Fanfic: Á Prova de Fogo - AyA

Local do Acidente - 05:10

As duas viaturas estacionaram perto do táxi,Alfonso notou que haviam três pessoas dentro do carro e já foi acionando no painel uma nova viatura. Ao escutarem o alarme dos bombeiros, suspiros foram escutados dentro do táxi,e Dulce se perimitiu soltar um ``Acabou`` tranquilizando Anahí.A viatura da polícia chegou e foi isolando o local,afastando os curiosos e facilitando a ação do resgare,as duas equipes dos bombeiros desceram das USA`s e analisaram a cena, planejando como desvirar o carro, decidiram que seria feito um ``guinchamento`` com várias cordas,eles amarrariam duas grandes cordas em cada uma das duas rodas erguidas e puxariam para o carro tombar e ficar com os quatro pneus no chão,para assim o resgate dos feridos ser viavél.

Logo a terceira viatura chegou,e a força tarefa foi montada,enquanto se escutavam os barulhos vindos do lado de fora,Dulce e Anahí respiravam fundo,sabiam que iam ser resgatadas mas não como isso sucederia,e quando o carro foi puxado com uma força descomunal de toda a equipe o carro parou com um baque no chão,as garotas acharam que iam desmaiar com o movimento brusco do automóvel,mas aguentaram a pressão.Uma voz firme e autoritária foi escutada do lado de fora.

xxx:Uckerman comande a equipe um para resgatar o motorista,Herrera comande a equipe dois para resgatar a pessoa da porta direita e eu fico com a equipe três para resgatar a pessoa da porta esquerda.
Rapidamente as equipes foram formadas,os bombeiros agilmente foram nas viaturas buscar o material de resgate e iniciaram suas tarefas.

Resgate-05:20

Alfonso foi com sua equipe para o local designado,ele observou pelo vidro que a vítima era uma mulher e pediu agilidade aos companheiros,porque mulheres são menos resistentes a impactos desse porte.Entretanto,quando foram abrir a porta,não conseguiram já que estava emperrada,ela fora compressada contra o asfalto e não se movia de forma alguma,a única solução seria arrancá-la.E foi isso que os bombeiros fizeram com destreza e eficácia,com o enorme barulho da porta sendo removida Anahí estremeceu toda,e pareceu que sua dor tinha triplicado de intensidade,Alfonso odernou que os outros fossem preparando a maca e um ficasse segurando o colar cervical que ele logo usaria.

Ele respirou fundo e se enfiou dentro do carro,e levantou o rosto para encarar sua paciente e dizer que agora tudo ficaria bem,que não precisava de ter medo,contudo, inexplicavelmente ele não conseguiu dizer nada ao encontrar os azuis dos olhos de Anahí.Não eram apenas olhos azuis,eram olhos que expressavam angústia,dor,medo e desespero de uma forma muito viva e intensa,e mais que tudo,eram o retrato mudo de um pedido desesperado por ajuda e socorro.

Ela ficou paralisada com aqueles olhos verdes a olhando,embora ele não tenha visto ela sentiu cada fio do seu braço arrepiar,e tudo que conseguiu fazer foi deixar mais lágrimas caírem por seu rosto,lágrimas que foram como facadas no coração dele,ele não sabia explicar nada,só sabia que ver aquela mulher pálida chorando era como se o açoitassem e ele tinha que fazer aquilo parar,e como numa descarga de adrenalina, todo seu corpo protestou em resposta,e ele prontamente disse:

Alfonso:Não se preocupe,eu estou aqui com você.Tudo vai ficar bem!!!- Ele falou sorrindo,transmitindo confiança,que foi aceita por cada célula do corpo de Anahí,ela acenou com a cabeça.

Ele não reparou mas pela primeira vez em toda sua vida profissional ele usou o pronome``eu`` e não o ``nós``(que referia a equipe),sem perder o contato visual ele prosseguiu- Só não chore mais,por favor!-Pediu sincero,e ela deu uma fungada e diminuiu o choro,ela não sabia porque fizera isso,mas obedecê-lo agora era algo que ela faria sem nem pensar.Ele se adentrou mais no carro e tirou o cinto dela com muito cuidado,em seguida se levantou e seu rosto ficou a centímetros do dela,era estranho mas agora ele percebia um brilho a mais nos olhos dela,e sentiu seu corpo se aquecer com o brilho vindo sutilmente daquele olhar azul e não recusou a discutir com seu cérebro,seus olhos estavam brilhavando também.

Esquecendo de qualquer ação que ele tinha que fazer,a única coisa que seu corpo se permitiu fazer foi esticar a mão e pousa-lá na testa dela,retirando os fios que estavam ali,ensopados de sangue e suor.Alfonso institivamente começou a fazer um carinho ali,era algo único para ele,cada fibra do seu dedo era atraído pela pele dela,como um imã ou algo do tipo,ele não conseguia e não queria parar de descrever os movimentos circulares e calmos naquela região,eliminando cada ruga de aflição que ali estava.

