Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Arlindo:- Que ele não ta se esforçando é até maldade dizer.

Ofrásia:- Isso é verdade, Arlindo. Talvez ele esteja mesmo falando sério. 

Vanessa, que levanta em seguida, olha o desenho do irmão com asco e procura defeitos:

Vanessa:- Que coisa ridícula é essa?Coxudos MCS?Meu irmão é um imprestável mesmo...

Sem muitas novidades, alguns dias se passam e quem acha que Arlindinho estava brincando, sabe que está errado, pois o garoto está levando muito a sério o grupo de rap que formou, tanto que se reune com seus colegas todos os dias no final da tarde para juntos cantarem e dançarem. Normalmente as reuniões ocorrem na casa de Ofrásia.
Os Coxudos MCS ainda não tem nenhuma canção escrita, mas a parceria com os amigos tem feito Márcio se acalmar quanto ao que diz respeito a perda de Cristina, o que não quer dizer que a tenha esquecido.

Arlindinho:- Ai sarará sarará starituts stará jenny fom no bóqui...

Arlindinho está tentando cantar `Jenny from the block - Jennifer Lopez`.

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Cristina está adquirindo a confiança das colegas do colégio interno para poder burlar a lei e voltar a manter contato com Márcio.
Alfredo e Luciana acreditam ter tomado a decisão certa e consideram o problema resolvido. O casal já cancelou as matrículas de Márcio nos cursos de modelo e informática e está investigando todos os passos de Cris até o dia de ir embora.
Pela fatura do cartão de crédito, o comandante da PM descobre que a filha presenteou o namorado com itens caros, embora o garoto não tenha desfrutado de nada, pois quem está lendo DDP desde o começo sabe bem que quando Márcio ganhou o uniforme da Nike, foi humilhado no flagrante armado pelo próprio Alfredo e teve as vestes confiscadas e o Nike Shox que Jaburu ganhou foi usado para pagar a dívida que o jovem tinha com Ronei:

Alfredo:- O vagabundo estava se aproveitando do nosso modo liberal de criar a Cris para se aproveitar dela. Olhe isso, meu bem.

Luciana está sentada em frente ao computador da filha e vasculha todos os arquivos, sites que a adolescente visitou e se enoja ao encontrar canções de rap na pasta de músicas, já que Cris, inspirada por Márcio, passou a ouvir rap para sentir-se próxima dele, da realidade do Brasil, embora isso nem de longe conseguisse fazê-la enxergar o quanto é bela, magra, capaz.

Luciana:- Está chocado porque não viu o que eu vi, meu bem.

Luciana se choca com o nome de uma música e a coloca para o marido ouvir:

Luciana:- Veja o que aquele vagabundo estava ensinando nossa filha a ouvir... 

Alfredo se choca com o teor da letra de rap e desliga o som depressa:

Alfredo:- Como é que nossa filha, toda instruída, bem amada, bem vestida, bem cuidada, se entrega totalmente a um vagabundo como esse tal de Jaburu? 

Luciana encontra fotos da festa dada por Cris e sente asco de ver a filha aos beijos com o rapaz:

Luciana:- Enquanto estivemos longe, transformaram nossa casa num gueto. Venha ver essas fotos, meu amor... 

Alfredo:- Eu não queria ter sido tão radical com a Cris, pois o problema não é ela, mas não vejo outra alternativa a não ser separá-la desse sujeitinho. Ela não percebe que ele a está levando para a sarjeta, estando prestes a desonrar nosso sobrenome perante a sociedade...

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Edu e Paula estão cada vez mais apaixonados, mas continuam conversando às escondidas porque ainda não sentem coragem de oficializar o namoro. Para Edu, o namoro com Paula começou quando eles se beijaram lá no Parque Barigui naquele dia do piquenique, enquanto Paula, na verdade, está esperando o pedido oficial do professor.
Com o clima de Páscoa cada vez falando mais alto, os mestres resolvem, juntamente com Raimunda, fazer uma pequena surpresa aos alunos do C.E.P.E.M., tanto que juntos, os 3, conseguem fazer outros professores entrarem na causa e fazerem uma vaquinha para comprar doces e distribuir, na quinta-feira santa, uma pequena lembrancinha aos estudantes.

