Fanfics Brasil - Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy

Fanfic: Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy


Capítulo: 18? Capítulo

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capítulo 7

A escalada foi fácil no começo, mas, à medida que a altitude aumentava, o rochedo tornava-se mais liso e perigoso. Felizmente, Dulce usava botas com sola de borracha, como Christopher lhe recomendara antes de saírem do Palácio Esmeralda.
A temperatura também diminuíra bastante, e os ventos fortes pioravam a situação.
Christopher percebeu o tremor da princesa.
- Está com frio, Dulce?
O tom preocupado da pergunta a agradou.
- Não, estava apenas imaginando se estamos sendo observados por outro paparazzo neste momento.
Christopher olhou para Eddy, depois voltou a encará-la, muito sério.
- É razoável pensar nisso. Um repórter podia se esconder em qualquer lugar no meio desses rochedos.
Houve uma pausa, e então ele prosseguiu:
- Foi a primeira vez que isso lhe aconteceu? - Christopher estendeu o braço e ajudou-a a subir numa rocha íngreme.
- Não tenho o hábito de beijar estranhos. Claro que a mídia se interessa por tudo o que diz respeito à família real, mas eles costumam agir de forma mais respeitosa.
Christopher arqueou as sobrancelhas.
- Notei o nome do fotógrafo no jornal. Engraçado, não me pareceu um sobrenome sapphanês. Na verdade, eu podia jurar que...
Dulce estacou, fitando-o com curiosidade.
- O quê?
- Tenho certeza de que esse sujeito trabalhou muito tempo na Austrália, nos tablóides especializados em escândalos e mexericos.
A lógica de Christopher ficou clara.
- Acha que ele pode tê-lo seguido desde a Austrália?
- Pode ser, Dulce, ou então alguém instruiu-o sobre meus passos. Pretendo descobrir isso em breve.
Os dois pararam diante de uma trilha que conduzia a uma ravina.
- Sabe aonde isto leva? - Christopher gesticulou naquela direção.
- Não. Nunca subi por esse lado do Malakai antes.
Seguiram-se momentos muito tensos, em que os dois, sempre acompanhados de perto pelo guarda-costas, com muita coragem enfrentaram o caminho tortuoso.


A certa altura da trilha, porém, o atarracado Eddy ficou para trás, graças à sua falta de agilidade.
Nem Christopher nem Dulce notaram isso, a princípio, o que foi um descuido quase fatal, pois, contando com a retaguarda de Eddy, Dulce saltou para uma pedra pouco depois, e perdeu o equilíbrio.
Por sorte, os reflexos de Christopher foram perfeitos, e ele conseguiu ampará-la antes da queda, segurando-a pelo braço e puxando-a para junto de si.
- Calma, Dulce. Está tudo bem.
Por um instante, aquela proximidade provocou uma cor¬rente elétrica entre os dois. Os lábios de Christopher estavam a poucos milímetros do rosto da princesa quando ela lembrou¬-se de que deviam estar sendo observados a distância.
- Christopher, nós não devemos.
Ele afastou-se com relutância, mas logo um sorriso malicioso curvou-lhe os lábios.
- Muito bem. Teremos tempo mais que suficiente depois do desafio.
As palavras fizeram o coração de Dulce quase parar.
- O que está querendo dizer com isso?
- Isso mesmo que você entendeu. Na noite passada, consultei alguns livros na biblioteca de Poncho Herrera, sobre a história e os costumes de Sapphan, incluindo o desafio matrimonial.
A princesa suspirou, alarmada.
- Oh, não...
- Descobri que a mulher que é o centro da disputa, segundo a lei, pertence ao vencedor. - Seus olhos brilhavam. - Uma idéia fascinante, não acha?
Sem perceber, Dulce abraçou-se, como se quisesse se proteger dele.
- E apenas um costume antigo, há séculos está em desuso - ela reagiu, mantendo a voz sob controle com grande esforço.
- O desafio também é. Um costume ancestral, "há séculos em desuso", não é? Desse modo, o que estamos fazendo aqui?
A questão deixou-a confusa, mas segundos depois a princesa recuperou a altivez.
- O que eu quis dizer é que esse tipo de disputa não ocorre mais em nossos dias. Pablo Lillé é um tolo por recorrer aos antigos costumes, e você, um tolo ainda maior por aceitar. Por que não...


