Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

É Segunda-feira novamente em Curitiba...

Márcio acorda de muito bom humor e enquanto a mãe está preparando o café da manhã, como há anos não fazia, abraça a mãe e em sinal de afeto, a beija na testa. Eny, muito contente, retribui o gesto de carinho e profetiza:

Eny:- Tudo que você quer virá até você, filho amado. Creia em Deus e nunca duvide de sua obra.

Márcio:- É hoje, mãe.

Eny:- O que é seu vai ser seu e ninguém vai poder tirar de você. O que Deus escreve no livro da vida, ninguém pode modificar. Deus tudo vê, tudo sabe. Pode ter certeza que se isso for pro seu bem, vai acontecer, seja hoje ou não.

Márcio:- E minha princesa vai estar lá pra me dar todo apoio.

Eny:- Você me fala tanto dela... Por que não a traz pra nos conhecer?

Márcio tem vergonha da humilde casa em que reside, por isso tem um acesso de raiva com a própria mãe:

Márcio:- Nem morto. Imagina só, a Cris mora num castelo, mãe. Bem capaz que eu vou trazê-la aqui em casa... Eu sei lá, a menos que você queira que ela termine comigo.

Eny:- Se essa menina gostar de você, tem que saber da tua condição, meu filho.

Márcio:- Mas eu não quero que ela saiba. Nosso namoro ta indo muito bem e eu quero que essa boa fase dure pra sempre.

Eny:- Quem gosta da gente, gosta do jeitinho que a gente é.

Márcio:- O mundo não pensa assim, mãe.

Darci não está presente porque já foi para a Agência do Trabalhador na esperança de que seja seu dia de sorte.

Eny:- Quando conheci seu pai, sabia muito bem que ele não era nenhum milionário, mas isso não impediu que eu me apaixonasse por ele e enxergasse as tantas virtudes que ele tem.

Márcio:- Isso pode ter funcionado pra você, mas comigo as coisas não são bem assim.

Eny:- Porque você está dando importância a valores equivocados. Se você olhasse pra dentro de você e soubesse o quanto é maravilhoso, iria parar de achar que só vai ser feliz se for galã de novela e cheio da grana.

Márcio:- Vai me fazer desistir do meu sonho?

Eny:- Isso nunca, filho amado. Você sabe que sua felicidade é muito importante pra mim e o que for bom pra você, vai ser bom pra mim também.

Márcio:- Essa é minha última esperança, mãe. Precisa dar tudo certo hoje ou sei lá, eu me mato.

Eny:- Se não for dessa vez, oportunidades não faltarão. Quando algo tem que ser seu, demore o tempo que demorar, vai ser seu.

Quando Márcio chega ao colégio, espera por Cris, mas não a encontra. A cada aula, a esperança de vê-la diminui.
Cris, por sua vez, passou o fim de semana chorando de saudades do amado e hoje está iniciando um novo ciclo no colégio interno.
Alfredo e Luciana acreditam que mantendo a filha longe deles, conseguirão fazer com que a garota deixe de gostar de Márcio.

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Renata está em crise e seus pensamentos viajam para bem longe do colégio.
Adoraria poder conversar com Gui, mas agora que ele se converteu para a igreja de Michelle, passa mais tempo com a nova amiga e se esquece completamente da namorada.
Cadu percebe que Tita está isolada e resolve passar o intervalo ao lado dela:

Cadu:- Acho que alguém aqui teve um fim de semana não muito bom.

Renata:- Péssimo é eufemismo.

Cadu:- Se você ainda ta chateada por causa do professor, esquece. Você é novinha ainda e logo vai saber o que fazer com a sua vida. 90% da classe ta na mesma situação que você, mas prefere mentir pra parecer legal. Pelo menos você é ousada e fala as coisas na cara.

Renata:- Gostaria de não ser tão ousada. Só tomo no cu.

Cadu:- O Gui disse que você escreve cartas lindas pra ele. Não li nenhuma, nem ouso, mas se ele disse, devo acreditar. Ele quase não fala nada.

Renata:- Eu tenho umas ideias um pouco fora do comum e acho que elas não seriam muito bem vistas pelo mundo.

Cadu:- Você imaginou se o mundo inteiro pensasse igual?Seria um verdadeiro desastre!Já pensou o que seria do preto se todo mundo gostasse só de rosa?Existe preferência pra tudo, Tita. Sei lá, acho que essa juventude de hoje em dia só cultua a fachada e esquece das boas ideias, mas não é por isso que você vai se esconder e ser igual a todo mundo. Se você quer ver a diferença, seja a diferença.

Renata:- Queria que seu primo me dissesse essas coisas bonitas.

Cadu:- Não são coisas bonitas, são as verdades que você precisa saber. Pra você se encontrar, primeiro precisa saber que está perdida.

Renata:- Você também escreve poesia?

Cadu:- Tento...Mas o Gui me disse que você escreve pra caramba...

Renata:- Bobagem.

Cadu:- Posso ver?

Renata está segurando a agenda entre as mãos e enrubesce, pois normalmente na outra escola, quando os meninos pediam pra fazer isso, era para zoar com ela.

Renata:- Não sei...

Cadu:- Se você não quiser, eu respeito, mas eu adoraria ver uma das suas poesias. Vai que uma gênia está escondida aí atrás desse rosto vermelho, hein?Só hoje, vai.

