Fanfic: Á Prova de Fogo - AyA

Dulce e Maite souberam da briga no mesmo dia, e estavam preocupadas com Anahí: ela estava seca e indiferente aos demais, havia trocado de perfume, não saía de casa a não ser para o trabalho, não chorava mas também não expressava nenhuma emoção.Alfonso tinha se arrependido de ter sido tão bruto com ela, queria conversar e ajeitar tudo, mas a loura simplesmente não atendia aos seus telefonemas,ou respondia as mensagens, ela nem sequer lia as mensagens,seria mais fácil assim.

 Quando as amigas mencionavam Poncho,Alfonso,ou ‘’deus grego’’(apelido que Dulce sempre o chamava) Anahí dizia que não queria saber ou escutar e logo cortava o assunto, as fotos penduradas no mural de fotos do quarto dela haviam sido removidas, ela não apagou as do notebook nem as do celular,mas não as via tampouco,após o quarto dia,o moreno cansou de correr atrás -por mais que doesse a ausência dela,ele sabia que agora deveria ser o contrário- e ela agradeceu por ele não  a procurar mais.Se afastar de tudo que estava relacionado a ele,era uma forma de ganhar força para fazer o que estava prestes a acontecer.

O dia 28 de fevereiro nunca amanheceu tão angustiante para Anahí como naquele ano,após um bom banho,ela vestiu uma calça jeans,um all star vermelho combinando com uma regata também vermelha e lisa, alisou os cabelos e os prendeu em um coque,fez uma maquiagem clara,colocou seu óculos escuro e por fim tirou a gargantilha que havia ganhado no dia do pedido de namoro e a guardou no seu porta jóia.Tomou um iogurte com mel e desceu até a garagem,dando partida com o destino certo.

Alfonso: Já vaaai!! – Berrou,indo em direção a porta,ele girou a maçaneta e abriu um largo sorriso ao ver quem estava ali – Annie! – Exclamou surpreso – Que bom que não esperou mais! – Ele andou um pouco indo abraçá-la,mas ela deu alguns passos atrás,e o sorriso dele se desfez. – Tudo bem, vamos com calma né!Entra! – Ele deu passagem, e fechou a porta assim que ela passou.

Algo de errado estava ali, aquele  não era o perfume que ele amava, ele se sentou no sofá em frente a ela e só então notou que a gargantilha não estava mais no pescoço dela,ele ia perguntar mas foi interrompido pela voz fria dela.