- ...deixo Sapphan e desisto do projeto do resort? - Christopher terminou por ela. – Sem chance, Alteza, tire essa idéia da cabeça.
Na verdade, Dulce ia dizer "sai do país antes de se machucar ou morrer", mas o sarcasmo dele a irritou. Por isso, resolveu testar a autoconfiança daquele australiano impossível.
- Pense como quiser, Christopher. Mas tenho certeza de que meu tio, o rei, oporá séria resistência diante da idéia de entregar sua sobrinha favorita a um estrangeiro.
Ele sorriu.
- A julgar por seu comportamento, acho que o velho Otávio ficaria aliviado por se livrar de um problema como você, Alteza. E que desculpa melhor ele arrumaria do que entregá-la como esposa a um homem que enfrentou a morte por sua honra?
Dulce mal ouviu as últimas palavras de Christopher. Seu cérebro fixara-se só numa delas.
- Esposa? Você não quer dizer que...
- Por que não? Pense nisso, princesa. Seria uma solução perfeita para nós dois. Você não seria forçada a casar-se com Pablo Lillé. Teria um marido que a incomodaria muito pouco, pois sempre estou ocupado com meus empreendimentos ao redor do mundo, e continuaria a viver aqui como uma mulher honrada, sem ter de se sujeitar aos infortúnios de um matrimônio comum. Ao mesmo tempo, isso espantaria todas aquelas caçadoras que me perseguem por causa de minha fortuna. Como homem casado, afinal, eu seria uma carta fora do baralho para elas.
Com certeza, aquela idéia nunca ocorrera à princesa.
- Você casaria comigo, mesmo que não sentisse nada por mim?
Christopher meneou a cabeça.
- Essa é a parte mais simples. Como eu já disse, você é uma mulher bonita e inteligente. Embora seja um pouco cabeça-dura, é verdade. Porém, como deve ter notado, gosto muito de desafios.
A idéia a perturbou a ponto de abalar suas emoções.
Depois da experiência de ficar nos braços daquele homem, a perspectiva de casar-se com ele agitava Dulce.
- Posso ser uma complicação maior do que imagina.


- Então você concorda que um casamento entre nós poderia funcionar?
Ele estava mesmo considerando a proposta, Dulce pensou quase em pânico. Era melhor mudar logo de assunto.
- Primeiro terá de vencer Pablo Lillé.
O olhar de Christopher fixou-se no dela, com uma intensidade que deixava claro que não estava disposto a falhar.
- E quando ele estiver fora do caminho?
- Como você disse, não posso me dar ao luxo de sucumbir à volúpia. Serei sua, quer queira, quer não.
- Mas você deseja isso, Dulce?
A conversa estava escapando ao controle. Como Dulce Conseguira mudar tanto? Quando adolescente, odiara Christopher por tê-la tratado com tamanha frieza no hospital em Sydney, e agora estava prestes a concordar em casar-se com ele! Sem dúvida, nada daquilo fazia sentido. Desviou-se.
- Como posso responder a uma pergunta dessas? Mal o conheço, Christopher.
- Conhece-me mais do que quer admitir. Reage como um vulcão cada vez que a toco, Dulce, posso sentir isso. É o tipo de reação que dispensa explicações. É instantânea, como na química.
- Pode ser que você tenha razão... - Dulce detestou perceber que Christopher a observara tanto.
- Não subestime esse tipo de coisa. Impérios foram erguidos com base nisso, você sabe.
E poderia funcionar, Dulce pensou, amedrontada. Os dois filhos do rei afastavam-na muito do trono, o que era até um alívio. Por outro lado, não alimentava nenhuma ilusão de que um homem com a reputação de Christopher pudesse tolerar um casamento de conveniência. Pensar naquilo provocou-lhe uma torrente de sensações incontroláveis.
Por um instante, sentiu-se incapaz de falar, e ficou aliviada ao notar que Eddy aproximava-se. A presença do guar¬da-costas a distrairia um pouco, fazendo-a suportar melhor o incrível poder da presença de Christopher.
- Alteza, está tudo bem?
Ela inclinou a cabeça, consciente do olhar fixo de Christopher.