Renata:- Você é quem sabe.

Tita entrega a agenda nas mãos de Cadu na página já aberta da última poesia que escreveu. Cadu começa a ler e não precisa nem terminar para concluir:

Cadu:- Você tem muito potencial. Deveria mostrar isso ao professor de português.

Renata:- Bem capaz.

Cadu:- Por que?O que tem de errado?

Renata:- Tudo.

Cadu:- Eu não sei quem coloca esses pensamentos autodestrutivos na sua cabeça, mas você tem que se esforçar pra tirá-los. O mundo precisa de cabeças pensantes, que não tenham medo da verdade, de ir na contramão do modismo. Você é a voz dos oprimidos e em seus versos nos mostra outra perspectiva de mundo sob o seu olhar, que de certa forma é o que muita gente pensa.

Renata:- Ninguém nunca me disse isso.

Cadu:- Tem muita gente que vai tentar te fazer acreditar que não é boa e tudo porque eles sabem que você tem capacidade de ir longe. Quem tem medo de arriscar sempre vai querer desanimar os corajosos dizendo que o caminho é longo, difícil de seguir, mas se você ignorar essas malditas vozes, vai perceber que tem um futuro incrível a sua espera.

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Paula e Andréa são amigas apesar da diferença de idade. Elas lancham na sala de matemática e colocam as conversas em dia:

Andréa:- O que você fez de bom ontem?

Paula:- Fui ao Parque Barigui. Quase te chamei pra ir junto...

Andréa:- Podia ter chamado. Eu adoraria ter ido, isso, é claro, se você não estivesse com seu namorado.

Paula:- Não tenho namorado.

Andréa:- Você é muito bonita. Duvido que esteja solteira...

Paula:- Eu estou conhecendo uma pessoa que diz gostar muito de mim, mas ainda não sei se isso vai pra frente.

Andréa:- E como ele é?Ele é bonito?O que ele faz da vida?

Paula:- Ele é muito querido, prestativo, simpático e sim, é muito bonito, mas às vezes só beleza não compensa. Já namorei caras bonitos e me decepcionei porque além disso eles não tinham mais nada a me oferecer.

Andréa:- Desde que meus pais se separaram, quando eu tinha mais ou menos uns 7 anos, meu pai nunca mais quis ninguém. Se um dia ele quisesse, gostaria de que namorasse alguém como você.

Paula (pensa):- Será que você vai pensar o mesmo depois que souber que sou eu a mulher com quem seu pai está saindo?

Andréa:- Mas acho que meu pai só vive pro estudo mesmo...

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Ricardo e Rodrigo estão conversando sentados no mesmo muro do colégio onde Márcio e Vanessa também já estiveram.

Rodrigo:- Ela já sabe?

Ricardo:- Não. Não quero que ela saiba.

Rodrigo:- Ela vai terminar com você se souber?

Ricardo:- Eu vou ter que te dizer a verdade: eu nunca consegui falar com ela sobre isso. Sabe, toda vez que tento, acabo usando as palavras erradas ou alguém chega e estraga tudo...Mas, sei lá, prefiro manter isso no platônico mesmo...Duvido muito que ela iria se importar que eu dei uns pegas noutra mina.

Paty, que está chegando até onde o primo está, ouve essa última frase e vai embora chorando. Ricardo nota a presença da prima e vai atrás dela.

Ricardo:- Paty, Paty.

Patrícia continua caminhando.

Ricardo:- Patrícia, me ouve...

Patrícia:- Eu já ouvi o que eu queria.

Ricardo:- Pois não é o que eu queria ter dito.

Ricardo segura nos braços de Paty e quando ela se vira de frente pra ele, abaixa a cabeça para que ele não a veja chorando:

Ricardo:- Por que você ta chorando?

Patrícia:- Não te interessa.

Ricardo:- Você ta chorando porque gosta de mim também?

Patrícia:- Não seja ridículo.

Ricardo:- Se você não se importasse com o que eu faço, não estaria chorando.

Patrícia:- Eu devia saber que tudo aquilo que você disse é mentira.

Ricardo:- Eu não minto, Paty. Nunca menti pra você. Sou transparente e falo tudo.

Patrícia:- De que adianta gostar de você se não sente o mesmo por mim?

Ricardo:- Pode ter certeza que se eu te disse te amo é porque te amo mesmo. Eu fiquei com essa menina, mas ela não conseguiu me fazer deixar de gostar de você.

Patrícia:- Mas nós somos primos e...

Ricardo:- Isso não vai ser argumento pra eu não te beijar.

Patrícia:- Se eu me aproximar de você, será o prenúncio de uma tragédia, Ricardo.

Ricardo:- Nem que eu tenha de manter esse segredo durante toda a vida, Paty. Eu amo você do fundo do meu coração, querida. Não gosto de vê-la chorar desse jeito. Eu sei que pode parecer estranho, mas se você também me ama, não tenha medo de tentar. Se vai dar certo ou não, só vamos saber se tentarmos.

Ricardo, com as pontas dos dedos, enxuga as lágrimas de Paty e a beija.
Rodrigo e mais algumas pessoas da turma que estão ali por perto começam a fazer folia para o novo casal, que encabulado, se afasta.