Ao sentir o carinho em sua testa,Anahí sentiu como se sua dor estivesse indo embora,e a cada movimento dos dedos agéis em sua testa era como se um pouquinho da sua dor fosse embora.Ela fechou os olhos e pela primeira vez depois do acidente, conseguiu ficar relaxada,não era uma sensação de paz apenas,era algo sublime,deliciosamente reconfortante.Mesmo com a luva,ela pode sentir a maciez dos dedos do bombeiro e o calor que a mão dele emanava,a respiração dele quentinha,ali perto do seu rosto era como um sopro de vento na primavera,refrescante e gostoso de se sentir.

Alfonso não soube dizer quanto tempo ficou ali massageando a testa dela,não estava preocupado com isso,apenas queria continuar ali,perto dela,mas uma voz o interrompeu abruptamente.

yyy:Herrera está tudo bem?Precisamos tirá-la rápido e levá-la pro hospital!!!
Alfonso:Está tudo bem sim,já saio com ela!-Respondeu visivelmente irritado,não estava nada bem mesmo,eles queriam tirar ela dali de perto dele.

Com muita dificuldade Alfonso conseguiu retirar sua mão da testa dela,seu braço estava petrificado e não parecia colaborar para ele mover a mão para longe da testa daquela mulher,ela ia questionar o motivo absurdo por ele ter retirado sua mão da testa dela, mas foi impedida por uma onda de dor percorrendo cada fibra do seu corpo,no instante em que os carinhos cessaram a dor a golpeou novamente e ela soltou um gemido de dor.

O que bastou para que ele recobrasse a consciência que ela estava sofrendo e ele precisava fazer algo.Ele esticou o braço para fora do carro,recebendo o colar cervical(que protege a coluna,impedindo que ela se lesione deixando a pessoa paraplégica ou tetraplégica),e colocou com extrema delicadeza e deixou o braço atrás do colar,se abaixou um pouco passando o outro braço por debaixo dos joelhos dela,ele ia levantar com ela quando escutou um sussurro em seu ouvido.

Anahí:Eu...não...quero...morrer!-Pediu chorosa,e em meio a muita dor para conseguir pronunciar algo.Alfonso não sabia distinguir qual era a sensação que predominava no seu organismo:a corrente elétrica que espalhou em seu corpo devido ao sussurro ou a angústia de vê-la sofrer tanto.Ele juntou o corpo nela mais junto ao seu,seu corpo pedia por isso e o dela também,e ela agradeceu mentalmente por ele ter feito isso.
Alfonso:Eu não vou deixar você morrer!-Respondeu com a voz doce,mas segura,com a boca praticamente colada no lóbulo da orelha dela.
Anahí:Pro...promete?-Sua voz saiu ainda mais baixa.Ele ergueu o rosto e colocou seus olhos na altura dos olhos dela,outra corrente percorreu seu corpo,ele não pensou duas vezes e roçou o nariz no dela brevemente,ambos se sentiram extremamente completos com esse gesto,o coração atingira um nível de batimentos elevado demais,nunca antes sentidos por eles,um podia sentir o coração do outro,e com os narizes colados ele respondeu meigamente.
Alfonso:Prometo pela minha vida!-Sorriu em seguida,com um último resquício de força ela deu um sorriso e não aguentando mais tanta dor,desmaiou nos braços dele.

Uma pena que ela tenha desmaiado e não tenha visto o olhar dele perder o brilho e tornar-se um verde escuro,ela não viu o rompante que ele saiu do carro e colocou-a na maca com um cuidado exagerado,como ordenou para que imobilizassem a perna dela com a maior cautela que conseguissem,como ele tirou a bomba de oxigênio do colega de equipe e bombeou o ar numa agilidade impressionante,que ele nunca fizera antes,e assim trazendo-a do desmaio,como ele pegou na mão dela enquanto berrava para os companheiros correrem o mais depressa póssivel com a maca para dentro da ambulância,como aplicou precisamente a dose de adrenalina(um hormônio que em alta quantidade faz uma constrição dos vasos sanguíneos,aumentando a pressão que aumenta o numero de batimentos cardíacos)em sua veia fazendo com que seu coração batesse mais rápido e sua pressão elevasse evitando um novo desmaio,como ele acariciava sua face no trajeto até o hospital,como as mãos de Alfonso estavam frias e trêmulas,como ele respirava agitadamente,como estava nervoso por ela ter desmaiado,como ele estava preocupado por ela estar pálida demais,como ele rezava em voz baixa para que ela ficasse bem enquanto limpava o sangue do rosto dela e tentava conter o sangue que teimava em escorrer pelo ferimento no alto da testa.Infelizmente,ela também não viu ele entrando com a maca dela no PS e passando o quadro clinico prévio dela para o médico plantonista,e como ele quase agrediu o médico quando ele pediu que ele soltasse a mão dela,pois levaria ela para realizar os exames,Anahí também não viu ele encarar a porta pela qual a maca dela passara com os olhos sem vida.

Mas uma vez ele não soube explicar o por quê ficou sem respirar e da sensação de ser sido golpeado por um soco violento no abdôme quando levaram ela para longe dele,por quê ele sentia um vazio dentro de si,por quê seu corpo estava frágil,temendo desabar no chão,por quê cada parte de seu corpo estava suplicando para que ele voltasse pra perto dela,por quê aquela sensação angustiante estava lhe impedindo de respirar,por quê ele estava chorando. Na verdade,ele não sabia explicar nenhum desses ``por quês``,ele só sabia de uma coisa:precisava estar perto dela,não por alguns minutos,mas em todos os segundos.