- Está tudo em ordem, Eddy. Quase caí desta pedra, mas o Sr. Uckermann foi rápido e me salvou.
- Meu Deus, Alteza! Vocês não deviam subir a trilha tão rápido. Pode ser perigoso.
- Você está certo, Eddy. Contudo, fique tranqüilo. Garanto que de agora em diante o Sr. Uckermann será mais cuidadoso.
- Pode apostar que sim, Eddy - Christopher assegurou, sorrindo sem jeito diante do olhar fixo do outro homem.
Mais vinte minutos se passaram antes que atingissem o cume do rochedo Malakai. Lá em cima, o vento era forte, e a vista, aterradora.
Christopher teria de saltar dali, Dulce pensou horrorizada ao avaliar a altura do salto. Aquilo era mais que perigoso... era uma verdadeira loucura!
- Você não pode continuar com isso, Christopher!
- Se eu desistir, Pablo vencerá sem fazer esforço. E você entende o que isso significa?
Os dois sabiam que, naquele caso, Dulce não escaparia do compromisso com Pablo. Porém, apesar disso, Dulce não podia colocar os próprios sentimentos acima da segurança pessoal de Christopher.
- Entre outras coisas, que não vai ter de quebrar o pescoço por minha causa. Nem o seu precioso resort vale tanto, concorda?
A brisa do mar envolveu-os como um abraço frio e forçou Dulce a procurar abrigo atrás do corpo enorme de Christopher.
- Do que tem medo, Dulce? De me perder ou da possi¬bilidade de ser obrigada a ficar comigo?
As alternativas faziam-na tremer por motivos diversos.
Dulce não poderia responder sem revelar o quanto Christopher se tornara importante em sua vida.
- Não quero vê-lo ferido, Christopher. Prefiro aceitar o casamento com Pablo.
Algo no tom das palavras de Dulce tocou-o profundamente.
- Acredito que faria isso.
Dulce ergueu a cabeça, lutando contra cada nervo para manter a calma. A escolha pendia entre sua vida e a de Christopher, mas ela, pelo menos, não teria de dar nenhum salto suicida daquele rochedo assassino.  


- É o que farei. Você concorda em desistir do desafio?
Christopher meneou a cabeça.
- Sinto muito, princesa. Devo dizer que você acabou de me dar o melhor motivo do mundo para continuar.


 


