Fanfic: Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy

Tinha olhos da cor de um mar turbulento, de um castanho profundo, que pareciam saltar do retrato, encarando-a como se a conhecesse. Será que Dulce já o vira antes? Ou estaria apenas reagindo ao apelo sensual da foto?
Piscou para afastar tais pensamentos. Christopher Uckermann era o inimigo, a pessoa que pretendia profanar seu amado país com objetivos comerciais. Como podia pensar nele em outros termos? Mesmo assim, o brilho dos olhos castanhos a fazia imaginar como seria conhecê-lo em carne e osso.
A possibilidade era tão envolvente que a fez baixar a fotografia num gesto abrupto e colocá-la sobre a mesa.
- Será que Poncho não poderia convencer Uckermann a adiar a visita por duas semanas, dando a vocês tempo suficiente para a viagem a Paris?
- O que está tramando, Dulce Saviñón? E por que será que estou com a impressão de que o que vai sugerir não é compatível com o comportamento de uma princesa?
- Certo, então vou direto ao ponto. Digamos que tenho a forte intuição de que Christopher Uckermann está prestes a receber uma mensagem sobre o atraso de duas semanas.
Annie riu.
- Entendi! Você vai puxar alguns cordões com sua influência real para atrasá-lo até que eu e Poncho possamos aproveitar nossa viagem a Paris.
Aquele não fora, na verdade, o plano inicial de Dulce, mas talvez fosse até menos comprometedor. Ela sorriu.
- Qual a vantagem da nobreza se não podemos nos aproveitar dela de vez em quando? - O tom de sua voz era natural o bastante para que a amiga não desconfiasse de nada.
Annie parecia aliviada.
- Às vezes é ótimo ter conexões com a realeza. Sabia que, antes de conhecê-la no colégio interno, eu achava que você devia ser esnobe e arrogante?
- E agora?
A resposta de Annie foi um abraço apertado.
- É uma das pessoas mais doces e gentis que conheço, Dulce. Será que o rei não percebe que você só está se opondo ao projeto do resort por amar sua terra?

- Ele também ama Sapphan. Mas tio Otávio passa a maior parte do tempo na capital, e Andaman fica muito longe de Pearl Coast. Acho que está tão acostumado a viver no luxo da corte que deve ter se esquecido de que é importante pre¬servar o modo simples e tradicional de vida de nosso povo, mesmo que para isso tenhamos de abrir mão de um grande influxo de dinheiro vindo de um projeto turístico.
- Suponho que você deva ter exposto sua opinião ao rei. - Dulce suspirou.
- Que chefe de Estado ouviria uma jovem de vinte e seis anos? Não sou líder política, nem faço parte do gabinete de Otávio.
- Mas o rei a incumbiu de cuidar da vida cultural de nossa província, Dulce!
A princesa meneou a cabeça, contrariada.
- É apenas um cargo fictício, se quer mesmo saber, Annie. Eu não seria capaz de impressionar nem mesmo os asses¬sores de Otávio para atingir meus objetivos.
- Então, o que pretende fazer?
Um sorriso curvou os lábios de Dulce.
- Você e Poncho devem ir para a França e se divertir. Enquanto isso, encontrarei uma forma de expressar o que sinto ao Sr. Uckermann. - E, como se fosse a coisa mais natural do mundo, emendou: - Precisarei de um lugar calmo e privado para trabalhar, nesse meio tempo. Posso usar sua villa enquànto estiverem em Paris?