Márcio (reclama):- Que pobreza!Em colégio particular, os alunos ganham ovo de marca boa tamanho número 20.

Raimunda, que está indo de sala em sala entregar as lembrancinhas, se chateia com o comentário de Márcio e dá uma bronca feia nele:

Raimunda:- Pois tem muito aluno que não merecia ganhar nem isso. Ora essa, nota-se a ingratidão a quilometros.

Carmen raramente permite que interrompam suas aulas, mas tratando-se de uma visita de Raimunda, o discurso muda completamente:

Carmen:- A escola gasta dinheiro que nem tem pra satisfazer um bando de alunos vagabundos que mereciam uma barra de carvão pelo mau comportamento. Acham que Natal se resume a presente e Páscoa é só chocolate, depois não querem ser conhecidos como a geração futilidade...Estão ganhando de graça, sem merecer e ainda reclamam...

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Guilherme continua cada vez mais fanático pela nova religião e Tita sente-se cada vez mais solitária, mais infeliz e sequer pode contar com alguém, pois grande parte da turma ainda a vê com maus olhos por causa de Vanessa e seu único amigo, Cadu, está mais preocupado em seduzir Julia, que na verdade está ficando com ele por ficar, embora o jovem jamais vá substituir Rodrigo.
Desde aquela aula de sociologia, Renata não consegue pensar em outra coisa que não seja decidir seu futuro e as perspectivas são terríveis, já que a garota é uma negação com os números, nada entende de biologia, odeia física e química, é criticada pelos professores de artes, só leva bolada nas aulas de Educação Física e só se sente a vontade quando bate o último sinal. Escrever é seu refúgio e a caneta é sua melhor amiga, mas jamais ousaria a abrir seu coração com alguém, aliás, quem a entenderia?
Por mais que seja uma solução radical demais, que a princípio não vá resolver os problemas, é o que Tita consegue enxergar como solução.
Reclusa em seu quarto na casa de Felix e Helena, Tita passa boa parte dos dias esboçando cartas de despedida, pensando em métodos menos dolorosos para acabar com a própria vida e Helena se preocupa, mas não encontra momento propício para conversar com a enteada.
Renata está deitada de barriga para cima na cama ouvindo Heart shaped box - Nirvana quando Helena bate com força na porta do dormitório em que a filha de Félix está hospedada:

Helena:- Tita, Tita.

Renata abaixa o volume do rádio e responde Helena:

Renata:- Oi...

Helena:- Preciso que faça um favor pra mim.

Helena dá nas mãos de Tita uma lista de ingredientes necessários para preparar o jantar, já que a família receberá visitas. Renata, depois da primeira estadia na casa do pai, perdeu o medo de andar sozinha na rua e acata a ordem da madrasta que aproveita a saída de Tita para ir até o quarto dela onde encontra, em cima da cama, um papel suspeito e telefona para Meire. Trata-se da carta de despedida de Tita.
Renata está tão desesperada que durante o trajeto até o mercado, para no meio da rua com o sinal verde:

Renata:- Sintam-se a vontade pra passar por cima de mim. Podem me matar!Fiquem a vontade!

Mas os carros buzinam e desviam o caminho:

Renata:- É PRA ME MATAR, PORRA!EU NÃO QUERO MAIS VIVER, CARALHO!DÁ PRA ALGUÉM ACABAR COM ISSO LOGO?

Quanto mais implora para a atropelarem, mais os automóveis desviam dela. Sem outra alternativa, Tita conta os minutos para voltar para casa e acabar com o sofrimento, mas ao abrir a porta, encontra Meire sentada no sofá de dois lugares segurando em mãos a carta secreta que havia escrito antes de sair. Felix também está em casa e diga-se de passagem, extremamente chocado com as atitudes insensatas e inexplicáveis da filha mais velha.

Helena:- Ta ficando louca, Renata?

Renata:- Você leu o que estava escrito, né?

Helena:- Mas é claro!