 capítulo 8˙

O dia do desafio nascera claro e brilhante. O sol dominava um céu de azul perfeito, e a brisa fazia as copas das árvores moverem-se devagar no jardim do Palácio Esmeralda.
Quando ficou pronta para ir ao rochedo Malakai, Dulce rezou para que as condições climáticas permanecessem boas. Vestia-se com toda a elegância, talvez até com mais luxo do que o usual. Era o mínimo que podia fazer para homenagear Pablo e Christopher. Afinal de contas, os dois homens estariam competindo por sua causa.
Seu último exame no espelho foi interrompido pela batida da camareira à porta.
- Tem uma visita, Alteza.
Dulce ficou tensa. Será que seu tio Otávio viera pre¬senciar o desafio? Não era capaz de imaginar que outro alguém a procuraria naquele dia.
- Quem é? - Estava tão nervosa que se sentia incapaz de agir com naturalidade.
- Sou eu.
Ao ouvir o som da voz de Christopher, Dulce virou-se de imediato.
De alguma maneira, ele conseguira chegar à ala reservada do palácio. Dulce não pôde esconder a surpresa.
- Não devia estar aqui, Christopher. Como conseguiu chegar a meus aposentos?
O sorriso confiante a fez tremer.
- Seu guarda-costas, Eddy, é um rapaz muito decente depois que o conhecemos melhor. Ele se mostrou bastante simpático a nossa causa, e conseguiu providenciar para que eu entrasse sem o assédio da imprensa. Depois, me acompanhou até aqui.
Os olhos de Dulce estavam arregalados de espanto. Durante toda a noite anterior, alimentara um sonho secreto e impossível. Desejara nunca ter se passado por Annie, nem ter conhecido Christopher. Se tivesse ouvido os conselhos do rei, aquele desafio jamais aconteceria. E não teria conhecido a doçura dos beijos de Christopher... Mas isso também seria melhor. Nunca se sente falta daquilo que não se conhece.
E, sem dúvida, sentiria saudade daquele homem se alguma coisa desse errado. Agora, vendo-o em seu quarto e sabendo que aquela podia ser a última vez, Dulce teve medo de não controlar as emoções.


Entretanto, preferiu disfarçar a apreensão sob um véu de ira.
- Como Eddy ousou trazê-lo sem me consultar?!
Christopher entrou, avançando rápido na direção dela. Então, tomou-a nos braços fortes e forçou-a a encará-lo.
- Eddy não tem culpa, foi tudo idéia minha. Por causa do desafio, o homem acredita que estou loucamente apaixonado por você, e eu só não quis decepcioná-lo.
Dulce fora interrompida antes de colocar o tradicional sarongue ao redor do corpo esguio. O tecido de seda finíssima continuava entre seus dedos.
Será que parte do que a atraía em Christopher devia-se ao fato de ele ser o primeiro homem a tratá-la como um ser humano normal, sem dar nenhuma atenção a seu status real?
Dulce odiava pensar assim, e tal pensamento lhe provocava medo. Sempre fora tratada com reverência pelos outros, e agora encontrava alguém que, além de não agir assim, era sempre surpreendente.
Tentou ficar irritada com as palavras cavalheirescas, mas foi um esforço vão. O abraço de Christopher era másculo e protetor, seu corpo moldava-se com perfeição ao de Dulce... Tão bem que ela sentiu a consciência obscurecer-se por um momento.
Christopher era tão vivido que decerto riria se soubesse que ela era virgem. Um dos problemas de ser parte da realeza era ter os passos o tempo todo vigiados por outras pessoas. Os costumes não julgavam mal uma mulher apenas por ela dormir com um homem, mas qualquer incidente relacionado a uma princesa era capaz de causar um escândalo, como o que ocorrera entre eles, que veio a fornecer munição para o paparazzo.
O instinto dizia Dulce que ficasse ao lado de Christopher. Dulce não se arrependeria de ter mantido a pureza se encontrasse alguém a quem amasse acima de todos os outros. Seu eleito poderia entender e ficar grato por receber tamanho tesouro. A única coisa que temia era que Christopher pudesse não ser esse homem. Sua reputação de playboy sugeria que devia ser pouco paciente com mulheres inexperientes.


