Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Rodrigo bem que gostaria de colocar tudo em pratos limpos com Julia, mas entende que não é o melhor momento pra falar de sentimentos, ainda que estes movam plenamente as vidas de ambos, que silenciosamente sofrem por não estarem mais perto um do outro. Como nunca, Julia vem precisando de atenção e afeto, pois no prazo de semanas perdeu duas pessoas importantes de seu mundo.
Rodrigo sente-se culpado pela morte de Rebeca, no carnaval e acredita que Julia o odeie por isso, embora acusar o namorado seja a última alternativa a passar pelos confusos pensamentos da filha de Edu.
Por não ter liberdade para se abrir com a mãe, prefere conversar com Ricardo, amigo de todas as horas, com quem tem bastante afinidade. Dico está visitando a casa do amigo e encontra Paty ajudando Marilda (mãe de Ricardo) nos afazeres do lar:

Rodrigo:- Não sabia que visita trabalhava.

Ricardo:- Ela veio morar aqui.

Rodrigo:- Sério?

Ricardo:- O pai dela judia muito. Pelo menos aqui ela não apanha...

Rodrigo:- Você deve estar adorando, não?

Ricardo:- Com certeza.

Rodrigo:- Ao menos a sua gatinha ta ao seu lado, ao contrário da minha, que sequer olha pra mim quando passa por perto.

Ricardo:- A briga foi tão feia assim?

Rodrigo:- Eu acabei falando que ela me faz sentir culpado por estar vivo, mas na verdade eu me sinto culpado pela morte da sogra. Se não fosse eu ter cobiçado tanto aqueles ingressos, assassino nenhum iria ter enquadrado a dona Rebeca e eu estaria bem feliz com a Julia.

Ricardo:- Você já disse a ela que se sente culpado?

Rodrigo:- Ela diz que não, mas eu sei que sim.

Ricardo:- Seria um bom momento pra você reatar com ela, já que ela ta precisando de carinho, companhia, essas coisas que só nós namorados podemos dar.

Rodrigo:- To longe de ser um bom namorado. Sou um fracasso em tudo que faço.

Ricardo:- Claro que não, amigo. A Julia gosta de você. O problema é que ela é muito orgulhosa pra chegar e admitir que precisa de você, entende?Nessas horas só mesmo o amor pra resolver os dilemas. Ta certo que eu não entendo nada, sou só um iniciante, mas acho que quando a gente gosta muito da gata tem que deixar a marra de lado e lutar por ela.

Rodrigo:- Eu...Hoje mesmo eu vou ligar pra ela e falar tudo que to sentindo sem medo...

Ricardo:- Assim é que se faz.

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Otavio e Regina convidaram Julia e Paloma para arrumarem os pertences de Pri.
Por consideração pelo tempo de amizade, os pais de Priscila liberaram relíquias da garota para as melhores amigas guardarem como lembrança. Outras, mais valiosas, serão levadas para a Lapa. As roupas de que Pri mais amava terão um canto especial no guarda-roupa de Otávio e Regina, enquanto o restante será doado.
O apartamento que antes esbanjava vida, em nada se parece com o mórbido silêncio da partida, do improvisado recomeço para fugir das dolorosas lembranças de uma quarta-feira que mudou para sempre o destino de uma família inteira, a destruindo sem chance de conserto.
A condição sexual de Pri em nenhum momento foi mencionada e Paloma foi tratada do mesmo modo que Julia, até com mais honra por ter sido ao lado da amiga/namorada que Priscila passou seus últimos dias de vida.

Regina:- A Pri teve muita sorte de ter conhecido vocês.

Julia:- Nós é que tivemos.

Otavio:- Vocês trataram muito bem nossa estrelinha, foram as melhores amigas que ela poderia querer e nós só temos a agradecer pelos bons momentos que juntas vocês passaram, pelos bons valores transmitidos e pela sinceridade que fez da Pri uma menina mais alegre e confiante.

Paloma:- A Pri é muito especial, continua sendo e sempre vai ter um espaço só dela no meu coração, não importa que eu conheça outras pessoas e as ame. A Pri é uma fase especial e feliz da minha vida, a qual eu tão cedo não me esquecerei.

Regina:- O caminhão da mudança já deve estar nos esperando... Venham aqui...

A cena se passa no dormitório de Pri, cujo branco das paredes assusta.

Regina:- Venham nos dar um abraço antes de ir...

As meninas, emocionadas, se dirigem até Otavio e Regina e são abraçadas pelo casal, visivelmente debilitado por conta da tristeza:

Otavio:- Sempre que quiserem nos ver, sabem onde estaremos. Serão sempre bem-vindas.

Regina:- Podem até pensar que somos fracos por estarmos indo embora, mas não faz mais sentido permanecer aqui depois do que houve.

Julia:- A decisão de viver ou não aqui cabe apenas a vocês e todos têm de respeitar.

Otavio:- Podemos recomeçar em qualquer outro lugar, embora o nosso maior incentivo não esteja mais entre nós.

Paloma:- Está olhando por nós.

Julia e Paloma auxiliam Otavio e Regina com as malas e se despedem com alguns pertences da amiga falecida.