Renata tinha a intenção de se suicidar discretamente e não imaginou que Helena pudesse ser capaz de esmiuçar sua privacidade como fez:

Renata:- Você não tinha esse direito.

Meire (chorando):- Estava no trabalho quando a Helena me ligou aos prantos me contando o que estava acontecendo.

Renata:- Ela é uma mentirosa intrometida e não tem direito nenhum de entrar no meu quarto.

Felix:- Primeiramente jamais se refira a um adulto como mentiroso e a Helena não é "você", é senhora.

Helena:- Felix e Meire, a Renata chega à casa e fica o dia todo falando sozinha tracada no quarto. Como madrasta, fico preocupada com minha enteada...

Renata (retruca):- Não preciso da sua preocupação...

Helena:- Saber-me Deus o que estava acontecendo, eu tive que intervir...

Renata, de pé, olhando para os próprios pés, gostaria de ter uma metralhadora para chacinar Helena. Sem armamentos, tentaria vencer com as palavras, embora o descontrole fosse seu único comparsa:

Renata:- VOCÊ NÃO TINHA DIREITO DE ENTRAR NO MEU QUARTO E INVADIR MINHA PRIVACIDADE!

Felix:- Isso não é maneira de falar com a Helena, ouviu bem, mocinha?

Renata:- E você não se mete porque não é da tua conta...

Meire:- Mãe nenhuma nesse mundo gostaria de ler o que Helena me contou ao telefone...O que você ta pensando da vida, Renata Muriel?Você ta louca?

Meire, ainda em estado de negação, lê na íntegra a carta de despedida de Tita:

Meire:- Querida Mamãe,

Aqui é a Tita, a causadora de toda dor em sua vida.
Tomei uma decisão: vou me suicidar neste feriado.
Por favor, não se assuste ou tente impedir.
Receba esta notícia com profundo alívio, pois nunca mais terá de se preocupar comigo.
Espero que concorde com minha escolha e não procure entender as razões.
Descobri, da pior forma, que não pertenço a este mundo imbecil, jamais concordarei com todas as besteiradas que o sistema quer que sigamos.
Não possuo amigos e agora meu namorado, antes ateu convicto, agora passa o dia falando em línguas estranhas e afirmando que o juízo final está chegando.
Não encontrei um caminho o qual pudesse encontrar todas as respostas para minhas indagações e jamais senti vontade de abrir meu coração com você, pois nunca procurou me entender.
Sei que nunca fui uma boa filha, só estraguei seus sonhos de juventude e me desculpe por isso.
Você bem que podia ter usado preservativo, não?
Não quero ser velada nem enterrada pra ficar o resto da eternidade mofando em cemitérios, viu?
E nada de hipocrisia em dia de finados, ta?Não quero flores murchas representando um falso amor.
Se não me tratou bem em vida, não é depois da morte que tudo vai mudar...
Se possível, atenda a meu único desejo: creme meu corpo e despeje minhas cinzas na praia de Guaratuba, pois foi lá que passei o fim de semana mais feliz da minha vida o qual precisei inventar uma falsa pesquisa de geografia pra poder viajar com o Gui e romper com a infância, antes tão presente...
Nesta mesma viagem experimentei maconha pela primeira vez, experimentei bebida alcoólica e pratiquei vandalismo em propriedade alheia.
Se ainda não tiver enfartado de desgosto, saiba que falsifiquei sua assinatura e coloquei um piercing no umbigo.
Você poderia estar evitando tudo isso se não tivesse dito tantos nãos desnecessários.
Não sei como terminar esta carta. Quer dizer, não sei se você vai terminar de lê-la, pois provavelmente estará surtando de ódio e amaldiçoando o dia em que foi para a cama com meu pai.

Felix (admite):- Fiquei muito chocado quando soube que experimentou maconha...

Renata:- Experimentei sim... Por que?

Helena:- Sua respondona...

Renata:- Cala a boca e não se mete na minha vida.

Felix (extremamente furioso):- Experimentou maconha com o dinheiro que EU me sacrifico o mês todo pra colocar nessa casa?