Respirou fundo.
- Muito bem, Christopher, vou permitir que explique sua in¬trusão antes de chamar a segurança.
Christopher soltou-a, observando, satisfeito, a forma como o breve contato fizera a respiração de Dulce alterar-se. Os seios fartos se erguiam sob a blusa de seda. Quando, porém, ela tornou a falar, o tom da voz manteve-se inalterado:
- Estou esperando.
O desejo também fazia-o tremer, por isso foi forçado a cerrar os punhos para manter a compostura, impedindo-se de voltar a enlaçar aquela deusa a sua frente. Se aconte¬cesse algo de errado no mergulho, aquela podia ser a última vez que se veriam. No seu caso, a derradeira, pensou com seriedade.
Aquilo o ajudou a resistir, a despeito do instinto mascu¬lino que o mandava fazer amor com Dulce de forma tão espetacular que ela jamais o esqueceria. Por outro lado, se fizesse isso e falhasse no mergulho, a mesma atitude im¬pensada provocaria muita dor para a princesa no futuro.
- Ainda fazendo o papel de pessoa autoritária, Alteza? Quando vai aprender que isso não funciona comigo?
- Parece que muitos hábitos civilizados representam um desperdício para você.
Christopher ergueu as mãos, num gesto de inocência.
- Estou sendo civilizado. Heróico até, pois é difícil lutar contra minhas vontades cada vez que a vejo.
Dulce ficou intrigada.
- Explique-se.
- Somos adultos o bastante para que eu tenha de fazê-lo.
- Oh! - Apesar de chocada, a princesa sentiu um estranho prazer percorrê-la.
A imagem que dominava sua mente era sensual e vívida ao mesmo tempo, provocando-lhe momentos alternados de frio e calor.
Christopher aparou o desmaio antes que ela chegasse ao chão.
Os olhos da princesa voltaram a abrir-se rápido.
- Estou bem - afirmou, recompondo-se.
As sobrancelhas dele arquearam-se um pouco.
- Parece que sim. Por acaso já tomou seu café da manhã?
Depois da noite tumultuada, Dulce não conseguira comer nada. Meneou a cabeça, provocando um olhar desaprovador da parte de Christopher.


- Vou chamar sua criada e mandar que ela lhe prepare algo. Este vai ser um longo dia.
"É perigosíssimo para você", Dulce pensou angustiada.
- Christopher, sinto muito por tê-lo colocado nessa situação.
A expressão dele ficou terna.
- Não me forçou a nada, Dulce. Eu podia ter recusado o desafio.
- Mas teria de abrir mão de seu sonho se o fizesse. - Ele ergueu a cabeça.
- Descobri que existem sonhos mais importantes em minha existência.
A intensidade dos olhos castanhos era capaz de fazê-la sonhar acordada. As palavras a tocaram fundo, mas aquele não era o momento certo. Precisavam concentrar-se na ta¬refa que o aguardava.
- Por que veio aqui, Christopher?
- Sei que tudo será muito duro para você. Queria me certificar de que estará bem.
Dulce estava pasma. Christopher estava prestes a enfrentar a morte e queria certificar-se de que ela estava bem! Definitivamente, Christopher era diferente de todos que conhecera.
- Não sei o que dizer.
- Que tal "obrigada"? E também que me deseja sorte.
- Obrigada, Christopher - murmurou, abraçando-o. - Estou feliz que tenha vindo.
Levando a mão delicada aos lábios, Christopher beijou-a com gentileza.
- Agora preciso ir. Vejo você em Malakai. Ouvi dizer que os habitantes do vilarejo mais próximo estão fazendo um verdadeiro carnaval por lá.
- Um desafio assim é um acontecimento raro nos dias de hoje. É bom que Malakai esteja fora das rotas turísticas, senão você seria assistido também por centenas de turistas.
Ele sorriu.
- Bom, assim não me desconcentro. - Em seguida, segurou-a pelos ombros, num gesto confortador. - Não fique tão preocupada. Não pretendo perder hoje.
Dias antes, ficaria surpresa com isso, porém, agora Dulce também desejava que Christopher triunfasse. Poderiam resolver suas diferenças depois.
- Boa sorte, Christopher.
- Agradeço. Não se esqueça de comer alguma coisa. Vejo-a no rochedo.


