Fanfic: Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy

Entretanto, dada a presença do grupo, logo surgira uma atendente para levar a pobre criança dali. Os fotógrafos foram informados por seu guarda-costas para não importunarem a princesa e retiraram-se também, mas Christopher ficara e se aproximara do leito.
O diálogo que tiveram estava fresco em sua memória.
- Olá. Quem é você?
- Dulce Saviñón - respondera.
Era evidente que o moço não conhecia sua posição, pois continuara a observá-la com a mesma expressão impassível. Na verdade, parecia procurar pelas palavras certas.
- Você não é australiana?
Os ferimentos impediam-na de mover a cabeça.
- Venho de Sapphan.
Para surpresa de Dulce, ele meneara a cabeça.
- Conheço... Fica no mar de Andaman, perto da península de Thai.
- Já esteve lá?
- Uma ou duas vezes, em regatas. - Em seguida Christopher dera um ou dois passos para trás, como se procurasse por mais alguma coisa para dizer.
Dulce erguera o braço, e os dedos dos dois se tocaram.
Uma sensação parecida com uma descarga elétrica a surpreendera, mas o rapaz afastara-se rápido.
- Acho melhor voltar a me juntar ao grupo.

Naquele momento, desobedecendo à segurança, um dos fotógrafos entrara no aposento, surpreendendo-os naquela estranha proximidade. O repórter chegara a erguer a máquina para fazer um retrato, mas Christopher o detivera de imediato, erguendo a mão num gesto imperativo.
- Isto não seria uma boa idéia - dissera seco, mandando o rapaz sair. Em seguida, virara-se para encará-la mais uma vez e dissera: - Espero que se recupere logo.
No dia seguinte, os jornais estampavam a visita em manchete, apresentando uma foto de Christopher ao lado de outra paciente, uma bela loira que a legenda indicava ser Miss Austrália. A moça, linda, estava internada apenas por ferimentos leves por causa de uma queda de bicicleta. Um desânimo incontrolável tomara conta de Dulce ao ver aquele retrato. Jamais seria bonita outra vez, afirmara a si mesma entre lágrimas. Nunca conseguiria impressionar um jovem bonito como Chris Casillas com aquelas cicatrizes.
Para sua imensa alegria, logo depois da visita de Christopher ao hospital ela fora apresentada a uma mulher que seria a maior responsável por sua recuperação. Ao lembrar-se disso, um sorriso tímido curvou-lhe os lábios.
Sim, Maite Peronni, a terapeuta estética que a fizera recuperar a vontade de viver e a auto-estima. Mais tarde, acompanhando-a de volta a Sapphan, Maite viria a se apai¬xonar por seu tio Otávio.
O romance de Maite fora o melhor fruto de sua desagradável passagem pela Austrália, pois dera ao país de Dulce a melhor das rainhas que o mundo poderia conceber. Agora Maite Saviñón, ao lado de seu marido, o rei, ajudava na condução de Sapphan como uma das mais gentis e amadas soberanas de todos os tempos.
Mas tudo isso estava no passado agora. O mais importante naquele instante era reunir forças para enfrentar o olhar perscrutador de Christopher Uckermann.
- Creio que isso deve ter sido um tipo de jogo... me fazer acreditar que você era Annie. Bem, melhor assim. Pelo menos agora posso acreditar que tudo vai bem entre ela e Poncho, certo?

Dulce assentiu, meneando a cabeça e respirando fundo para manter a calma.
- Eles estão desfrutando uma segunda lua-de-mel em Paris. Passar-me por Annie foi a única forma de me encontrar com você pessoalmente.
A expressão dele era desconfiada.
- Deve ter uma equipe de assessores enorme, Alteza. Podia muito bem marcar um encontro.
Dulce baixou os olhos para a mesa.
- Acontece que de certa forma, um encontro oficial entre nós não seria uma coisa... apropriada.
- Ora, ora! Parece que minha reputação me precede, mesmo em Sapphan. Quer dizer que seus espertos assessores queriam evitar que sua preciosa princesa fosse vista com um playboy?
Lembrando-se de como ele agira naquela mesma manhã, Dulce preferiu manter certa reserva.
- Meu tio, o rei Otávio, escolheu um consorte adequado para mim: Pablo Lillé. Ele não quer que surjam boatos.
Os olhos de Christopher faiscavam.
- Está preocupada com isso?
- Escute bem, Sr. Uckermann, o que aconteceu entre nós apenas fez parte de uma encenação. Fui forçada a isso para tentar fazê-lo mudar de idéia quanto a esse seu projeto.
- Minutos atrás me chamava de Christopher. E, perdoe-me, Vossa Alteza, mas não acredito em você.
- Não crê que estou agindo por um objetivo honrado? - Dulce desafiou-o, sentindo-se livre para agir como a princesa que era.
- Não acredito que tenha me beijado daquele jeito por dever. Pode até mesmo ter planejado me manipular para conseguir que as coisas fossem feitas de seu jeito, mas reagiu ao beijo de forma nada política. Quer que eu a beije outra vez para demonstrar meu ponto de vista?
A audácia daquele homem não tinha limites! Com o coração disparado, Dulce estendeu o braço para apanhar sua bolsa.
- Não há necessidade. Com a experiência que lhe é atribuída em relação às mulheres, você poderia provocar em mim o efeito que quisesse. Minha reação, posso assegurar, não passou de uma resposta puramente física, Sr. Uckermann.

Em seguida Dulce levantou-se e começou a caminhar depressa para a saída, observada de longe pelo aturdido proprietário e sua filha. Seguindo-a de imediato, porém, Christopher logo interpôs-se em seu caminho.
- Permita-me levá-la para casa, Vossa Alteza. Creio que, se formos fotografados no caminho para o palácio, não terei nenhum problema. - Christopher indicou, com um gesto de cabeça, um fotógrafo que acabara de reconhecê-la do outro lado da rua. - De qualquer forma, creio que isso pode lhe causar problemas no palácio, caso o fato venha a público.
- Está enganado, Sr. Uckermann. - Dulce sorriu com malícia ao notar que o rapaz acabara de tirar um retrato. Uma vez que meu tio nomeou Pablo Lillé como sua escolha para meu futuro marido, sob nossas leis é você quem vai ter de responder a Pablo por qualquer tipo de escândalo.
Ao ouvir a declaração imperiosa, Christopher virou a cabeça para examinar a calçada oposta. Um gemido desanimado escapou de seus lábios quando percebeu que o paparazzo tinha desaparecido.

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bjix da Naty