Fanfics Brasil - Capítulo IV Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy

Fanfic: Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy


Capítulo: Capítulo IV

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Christopher escolhera o local muito bem, Dulce teve de admitir, embora relutante. O resort seria erguido numa área costeira de mais ou menos dezoito hectares, cercado por praias belíssimas de um lado e uma floresta de um verde magnífico do outro.
As areias brancas da praia dividiam-se em dois braços longos, abrangendo o mar numa baía larga, própria para embarcações pequenas. A linha fina de recifes de coral na extremidade mantinha as águas límpidas e cristalinas.
O mar, aliás, era tão claro que era possível vislumbrar ao longe manchas coloridas, eram provocadas pelos cardumes dos famosos peixes ornamentais de Sapphan.
Os prédios seriam cercados por árvores altas, quedas d`água e colinas rochosas, Christopher assegurou. No escritório improvisado do administrador, ele mostrou uma maquete detalhada de como seria a aparência final do empreendimento.
Os materiais utilizados na construção seriam os mais tradicionais, e a decoração, marcada pelo toque das legendárias tapeçarias sapphanesas, uma herança da imigração persa que o reino recebera quatro séculos antes.
O resort, no total, compreenderia cinco edifícios e uma área enorme, onde seriam construídas doze villas particulares, nas quais os hóspedes mais abastados poderiam dispor de maior privacidade.
Dulce notou que Christopher descreveu a suíte nupcial de uma das villas com especial cuidado.
- Em cada suíte teremos uma cama de madeira com dossel, que será esculpida por artesãos locais. Ao lado do quarto haverá um spa privativo e uma piscina com queda cachoeira, onde os noivos poderão relaxar. Mesas de frutas tropicais serão servidas várias vezes nesses aposentos, e as pessoas terão até mesmo um iate à disposição para levá-los até a ilha particular do resort. Isso se os recém-casados quiserem passar uma noite inteira a sós, claro...
Um toque de malícia marcou as últimas palavras dele, que logo em seguida voltou a assumir uma pose fria e impessoal.


- Vejo que gostou da descrição, Annie. Talvez consiga convencer Poncho a reservar uma dessas suítes para que possam voltar a se entender...
- Você já terminou sua demonstração - Dulce cortou-o impetuosa. - Agora é minha vez de mostrar o lugar.
No íntimo, porém, ela sentiu um grande prazer ao imaginar-se sozinha naquela ilha com Christopher. Depois de experimentar a delícia estonteante daquele beijo, sua imaginação não parou mais de atormentá-la com pensamentos tórridos e sensuais.
A idéia, por outro lado, a apavorava. Não podia esquecer que, apesar de tratar-se de um amigo leal e honesto de Poncho, Christopher ainda era seu inimigo. Nada do que ele lhe mostrara até o momento alterara sua opinião sobre a inconveniência do resort.
Estava tão perdida em devaneios que mal percebeu a aproximação de um homem, que viera ao escritório consultar uma planta. Ele congelou assim que viu Dulce, juntando as palmas das mãos diante do peito numa saudação formal.
- Vossa Alteza Real, perdoe-me a intrusão. Não pude reconhecê-la de longe. - Para sua sorte, o funcionário se dirigira a ela em sapphanês, e Dulce retribuiu ao cumprimento na mesma língua, apressando-se para não provocar nenhuma suspeita em Christopher ao comentar.
- Volte para seu trabalho e finja que não me conhece, bom homem. Estou aqui numa missão oficial.
A expressão de Christopher, porém, era de curiosidade.
- Sua presença pareceu causar uma enorme impressão naquele rapaz.
- Sou patronesse de várias instituições de caridade, e por isso, muito conhecida nesta província.
Dulce não sabia ao certo se a explicação fora bem aceita ou não, mas Christopher não tocou mais no assunto até concluir seus negócios com o administrador.
No entanto, o problema piorou minutos depois, quando os dois se dirigiram para o vilarejo próximo. Dulce só não entrou em pânico porque os habitantes não falavam inglês, e, por isso, se dirigiam a ela apenas na língua nativa.