Anahí : Eu vou tentar ser breve e não me interrompa, eu queria me desculpar por ter feito você achar certas coisas...eu não te amei,infelizmente,eu só gostava muito de você,mas não chegou a ser amor. – Disse, e aquilo rasgou seu coração de uma vez só,ela parou para respirar, dizer aquilo era muito mais difícil do que ela imaginou.
Alfonso: Espera, é uma brincadeira não? – Perguntou,com um sorriso incrédulo – Era para você vir aqui e pedir desculpas,eu também lhe pediria desculpas e ajeitaríamos as coisas!Agora você chega e diz que não me ama? Só pode ser palhaçada! – A olhou,com o pânico tomando conta do seu corpo. – Está mentindo,depois de tudo o que vivemos,de todos os ‘eu te amo’ que saíram da sua boca, não pode ser verdade que não me ama ou nunca me amou!!! – Disse, já pálido com a falta de reação dela.Não podia ser verdade,por Deus,não.
Anahí: Se não acredita na minha palavra,é só reparar atentamente nos fatos: eu tentei de amar, e de tanto tentar convenci a todos que eu te amava, até Maite que me conhece melhor do que eu acreditou que eu te amava,mas eu nunca o amei, apenas gostei de você! – Disse,fria, e sentiu uma dor descomunal ao vê-lo ainda mais pálido com os olhos marejados, dor como se bebesse um copo cheio de pimenta ao invés de suco, quando as primeiras lágrimas escorreram pelo rosto dele, ela sentiu vontade de beijá-lo e dizer que era mentira, mas não podia fraquejar.
Alfonso: Eu não acredito Anahí, se fosse verdade o que diz me encararia nos olhos e diria isto na minha cara,mas não é verdade,sei que seus olhos estão cheios de lágrimas por trás dessas lentes! – Ele soluçou,dentre o choro e continuou – Porque está falando essas coisas Delicinha?Por que está fazendo isso com a gente meu amor? – Ele falava com dificuldade devido ao choro,seu rosto já estava inundado,ele ergueu a mão tentando acariciar a face dela, mas ela recuou.
Anahí: Então eu olho nos seus olhos! – Ela respirou fundo, escutá-lo chamando de ‘’Delicinha’’ ou ‘’Meu amor’’ era forte demais, ela piscou repetidas vezes para espantar que seus olhos estavam realmente lacrimejados,ela sabia que estava fazendo aquilo para o bem dele,para que ele pudesse ser feliz com outra pessoa, ela visualizou uma cena que ela desejava esquecer para sempre e o azul foi substituído por um acinzentado sem vida,que ao encarar os olhos de Alfonso,só o fez chorar ainda mais – Acredita agora que eu não te amo?Se eu te amasse eu teria confiado em você e contado sobre meu passado, teria feito amor ou sexo com você,tanto faz, mas não,eu não fiz nada disso,porque não cheguei a te amar!Apenas gostei de você, e não sabia como dizer que já não gostava mais,mas aí você mesmo disse que seu limite estava esgotando e então resolvi facilitar as coisas e vim aqui terminar tudo antes do seu limite esgotar! – A voz dela tremeu, e ela fingiu uma tosse seca,limpando a garganta para ele não perceber nada.Mais um minuto naquele sofá e ela explodiria de tanto choro que estava prendendo,de tanta dor que sentia por vê-lo naquele estado,ela resolveu terminar logo de uma vez. – Ah, não sei se reparou mas não estou mais com aquela gargantilha, ela não me tinha mais função e acabei vendendo pra um ourive! – Ela se levantou,fazendo um esforço tremendo para se manter de pé,e descobriu que seria mais fácil comer espinhos do que dizer o que estava prestes a falar – Não chore por mim ou por nós,não vale a pena porque eu não vou chorar por você e muito menos pelo que tivemos,afinal eu nunca te amei mesmo!Acho que deu pra entender que isso aqui é o fim! – Ela o olhou com desprezo, e saiu dali sem precisar ver ou dizer mais nada,e assim como ele outra vez, seguiu até o Alan,aos prantos e quase sofreu um outro acidente.

Enquanto Alfonso se debulhava em lágrimas e dor no sofá, ela o fazia deitada na grama,chorava por ter sido agressiva com ele,por tê-lo magoado, sabia que depois do que foi dito naquela sala ela não teria algum perdão,ela havia ferido o sentimento mais profundo dentro dele, havia pisado no coração dele e o humilhado.Ela chorou,tudo o que estava preso durante toda a semana que passou,  chicotes a açoitando nas costas ou óleo quente caindo sob sua pele seria menos doloroso do que a dor que tomava conta de cada pedacinho do frágil e pequeno corpo dela.Quando a noite caiu,ela se ajoelhou em frente as flores e acariciou cada uma delas,dizendo em meio ao choro:

Anahí: Eu vou cuidar daqui, eu fiz o amor dele por mim morrer mas o meu amor por ele não vai morrer, e nem este lugar que será sempre a história viva de que um amor perfeito existiu! – Ela ainda chorou por alguns instantes ali antes de ir para casa, com o resto de força que tinha ela voltou cada foto dele para o mural e para sua escrivaninha,ela observou algumas fotos dentro da caixa e chorando abraçada em algumas,acabou adormecendo.


Seja Bem Vinda Deina Babaloo ;)