Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Paula:- Me desculpe pelo papelão de ontem a noite.

Eduardo:- Pra que se desculpar?Você não fez nada...

Paula:- Eu acabei estragando a noite falando de mim, mas de qualquer forma, se você não se enjoou de mim, poderíamos marcar de sair mais vezes. Você é uma ótima companhia.

Eduardo:- Se é assim, poderíamos ir a um lugar que goste.

Paula:- Não conheço tantos pontos turísticos dessa cidade.

Eduardo:- Posso levá-la pra conhecer, se quiser, é claro.

Paula:- Adoraria!

Edu e Paula estão na sala dos professores aguardando o primeiro sinal.

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Julia está sozinha, pois não reatou com Rodrigo e brigou com Paloma.
A suspeita de que o pai possa estar apaixonado preocupa mais ainda a garota que gostaria muito de ter com quem conversar.
Ao ver Tita e Gui namorando, aos beijos, se lembra dos bons, embora poucos, momentos com Rodrigo, mas o orgulho a troco de nada prevalece e a faz continuar sem falar com ele, ainda que desrespeite os próprios instintos.
Rodrigo ao menos conversa com Ricardo e Paty, cujo clima de paixão está aumentando sem que percebam ou precisem beijar-se para provar. Dico, mais do que nunca, sofre pela ex-namorada.
Durante a aula de geografia, o professor (aquele mesmo mencionado no caso das falsas autorizações) pediu para que a turma se reunisse em duplas ou trios. Apenas Cadu e Julia não estão cumprindo as exigências do mestre:

Prof Geo:- Pois bem, vocês dois, que tal formarem uma dupla?

Julia:- Mas eu quero fazer o trabalho sozinha.

Prof Geo:- Em duplas ou trio, por favor.

Julia, um pouco encabulada, une sua carteira com a de Cadu, mas não consegue se concentrar no dever proposto no quadro negro:

Prof Geo:- Quero as cabeças pensando e dever feitinho até o fim da aula.

Cadu:- Eu já aprendi isso lá na outra escola. Se quiser, eu respondo.

Julia:- Nunca te vi por aqui.

Cadu:- Entrei anteontem.

Julia:- Seja bem-vindo. Me chamo Julia.

Cadu:- E eu me chamo Carlos Eduardo, mas pode me chamar só de Cadu. Eu prefiro.

Julia:- De que colégio você veio?

Cadu:- Um lá de Pindamonhangaba. A propósito, sou primo do Gui.

Prof Geo:- Cabeças pensam em silêncio...

Cadu e Julia acabam por passar o intervalo juntos, mas os pensamentos do primo de Gui estão ocupados por Tita. Julia sente falta de Rodrigo:

Julia:- Esse professor é um dos mais chatos do colégio.

Cadu:- Segundo as confissões do Gui, a mais chata é a tal da Carmen.

Julia:- A galera exagera. A Carmen só é uma professora muito séria e quer que prestemos atenção na aula dela, o que parece ser pedir demais.

Cadu:- Você não gosta muito de bagunça.

Julia:- Detesto baderna...Se não fosse uma dessas bagunças organizadas, minha melhor amiga ainda estaria viva.

Cadu:- O que ela teve?

Julia:- Há uma semana atrás ela, tentando apartar uma briga, foi baleada na cabeça e morreu na hora.

Cadu:- Que triste!Imagino que seu coração esteja em mil pedaços. Melhor amiga é só uma. Por mais que os outros
sejam legais, melhor amigo é único. Eu nunca passei por isso, mas imagino que a dor seja colossal.

Julia:- Ainda bem que o clima de tensão diminuiu, mas não queria que tivesse sido por um preço tão alto.

Cadu:- Posso não ser um melhor amigo, mas gosto muito de conversar e além do mais to chegando na cidade, não conheço quase ninguém...

Julia:- Também não sei o que é isso, mas imagino que esteja se sentindo fora do lugar. Nada como estar em casa...

Cadu:- Eu já vim várias vezes, mas sempre como visita. To estranhando um pouco esse friozinho porque na minha cidade faz mais calor, mas sei vai ser bem melhor pra mim morar aqui.

Julia:- Quer meu telefone?Também adoro conversar, mas agora que to sem melhor amiga, to completamente deslocada.

Cadu:- Você só tinha ela de amiga?

Julia:- Tenho mais alguns amigos, mas...

Cadu:- Eles não estudam aqui?

Julia:- Não, quer dizer sim, estudam aqui, mas não estamos num momento muito bom...

Cadu:- Todo mundo de luto, confuso...Nada que o tempo não acalme...

Julia:- Acho que nem em um milhão de anos eu vou me conformar com o que aconteceu.

Julia admitiu que não estava animada para assistir as duas últimas aulas e Cadu a convidou para passear.
Os `amigos` pularam o muro do colégio e se aventuraram pela cidade enquanto se conheciam melhor.
Sem ponto turístico definido, Julia conduziu Cadu até o cemitério em que a mãe está enterrada:

Julia:- É aqui que mora uma das pessoas mais especiais que já pisaram na Terra.

Cadu:- Sua mãe?

Julia:- Morreu no mês passado.

Cadu:- Do que?

Julia:- Ela reagiu a um assalto e foi baleada na cabeça. Morte instantânea.

Cadu e Julia sentam-se em cima de um mausoléu abandonado:

Cadu:- Coincidência horrível. Duas pessoas queridas morrem no mesmo mês e quase da mesma forma. Imagino como deve estar sua cabeça...

Julia:- Eu queria poder estar aqui também.

Cadu:- Por que?Você ainda é uma menina nova, cheia de vida, de chão te esperando. Por que pensar assim?

Julia, que está mais sensível do que nunca, acaba se esquecendo do fato de nem mesmo conhecer direito Cadu e começa a chorar.
Cadu, que ao contrário do primo, não se irrita ao ver uma menina chorando, tira um lenço do bolso do casaco preto e entrega nas mãos de Julia. Sentando-se ao lado da menina, a abraça e permite que ela chore.
Rodrigo também costumava ser carinhoso assim, mas Cadu não a pressionava a ficar calma e parecer bem mesmo não estando. Palavras não se faziam necessárias, não acalmariam o coração aflito, em nada mudariam os fatos do passado.
Julia, sempre acostumada a ser o pilar moral dos amigos, de Andréa, nunca se deixava ser consolada ou ser vista chorando, mas a dor que a invadia era muito grande, grande demais para carregar sozinha.
Para o mundo deveria continuar sorrindo, fingindo que nenhuma tragédia aconteceu, o que estava sendo muito difícil.
Os minutos transformaram-se em horas. Julia chorou bastante e embora houvesse parado, a melancolia estampada em seu olhar permanecia e marejava os olhos de Cadu. Abraçados como se conhecessem há muito tempo, continuavam em silêncio.
Cadu, segurando as mãos de Julia por entre as suas, as afagava e então os olhos fecharam-se, os rostos aproximaram-se e um beijo que não estava no script aconteceu.
Poderia ser apenas carência de ambas as partes ou um desejo que se fez notar. Nada importava.