Vendo-o sair, a princesa entregou-se a um turbilhão de pensamentos desconexos. O que o futuro lhe reservaria após aquele dia?
Só o destino poderia responder...
"Por que decidi parar no Palácio Esmeralda?"
Aquela era a pergunta que Christopher se fazia pela centésima vez, dirigindo pela estrada que conduzia a Malakai. Até ver Dulce, sentia-se muito calmo, levando-se em conta o risco que o esperava. Não estava nervoso. No máximo encontrava-se em expectativa semelhante a de uma final olímpica. Evidente que aquilo fora muitos anos antes, pensou, sério.
Pelo visto, a idade não lhe ensinara nada. Caso contrário, não estaria metido naquela confusão. Não adiantava tentar se enganar, dizendo que seria fácil. Após visitar o Malakai várias vezes, concluíra que o salto era mesmo um teste supremo de coragem e habilidade. Além disso, seu oponente, Pablo Lillé, possuía ambas as coisas. Sem contar a vantagem de conhecer melhor o local.
Por outro lado, Pablo nunca vencera uma competição olí¬pica, nem possuía a notória determinação de Christopher. Nos útimos dias, aliás, ele passara a maior parte do tempo na Internet, aprendendo todos os macetes do esporte e consultando as performances registradas de Pablo.
Era nisso que consistia sua maior aposta. Christopher conhecia Lillé, mas podia apostar seu último dólar que o oponente não se dera ao trabalho de checá-lo. Se o fizesse, saberia que Christopher Uckermann também era um mergulhador competente. A maioria dos iatistas de elite na Austrália treinavam tudo o que pudesse estar relacionado ao mar.
Christopher repassou todo o planejamento que fizera para a competição. Suas mãos seguravam o volante com firmeza. Não podia admitir a menor possibilidade de erro, ou o medo acabaria por controlá-lo.
Mas sua concentração ficara muito abalada após sua conversa com Dulce, depois que ambos tinham sentido que aquele poderia ser seu último encontro.
- Seu maluco! - Christopher deixou escapar um suspiro.


- Já é hora de partir, Alteza. - A voz de Eddy pelo interfone era formal.
Dulce, que conseguira comer alguns biscoitos para não passar mal durante o dia, levantou-se e apertou o botão do aparelho.
- Estou saindo. Espere-me no portão leste - ordenou ao guarda-costas.
Aquela fora a saída por onde Christopher passara naquela manhã.
A princesa também preferiu evitar o assédio da imprensa, que desconhecia a existência daquela passagem secreta.
Para seu alívio, seu tio proibira a televisão de cobrir o evento. O rei Otávio não queria que as cenas encorajassem adolescentes tolos e despreparados a fazer o mesmo, e anunciara que pretendia publicar em breve um decreto proibindo qualquer tipo de desafio em Sapphan. Aquilo não ajudaria Christopher, mas pelo menos evitaria problemas no futuro.
Christopher estava certo. A praia de Malakai, sempre deserta, estava repleta de curiosos, tão cheia quanto num feriado. Barracas de comida tinham sido montadas ao longo da areia, e várias crianças nadavam numa lagoa natural de rochas, observadas pelos pais.
Dulce desceu do carro e foi conduzida até uma cabana numa liteira cerimonial. Lá dentro, Christopher e Pablo sentavam-se frente a frente, embora os dois evitassem encarar-se.
Ao lado de Christopher, de qualquer forma, Pablo parecia exatamente o que era: um aristocrata tolo, de cabeça quente, que só pensava em viver a boa vida que sua família nobre lhe proporcionava.
O coração da princesa acelerou-se com a visão de Christopher.
Muito mais musculoso que Pablo, ele passava uma sensação de força e poder que saltava aos olhos.
- Olá, Pablo. Olá, Christopher - Dulce conseguiu murmurar, apesar da garganta seca.
Os dois se levantaram, e Pablo aproximou-se primeiro, tomando-a pela mão e beijando-a.
- Este dia é seu, minha princesa.
Ela resistiu ao impulso de dizer: "Cresça".
- Você ainda insiste em continuar com isso?
Só Pablo Lillé tinha o poder de interromper aquela loucura. O aristocrata ergueu o queixo com altivez.  