O local compreendia um agrupamento de construções de bambu, algumas delas com mais de duzentos anos. Atrás das habitações erguia-se uma floresta de árvores frutíferas. Altas palmeiras cercavam tudo, como se fossem uma muralha natural contra o vento do mar.
Várias fachadas eram decoradas com pérolas, a maior parte delas restos defeituosos da colheita realizada com fins comerciais. Mesmo assim, o efeito geral era deslumbrante.
Diante da cabana de um dos pescadores de pérolas, aliás, o proprietário fez questão de presenteá-los com um punhado de suas mais belas raridades. Era evidente que o súdito queria agradar sua princesa.
- Ou estas pessoas são muito ingênuas, ou perigosamente generosas - Christopher comentou quando, enfim, se afastaram por uma trilha de seixos...
- Por acaso generosidade é crime na Austrália? - Dulce evitava encará-lo.
Christopher não queria discutir. Então, achou melhor mudar de assunto:
- Como esta gente vive? Como educa seus filhos?
- Existe uma cooperativa dos coletores de pérolas na cidade vizinha. Lá a população dispõe de uma escola e até mesmo de um hospital. A despeito da aparência rústica do vilarejo, as pessoas aqui são cidadãos felizes e prósperos. Além disso, adoram seu isolamento.
Os olhos dele estreitaram-se.
- Bem, ainda tenho minhas dúvidas. Onde podemos comer por aqui?
A tensão de Dulce cresceu rápido. Havia vários restaurantes e hospedarias locais em que a presença deles seria considerada uma honra. E esse era o maior problema. Se passasse mais tempo ali, na certa teria dificuldade em explicar sua popularidade imensa a Christopher.
- Pensei que você não pudesse mais esperar para me mandar de volta para casa, Uckermann.


- Deixei minha posição bem clara, e, como você se comportou direitinho até agora, não vejo motivo para que morremos de inanição. - Enquanto falava, porém, o olhar dele, sem que se desse conta, percorreu todo o corpo escultural de Dulce. - Parece muito magra, Annie, e eu odiaria ter de carregá-la até o carro, se você desmaiasse de fraqueza.
- As mulheres sapphanesas costumam ser magras. Deve ser algo genético, já que comemos muito.
- Um motivo a mais para que eu a leve para almoçar agora. - Quinze minutos depois, Christopher apontou para um pequeno restaurante que oferecia uma vista soberba da baía.
- Aquele lugar me parece bom.
O coração de Dulce disparou. Esperava que Christopher pelo menos aguardasse por sua opinião para escolher o estabelecimento. Ela jamais teria escolhido aquele, pois era muito conhecida lá.
O lugar era famoso por sua lagosta marinada e seus pratos de frutos do mar, e também era um dos prediletos de seu tio, o rei, quando ele visitava a província a caminho do palácio de verão, em Chalong.
Christopher notou-lhe a hesitação.
- A comida não é boa?
Não seria justo para com o proprietário mentir sobre esse assunto, Dulce decidiu.
- É excelente - admitiu, com um suspiro desanimado. Lá dentro, as coisas foram tão difíceis quanto Dulce previra. Foram de imediato conduzidos à melhor mesa, com uma vista espetacular para o oceano, e o dono os seguiu, sorridente, por todo o tempo, acompanhado pela filha. Dulce teve tempo de adverti-los para que falassem apenas em sapphanês, o que ajudou a amenizar as coisas.
Quando trouxeram o cardápio, Christopher encarou-a, desanimado, ao notar que a lista de pratos fora escrita no idioma deles.
- Traduza para mim, por favor.
Havia algo estranho no olhar dele, mas Dulce tentou ignorar aquilo.
- A maior parte é de frutos do mar - ela começou, parando um instante depois, ao sentir a verdadeira intensidade daqueles olhos castanhos. - Qual é o problema?
- Acho que já deve saber... Vossa Alteza Real.


O pânico quase a fez erguer-se da mesa, mas os dedos firmes de Christopher curvaram-se ao redor de seu pulso, impedindo-a.
Dulce livrou a mão, encarando-o com altivez.
- Como foi que descobriu? Pelo comportamento do proprietário?
- Pelo seu. Para citar um velho ditado australiano, você pode tirar a princesa de seu palácio, mas nunca a coroa de sua cabeça.
- Há quanto tempo descobriu?
- Desde que chegamos ao canteiro de obras e aquele engenheiro a saudou de maneira tão formal. Você agiu como se fosse muito normal, traindo-se. Aconteceu outra vez no vilarejo. - Christopher olhou ao redor, fixando-se por um instante no dono do estabelecimento e sua filha, que observavam a mesa a distância, com expressões ansiosas. - Olhe para aqueles dois. Posso apostar que ficariam de joelhos na sua presença se você apenas estalasse os dedos.
O rubor tomou conta do rosto dela.
- É mais do que você faria.
Uma sensação de torpor dominou-a quando o dedo de Christopher percorreu devagar a parte interna de seu pulso. Foi preciso um grande esforço para que se soltasse.
- Ah, mas minha acompanhante é Annie Herrera, e não a princesa... Dulce, não é mesmo?
- Você sabe até mesmo meu nome! - A voz dela era pouco mais que um sussurro. Agora que a farsa fora descoberta, por que ele insistia em tentá-la daquele jeito?
- Isso não é nenhuma surpresa, pois nos vimos antes... muito tempo atrás.
A revelação foi um choque. Mesmo assim Dulce não era capaz de recordar nenhum encontro entre eles, o que a intrigava ainda mais.
- Conhecemo-nos quando você estava internada num hospital em Sydney, dez anos atrás, princesa. Eu fazia parte da equipe olímpica de iatismo de meu país, e nós fizemos várias visitas a hospitais naquela época, para elevar o moral dos doentes.
Erguendo a cabeça para encará-la, Christopher colocou o menu de lado.


