse lido
ele inteiro. Isso só podia estar acontecendo comigo! E bem no dia mais
importante dessa fase da minha vida.


_ Calma mãe,
eu já estou indo! Tive que sair às pressas.


    Cheguei em casa. As luzes estavam apagadas,
nenhuma lâmpada acesa. Talvez o brilho e a paz que a luz trazia não merecesse
ver a cena que estava para acontecer. A cena que eu luto mais para esquecer do
que para entender.


     Certamente, minha mãe leu meu diário. E
pelo modo como reagiu não gostou muito do que leu.


     Esse diário é onde eu descarrego as minhas
forças, pois não posso fazer isso nem com as minhas melhores amigas. E só Deus
sabe o quanto isso dói. O quanto isso me machuca.


 


     Quando acendi a luz da sala a primeira
coisa que vi foi um rapaz de aproximadamente 19 anos. Ele era bem forte e tinha
uma pinta no canto do nariz. Minha mãe logo atrás me segurou com toda a sua
força com a ajuda de seu ajudante. Juntos me levaram para o meu quarto. Eu
tentava lutar contra, mas a minha mãe me colocou um capuz na cabeça.


     Quando acordei estava no meu quarto
amarrado em minha cama.


_ Por que você
nunca me disse nada? Perguntou minha mãe curiosa.


_ Se tivesse
falado, já saberia sua reação não é? Ironizei a situação.


_ Sempre desse
jeito não é Seu Félix? Acha que a vida gira em torno de você, que é tudo muito
bonitinho, que é tudo um conto de fadas. Ela tentou me definir.


_ Se fosse um
conto de fadas você não seria a princesa. Eu tentei deixar ela mais zangada.


_ Idiota.
Idiota! -Ela gritou- Cale essa sua boca nojenta. Aposto que já deve conhecer o
pinto de todos os homens dessa cidade.


_ Você não me
conhece mesmo. Não me conhece mesmo! Não duvido nada que seja você a
prostituta. Onde você consegue o dinheiro que nos sustenta, se nem ao mesmo
trabalha. Meu pai está morto. Você se prostitui? Perguntei sem nenhum medo.


_ Cala a boca!
Dessa vez ela me deu um tapa na cara. Sabe o que você está merecendo Félix
Monteiro? Sabe o que você está merecendo sua bicha inútil! Boiola! Minha mãe
dizendo isso foi mais doloroso que todos os meninos da escola dizendo isso
juntos.


     E começa uma noite de sucessivos tapas,
chutes e soco. Ela e aquele garoto que ela trouxe. Dois monstros, ali na minha
frente. Foi horrível e foi nojento.


     Com certeza ela pagou aquele... monstro.
Pagou para que ele me batesse. Agora eu tinha certeza de que ela não gostou do
que leu.


     


     A
surra que aqueles dois me deram foi tão forte que me fez desmaiar. E quando
acordei estava num lugar que eu não conhecia embora fosse a cara de Sete
Quedas. Frio! Eu não conseguia me mexer depois daquela surra. Minha mãe sempre
me amou. Até onde uma pessoa podia chegar?


     Meu celular ainda estava no meu bolso.


     Peguei ele para ligar para uma das
meninas. Por ordem alfabética Haryélle foi o primeiro que encontrei.


     _ Alô. Disse ela, sua voz parecia
preocupada.


     _ Haryélle, eu...


     _ Estamos todas preocupadas com você (ela
me interrompeu). Falta apenas meia hora para começar, e você não está aqui. Sua
mãe está chorando e...


     _ Minha mãe está aí?


     _ Claro!


     Desliguei o celular. Eu precisava reagir.
Tá certo que ela poderia ficar com raiva de mim, mas já me bateu. Chorar
dissimuladamente já seria ultrapassar todos os limites. Eu já sabia o que
deveria fazer.


     Com
muito esforço me levantei.


    


     Meia
hora se passou. Depois disso mais 15 minutos.


     A entrega dos diplomas.


     A professora de Química chamou meu nome.


     Ninguém apareceu.


     Ela chamou de novo.


     Eu entrei, todos se viraram para me ver.
Meu Santo Corretivo acabou com as marcas roxas do rosto. Eu estava com um colar
de diamantes. Acho que esse foi o motivo do espanto. Havia mais um detalhe. Meus
sapatos eram rosa! Silêncio total.


     Atravessei com uma plateia inteira me
olhando.


     Graciosamente. Só faltava uma música de
The Bravery. Fearless.


     Fui muito corajoso!


     Senti-me a própria Giselle na passarela.


     As meninas ficaram felizes por eu ter
chegado a tempo.


    


     O Baile. Eu queria muito estar no baile de
formatura, mas minha mãe me chamou para fora.    


     Ela estava nervosa, eu podia sentir. Mas
essa foi a intenção!


 


     Mais uma vez aconteceu. Depois de minha
mãe me chamar para fora não me lembro de mais nada que aconteceu naquela noite
de dezembro. Apenas fiquei surpreso ao acordar no mesmo lugar que antes. Peguei
o celular para ver a hora. Uma hora e trinta e dois minutos da manhã.


 Minha mãe estava caída do meu lado. Tentei ver
se ela estava respirando, tentei achar qualquer sinal de vida, mas foi inútil.
Ela estava morta. Um tiro no peito. Um único tiro.


     A arma no chão ao meu lado.


     O que aconteceu? Eu a matei? Como não
consigo me lembrar de nada? Eu seria capaz?


     Meu celular vibrou no meu bolso. Uma
mensagem de texto. O número era desconhecido, e a mensagem. A mensagem me
acalmou.


“ Você não
está sozinho.”


 


Comentem se gostarem!!!


 


 


 


 


 


 



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Autor(a): leodioliveira

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:48

    eu lembro dessa web e gostava
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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:47

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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:46

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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:44

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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:43

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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:42

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  • pedrojunior Postado em 17/12/2010 - 16:49:42

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