Renata:- Que drama...

Felix:- Que drama!Drama é que nós passamos na sua mão, senhorita Renata.

Meire (urra):- Não te disseram que maconha vicia?

Helena (ardilosa):- Não só vicia como serve de trampolim pras drogas mais pesadas...Alguns usuários, no extremo desespero, chegam a agredir e extorquir os próprios pais para sustentar o vício. Isso quando não saem roubando na rua...

Renata não consegue olhar dentro dos olhos dos três adultos do recinto porque está completamente nervosa e sabe que nesse estado, as palavras que saem de seus lábios não a favorecem.
Da menininha exemplo de todos, Tita havia se tornado a rebelde, inconsequente e agora drogada e suicida.

Felix (irônico):- Já se drogou hoje?

Renata (enraivecida):- E o que isso te importa?

Felix (berra):- Isso me importa SIM porque você está sustentando o vício com o MEU dinheiro e o dinheiro de sua mãe, mocinha...

Meire:- E enquanto você não se sustentar sozinha não pode falar assim conosco, Renata. Você não é melhor do que eu. Você mora debaixo de nossos tetos, come da nossa comida e além de tudo é uma inútil que nem mesmo serve pra estudar...A Helena vem me contando que suas notas estão HORRÍVEIS e que você não faz nada a não ser dar prejuízo e desgosto. Quando você se formar numa faculdade, se bancar sozinha e morar noutra casa pode fazer o que bem quiser, mas enquanto estiver sob nossa responsabilidade deve explicação de todos os seus atos, queridinha...

Renata preferia a morte logo de uma vez. Poderiam até tentar moralizá-la com o tradicional sermão, mas não poderiam impedí-la de fazer o que havia se proposto.

Meire:- E ainda por cima falsificou minha assinatura.

Helena:- Pra colocar um piercing. Poderia ter sido pior, não?Assinar um cheque pra comprar drogas...

Meire poderia linchar Renata apenas pelo olhar, tanto que quando caminha em direção a filha, esta já se prepara para o pior.
Meire sacode a adolescente e ergue com violência a baby look para encontrar o piercing:

Meire:- E TUDO POR CAUSA DE UM MALDITO PIERCING.

Renata:- Todo mundo usa piercing hoje em dia, mãe. Eu sempre pedi e você me disse não.

Meire:- Não fale mais comigo, Renata.

Renata (protesta):- Mas mãe...

Meire (suplica):- Por favor, Renata, eu não quero ouvir sua voz.

Felix (enérgico):- Arrume suas coisas e vá pra casa da sua mãe. Nós não queremos você por aqui...

Meire (indignada):- Por que a batata quente tem que parar SEMPRE nas minhas mãos, hein?

Felix:- Você conseguirá lidar com a Renata melhor do que nós. Daqui a uns dias, o Juninho (Felix JR) vai nascer, então nestes últimos dias de gestação, não quero que Helena se aborreça com nenhuma porcaria...

Renata percebe de vez que só pode contar consigo mesma e sabe que tudo poderia ter dado certo se Helena não tivesse se intrometido, tanto que antes de ir arrumar sua mochila, quase bate na madrasta:

Renata (tomada pelo ódio):- TA SATISFEITA AGORA?

Felix (de costas para a filha):- BASTA, RENATA. BASTA. CALE ESSA BOCA E VÁ ARRUMAR SUAS COISAS SENÃO EU MESMO IREI.

Durante o trajeto para casa, Meire e Renata não trocaram uma palavra sequer. A atmosfera estava tensa e ficaria ainda mais.

Meire:- Quem é que consegue colocar tanta abobrinha na sua cabeça, hein Renata?Por acaso é esse seu namoradinho louco. Você já não é normal e ainda vai pegar alguém pior?

Renata:- Não mete o Gui nisso, mãe. Ele não tem culpa de nada...

Meire (debochada):- Ah não?Não é ele que liga arrotando pra casa dos outros?Não é ele que fica tacando ovinho podre em todo mundo por aí?Não é ele o louco roqueiro?"

