Fanfic: Uma princesa e um playboy - adaptada - vondy

Ele sorriu com seriedade.
- Mera coincidência. Acontece que nasci em Broome, e foi lá que construí meu primeiro resort.
Era a abertura que Dulce esperava, mas hesitou antes de procurar tirar vantagem daquilo. Algo em Christopher Uckermann a advertia que estava tratando com um inimigo admirável c perigoso. Devia ser também era um amigo formidável, ela suspeitava, pois sabia que Poncho era-lhe muito leal.
Tudo em Christopher sugeria que devia tratar-se de um excelente amante, mas Dulce logo se forçou a pensar em outra coisa. Não estava disposta a descobrir isso, disse a si mesma. Precisava cuidar de outro assunto, muito mais importante, e adiár só tornaria as coisas mais difíceis. Afinal de contas, dispunha de apenas dois dias para fazer Christopher mudar de idéia.
- Quantos resorts você possui?
- Cristal Bay será o décimo quinto.
- Isso se nada, ou ninguém, interferir em seus planos - Dulce murmurou, incapaz de esconder um tom um tanto cáustico.
As grossas sobrancelhas de Christopher arquearam-se numa expressão de curiosidade.
- Por que isso aconteceria, Annie? Meu hotel é tudo de que Pearl Coast precisa: uma injeção comercial que será muito benéfica. Caso contrário, devo dizer que o lugar corre o risco de estagnar-se.
A despeito da água fria, o sangue de Dulce quase ferveu.
Como aquele homem ousava referir-se a sua adorada Pearl Coast daquele jeito?!
- Decerto existe uma diferença fundamental entre tradição e estagnação, não concorda?
Christopher parecia surpreso com a veemência dela.
- Fala como se o lugar fosse muito importante para você, Annie.
- E é. Minha mãe nasceu ali. - No ato, percebeu imediatamente que cometera um erro terrível.
- Poncho me disse que sua família era de Jarim, ao lado de Andaman.

"Oh, mas que erro estúpido!" Dulce ficou furiosa. Sua mãe é que nascera em Pearl Coast. De acordo com as leis de Sapphan um membro da realeza não podia se casar com outro membro da família real, por isso seu pai, o irmão do rei, escolhera como noiva uma mulher proveniente daquela comunidade. Claro que se tratava de uma nobre, mas mesmo assim sem nenhum laço de sangue com a família Saviñón.
A amargura dominou-a ao lembrar-se da forma cruel como a vida de seus pais fora interrompida. Eles morreram quando uma bomba explodira no avião em que viajavam, numa visita oficial a uma ilha vizinha. Dulce, que tinha dezesseis anos na época, estava junto deles, e só sobrevivera porque a explosão acontecera enquanto a aeronave ainda estava no solo.
Mesmo assim, durante anos tivera de submeter-se a cirurgias plásticas para corrigir as terríveis cicatrizes que o atentado lhe provocara no rosto. Apenas a devoção de seu avô, Leon, e a capacidade de médicos especialistas da Austrália tinham-na impedido de desistir de viver. Mesmo assim, não permitiria que aquele australiano arrogante tocasse na terra natal de sua mãe.
- Minha família era muito dispersa - Dulce murmurou, explicando-se. - Alguns viviam em Pearl Coast, como mamãe. Eram pessoas trabalhadoras e orgulhosas, que sempre mantiveram fortes laços com a província natal. O nome nativo de Cristal Bay, aliás, pode ter tradução livre como "terra-mãe". A lenda diz que se alguém nascido lá deixa o lugar, carregará consigo as vozes ancestrais na mente. E essas vozes só cessarão quando a pessoa voltar.
De súbito, a imensa piscina pareceu pequena demais para conter a fúria crescente dela. Christopher não entendia nada.
Uma tensão dominou a atmosfera e, por um longo mo¬mento, os dois evitaram se encarar. O mal-estar só foi interrompido quando Christopher murmurou:
- Eu me desculpo se disse qualquer coisa que possa tê-la ofendido.
Dulce meneou a cabeça.
- Não entende por que estou zangada, não é?

Os lábios de Christopher curvaram-se num sorriso adorável.
- Ainda não, mas tenho certeza de que vai me contar o motivo.

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bjix da Naty