- Esse estrangeiro maculou o bom nome de sua família, Dulce. E o da minha também, uma vez que estamos compromissados. O desafio é a única solução - ele disse, em sapphanês.
Christopher compreendeu a intenção das palavras, mas não esboçou nenhuma reação. Seu rosto parecia uma máscara impenetrável.
- Christopher, você está preparado? - Dulce indagou em inglês.
- Sim, Alteza.
- Então, a prova deve ser iniciada.
Um rumor aliviado percorreu a pequena multidão que assistia à cena. Estava evidente que o público se sentia feliz por não terem estragado sua diversão.
A princesa gostaria de possuir o poder de impedir aquilo.
Mas as leis haviam sido feitas para serem cumpridas.
Os dois rapazes tiraram a sorte com uma moeda. Christopher ganhou o direito de saltar primeiro, e saiu da cabana sem dizer uma palavra. A subida ao topo do rochedo, porém, pareceu durar uma eternidade.
Quando atingiu o cume, sua silhueta era apenas uma mancha distante contra o céu. Fez uma pausa longa, como se sentisse os ventos e observasse a maré, Dulce imaginou, e então, sem hesitação alguma, lançou-se no ar. Como um grande pássaro, os braços abertos como asas, Christopher voou até o mar.
Dulce prendeu a respiração. Lera nos jornais que um corpo em queda livre daquela altura atingia a superfície a quase quarenta quilômetros por hora. Em tal velocidade, o impacto com a água era violentíssimo.
Dulce ficou sem ação, desejando desviar o olhar. Caindo, caindo, Christopher penetrou as ondas e desapareceu numa névoa de espuma. A multidão aplaudiu, entusiasmada.
Quando ele voltou à tona, os aplausos se intensificaram. Ao lado dela, Pablo permaneceu calado. Christopher sobrevivera. Se o aristocrata também conseguisse a façanha, um comitê de aldeões decidiria qual dos competidores possuía a melhor técnica.
O mergulho de Christopher fora impecável. Dulce quase podia ouvir Pablo perguntando a si mesmo se conseguiria realizar um salto tão bom.


Instantes depois, Pablo começou sua subida, ao mesmo tempo que Christopher caminhava pela praia de volta à tenda. Seus lábios estavam curvados num sorriso satisfeito, e uma tolha repousava sobre seus ombros.
A princesa concedeu a Pablo a cortesia de observá-lo também, embora fosse difícil manter os olhos longe de Christopher.
Dulce respirou fundo e manteve a cabeça voltada para o céu. A exemplo do oponente, Pablo fez uma pausa longa ao atingir o cume do rochedo, erguendo os braços em seguida e atirando-se no espaço. A trajetória do mergulho foi perfeita, e quando o corpo penetrou a água, quase não provocou espuma. Mesmo para o olhar pouco treinado de Dulce, o salto de Lillé mereceu uma nota maior.
Mas, ao contrário de Christopher, o aristocrata não voltou à tona de imediato.
- O que está acontecendo com ele? - Christopher murmurou, mantendo os olhos fixos no ponto em que o corpo desaparecera.
A multidão permaneceu em silêncio, examinando a superfície do mar em busca de qualquer sinal do atleta. Um segundo depois, Christopher levantou-se.
- Algo saiu errado. Vou atrás dele.
- Christopher, não! - Dulce gritou.
Ele sobrevivera ao encontro com o oceano selvagem uma vez. Seria absurdo voltar a fazê-lo. Um dos pescadores de pérolas poderia resgatar Pablo.
Mas, antes que ela pudesse dizer qualquer outra palavra, o australiano já corria pela areia. Instantes depois, Christopher voltou a mergulhar, nadando na direção da linha de arrebentação.
"Deus, eu não posso perdê-lo agora!"
As ondas eram altas e perigosas. Dulce sentiu o corpo tenso a ponto de explodir, e só relaxou um pouco quando a mão amiga de Eddy pousou em seu ombro.
Christopher desapareceu. Passaram-se segundos torturantes, envoltos numa quietude generalizada. Até o mais simples dos aldeões observava a cena com respeito e expectativa.
Então, um vulto surgiu na superfície. Os joelhos da princesa perderam o apoio.
Era Christopher, e ele trazia Pablo preso por um braço. À distância, Pablo parecia inconsciente.