- Foi isso o que me fez lembrar de Vossa Alteza Real, a princesa Dulce Saviñón. Sua aparência mudou muito, é verdade, mas nunca me esqueci desse olhar, que naquela ocasião me fez pensar que você devia se considerar a forma mais inferior de vida do planeta.
A surpresa dela logo se transformou em raiva. Tudo por causa de uma recordação que carregava havia muito, muito tempo.
- Você é Chris Casillas?! - Ele assentiu.
- Meu sobrenome oficial é Uckermann. Na época eu ainda competia com o nome que me foi dado no orfanato, embora já tivesse contratado detetives particulares para descobrir minha verdadeira origem. Quando consegui, mudei meu nome para Christopher Uckermann. Chris para os íntimos.
- Estava usando uma máscara cirúrgica quando entrou no quarto...
Aquilo explicava por que Dulce apenas recordava daqueles olhos castanhos intensos e magnéticos. Aquela visita fora uma das experiências mais humilhantes de sua existência, e era isso que Christopher vira em sua expressão naquele dia.
- Todos nós éramos forçados a usar máscaras, até mesmo os fotógrafos, para evitar infecções hospitalares.
As recordações vívidas fizeram Dulce tremer. Dez ou cem anos não seriam o bastante para apagá-las. Tinha dezesseis anos na época e, embora falasse inglês com fluência, ainda era uma menina sozinha num país estrangeiro. E a morte horrível dos pais a tinha abalado demais.
Os médicos australianos foram gentis, além de muito eficientes ao restaurar seu rosto com perfeição. Mas Christopher ainda devia tê-la visto com todas aquelas cicatrizes terríveis, por isso não a reconhecera de imediato. Ele podia não saber, mas fora seu olhar de piedade que a fizera ter coragem suficiente para suportar todo o processo de recuperação.
Dulce jamais esqueceria aquela visita. Como membro da realeza, fora instalada numa suíte privativa e tratada com toda diferença. Mal pudera encarar o próprio reflexo no espelho naqueles dias. Como alguém seria capaz de suportar uma visão tão pavorosa?


Quando Chris Casillas, agora Uckermann, visitara o hospital com a equipe olímpica, a maioria dos pacientes tinha ficado exultante por receber a visita de seus heróis nacionais. Mas Dulce, a estrangeira, pelo contrário, sentira-se tensa e envergonhada diante daquele grupo de belos homens.
Podia lembrar-se muito bem da primeira impressão que tivera dele. Christopher era um dos mais jovens campeões olímpicos da história da Austrália, e movia-se com a graça de um felino pelo quarto.
Tentando evitar o assédio dos fotógrafos, que sempre preferiam mostrar retratos das pessoas com piores ferimentos, Dulce fingira ignorar o grupo e continuara a ler o livro infantil para um menino que derrubara água quente sobre si. Todas as tardes, aliás, ela gostava de fazer aquilo para ajudar a passar o tempo. As enfermeiras a encorajavam, dizendo que era bom para um paciente sentir-se útil.




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Autor(a): natyvondy

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Entretanto, dada a presença do grupo, logo surgira uma atendente para levar a pobre criança dali. Os fotógrafos foram informados por seu guarda-costas para não importunarem a princesa e retiraram-se também, mas Christopher ficara e se aproximara do leito. O diálogo que tiveram estava fresco em sua memória.- Olá. Quem ...


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Comentários do Capítulo:

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  • PatyMenezes Postado em 12/07/2011 - 17:44:33

    Oii. Te mandei um recado no tumblr, mas você não respondeu :/
    Estou tentando me comunicar com você ... Quero saber se você abandonou a web ... e se abandonou me daria autorização para postar o final aqui no site ?
    Boom ... espero que você volte a postar e que entre em contato comigo.
    msn : webnovelaspaty@hotmail.com

    beijo.

  • jujuvondy Postado em 01/05/2011 - 21:56:29

    Cade vc?
    FAz anos que não posta! kkk
    Volta! não abondona não!

  • jujuvondy Postado em 01/05/2011 - 21:56:28

    Cade vc?
    FAz anos que não posta! kkk
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  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

    Contanto que você poste mesmo demorando, eu espero *------------*
    E só pra não perder o costume ...

    Posta mais >.<

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

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  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

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  • natyvondy Postado em 19/02/2011 - 13:38:59

    vou demorar muito ainda pra conseguir postar aqui... desculpa mesmo!!!

  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:27

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  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:27

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  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:26

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