Paloma:- Eu posso até vir a amar outra pessoa, mas do jeito que amei a Pri, nunca irei amar mais ninguém.

Julia:- Do que você ta falando, Paloma?

Paloma:- De algo entre mim e Pri.

Julia:- Vocês eram...?

Paloma:- Eu continuo sendo.

Julia:- Por que nunca me contaram?

Paloma:- Porque pensamos que não era o momento, Julia. Foi tudo meio recente, ainda estávamos confusas, nos adaptando a essa cilada que o cupido nos deu, mas por mais efêmero que tenha sido, cada minuto valeu a pena.

Julia:- Eu nunca percebi nada de diferente.

Paloma:- Não há nada de diferente. É uma vertente do amor e se é amor, não importa a forma demonstrada, é amor e pronto.

Julia:- To um pouco chateada por terem escondido isso de mim...

Paloma:- Eu não podia adivinhar como você iria reagir, mas de qualquer modo é bom poder contar com você.

Julia:- Sua mãe sabe?

Paloma:- Não e nem vai saber.

Julia:- E os pais da Pri?

Paloma:- Quando souberam, quase colocaram a Pri pra fora de casa. Arrependeram-se um pouco tarde por tê-la tratado mal.

Julia:- Como é que não fiquei sabendo disso?

Paloma:- Você tava grudada com o Rodrigo dia e noite, pra cima e pra baixo e além do mais a gente podia resolver isso sem precisar alardear. Sofremos o que sofremos sempre juntas.

Julia:- Como se minha amizade não valesse de nada.

Paloma:- Você fica chocada quando falam de certas coisas, quer sempre bancar a certinha puritana, então imagine só se a Pri e eu chegássemos e contássemos que estávamos namorando sério. Se os pais dela reagiram mal, quanto mais você.

Julia:- Obrigada por ter me descartado.

Paloma:- Eu não estou te descartando, aliás, desculpa por não ter contado antes...

Julia:- Estou sendo a última a saber. Como deveria me sentir?

Paloma:- Também não é pra tanto, Julia. Talvez agora com você sabendo, todos fiquem sabendo também.

Julia:- Eu não quero discutir, ta bom?

Paloma:- Eu também não.

Julia e Paloma caminham cada uma para sua respectiva casa. Julia está chocada por ter de admitir que a constatação de Rodrigo não era imaginação do garoto e Paloma está chateada porque Julia quer sempre ser a santa da turma e por ter assumido sua homossexualidade, teme que a filha de Edu a discrimine, embora não haja motivos pra isso.

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Enquanto os pais de Pri estão indo embora de Curitiba, Cadu está chegando e arrumando as malas no quarto em que dividirá com o primo Guilherme enquanto morar na cidade.
Cadu não consegue tirar Tita do pensamento, mas infelizmente tem noção de que a musa de seus sonhos
namora Gui e parece estar bem apaixonada por ele:

Cadu:- No último telefonema você não me disse nada sobre estar namorando, aliás, você próprio tinha dito que não queria mais saber de namorar. Que houve?

Guilherme:- Conheci alguém que me fez mudar de ideia.

Cadu:- Quando e como vocês se conheceram?

Guilherme:- Na festa de uma guria lá da sala. Até o último minuto eu não ia, mas a gurizada me arrastou pra festa e lá eu acabei vendo a Tita. Foi à primeira vista...Cheguei nela e rolou...

Cadu:- Vê se não brinca com ela, hein?A gatinha ta te levando a sério.

Guilherme:- Eu também to levando a sério.

Cadu:- Queria eu conhecer uma deusa dessas, cara. Só você mesmo... Vai à festa pra pegar geral, mas encontra
uma gata pra casar.

Guilherme:- Que mané casar, cara. É a última coisa que eu penso...

Cadu:- Foi só um modo de dizer...Hoje em dia ta difícil encontrar uma menina legal, bonita, inteligente e que ao mesmo tempo quer namorar, andar de mão dada, fazer amor, essas coisas aí...

Guilherme:- Do jeito que você fala é porque ta carente.

Cadu:- Carente?Eu?Bem capaz...

Guilherme:- Estar namorando é bom, é muito legal, mas ser solteiro também tem um monte de vantagens...

Cadu:- Quais?

Guilherme:- Que negativismo, cara. Cada fase tem suas vantagens...

Cadu:- Você é um dos caras mais escrotos que eu conheço e arranja mulher legal a dar com o pé, agora eu tenho imã pra pegar mulher problemática, que não gosta de nada do que eu gosto, que abomina meu estilo...

Guilherme:- Primeiro você tem que saber o que quer pra daí investir. Eu, por exemplo, sei o que quero, o que  gosto e é nisso que procuro pensar. Eu sou 100% cético, mas sei que é fato:a lei da atração existe e se você pensa em mulher problemática, vai continuar atraindo mulher assim pra sua vida. Antes de idealizar, primeiro mude o seu modo de pensar e aí sim sua vida vai mudar 100%. Você ainda vai falar pra mim que encontrou uma baita gata dos seus sonhos, você vai ver.

Cadu (pensa):- Eu até encontrei, mas infelizmente é de você que ela gosta.