Várias pessoas lançaram-se ao mar para ajudar, e logo retiraram os dois da água. O médico que acompanhava a prova atendeu Pablo de imediato, e Christopher caminhou até Dulce, que também correra para a praia. Ele parecia exausto.
- Lillé deve ter batido a cabeça quando caiu no oceano.
- Você está bem, Christopher?
Ele meneou a cabeça devagar.
- Não se preocupe comigo, Dulce. Como está Lillé? - A princesa começou a traduzir a pergunta para o médico, mas o homem, que falava inglês, adiantou-se, interrompendo-a: - Pablo, sem dúvida, sofreu uma concussão. Vou interná-lo no hospital de Alohan para realizar alguns exames.
Quando Dulce abaixou-se ao lado do jovem aristocrata, notou que ele abria os olhos. Pablo fingiu estar bem para preservar seu orgulho ferido.
- Muito obrigada por me defender, Pablo - ela murmurou.
Claro que sabia que Lillé também estava defendendo a própria honra, mas não custava nada ser graciosa.
Forneceram um roupão para Christopher, e, quando a ambulância partiu, o povo aclamou-o como vencedor. Ele foi o herói por cerca de meia hora, saudado por cânticos e danças, mas nem tocou nas iguarias que os aldeões e pescadores trouxeram até a tenda. Seria imaginação da princesa ou a pele dele parecia acinzentada?
Preocupada, Dulce aproximou-se.
- Christopher, há algo errado?
Ele hesitou, como se escolhesse as palavras.
- Quando estava carregando Pablo de volta à praia a maré nos arremessou contra um rochedo submerso. Bati as costas, e isso diminuiu um pouco meu entusiasmo.
Ao notar o suspiro forçado dele, Dulce ficou rígida na cadeira.
- Você está ferido. Vou mandar alguém chamar um médico. - A princesa notou o quanto era difícil para Christopher manter a compostura.
- Não, isso iria complicar tudo. Será que não pode me tirar daqui antes que eu desmaie e arruíne minha nova reputação de herói, colocando tudo a perder?


 


Perdão pela demora..


 


Provavelmente continuarei demorando a postar.. mas sempre que der eu postarei!!


 



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Autor(a): natyvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 601



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  • PatyMenezes Postado em 12/07/2011 - 17:44:33

    Oii. Te mandei um recado no tumblr, mas você não respondeu :/
    Estou tentando me comunicar com você ... Quero saber se você abandonou a web ... e se abandonou me daria autorização para postar o final aqui no site ?
    Boom ... espero que você volte a postar e que entre em contato comigo.
    msn : webnovelaspaty@hotmail.com

    beijo.

  • jujuvondy Postado em 01/05/2011 - 21:56:29

    Cade vc?
    FAz anos que não posta! kkk
    Volta! não abondona não!

  • jujuvondy Postado em 01/05/2011 - 21:56:28

    Cade vc?
    FAz anos que não posta! kkk
    Volta! não abondona não!

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

    Contanto que você poste mesmo demorando, eu espero *------------*
    E só pra não perder o costume ...

    Posta mais >.<

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

    Contanto que você poste mesmo demorando, eu espero *------------*
    E só pra não perder o costume ...

    Posta mais >.<

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:15:22

    Contanto que você poste mesmo demorando, eu espero *------------*
    E só pra não perder o costume ...

    Posta mais >.<

  • natyvondy Postado em 19/02/2011 - 13:38:59

    vou demorar muito ainda pra conseguir postar aqui... desculpa mesmo!!!

  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:27

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  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:27

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  • jujuvondy Postado em 07/02/2011 - 21:04:26

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O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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