Renata:- Dá pra parar de ofender o Guilherme, mãe?Por que você implica tanto com ele?

Meire:- NÃO SOU VOCÊ, SOU SENHORA. Dá pra ver que em pouco tempo esse roqueiro vadio te ensinou a ser mal educada com os mais velhos...

Renata:- Não fale mal do Gui porque ele não está envolvido nisso e saiba que se não fosse por ele eu continuaria sendo aquela babaca submissa que vivia debaixo da sua saia, sem vida própria, sem liberdade, sendo apenas uma réplica sua, mas graças a Deus o Gui surgiu no meu caminho e me ensinou a ser eu, então deveria agradecer e não recriminá-lo.

Meire:- Pois é, dona Renata, mas desde que você se envolveu com esse vagabundo ficou respondona, preguiçosa, irresponsável e inconsequente...

Renata:- Você não devia ficar exigindo perfeição de mim, pois quando erra nunca admite, mas EU quando erro sou obrigada a pedir desculpas e aguentar seus esporros...

Meire (implicante):- Não gosto desses termos que você usa agora...

Renata:- São termos que todo mundo usa, mãe...

Meire:- Mas eu não gosto que esses termos sejam usados dentro desta casa."

Renata:- É por isso que me rebelo, mãe. Tudo que faço você implica, tudo que digo você me contraria e tudo que quero você me proibe de fazer...

Meire:- EU QUERIA PERGUNTAR A DEUS ONDE FOI QUE EU ERREI?ONDE FOI QUE EU ERREI, MEU DEUS?ONDE FOI QUE EU ERREI?

Renata (desabafa):- Você quer que eu seja uma cópia sua, mas eu não quero essa vida pra mim. Eu não quero viver tentando ser o bastante pra você, tentando obter seu amor por merecimento, tendo sempre que me matar noites e noites pra tirar 10 porque se tirar menos você vai virar a cara. Não quero ser sempre a aluna exemplo porque se você souber que conversei, vai me recriminar. Na infância isso colava, mas eu cresci, mãe. Eu to crescendo e descobri que não quero passar a vida inteira necessitando da sua aprovação pra ser feliz porque eu cansei disso. Cansei, sabia?Cansei de tentar impressionar e nunca ser notada, cansei de ter de fingir ser um personagem que não sou pra agradar você, cansei de viver aprisionada pelo medo de errar. Medo que você implantou em mim. Eu não posso viver sonhando seus sonhos nem seguir os caminhos que segue porque eu sou diferente, mãe?Entendeu isso?Eu não sou você em miniatura, então pare de me tratar assim porque eu não nasci pra ser manipulada. Sei que não sou perfeita, mas isso tudo ta fazendo parte do meu crescimento e se não me deixar passar por isso nunca vou poder evoluir, caminhar sozinha, como sempre joga na minha cara quando faço algo não previsto em seu roteiro imaginário e metódico. Se quisesse tanto meu bem como diz, primeiramente perceberia que há tanto tempo eu to clamando por socorro, mas não, simplesmente prefere se envenenar com as palavras da Helena e ficar contra a própria filha, mas enfim, faça o que quiser.

Meire:- Não sei o que você ta querendo, Renata. Sinceramente, nem sei mais quem é você.

Renata:- Ah mãe, que foi, hein?Agora vai dar pra me encher de sermão?

Renata leva uma forte bofetada no rosto e chega até a colocar as mãos na face em sinal de dor.

Meire:- Ta querendo se matar, é?

Renata (surta):- TO SIM POR QUE?

Meire:- JÁ PENSOU QUE SE VOCÊ SE MATAR O MUNDO VAI CONTINUAR GIRANDO MESMO SEM VOCÊ?

Renata:- Obrigada por destruir mais ainda meu orgulho...

Meire:- QUER VIRAR HAMBURGUER DE VERME?QUER ME DAR MAIS PREJUÍZO?PARECE QUE VOCÊ NÃO PENSA, MENINA...EU VEJO AS FILHAS DOS MEUS AMIGOS E TODAS ELAS TÊM A MESMA IDADE QUE VOCÊ. ELAS SÃO TÃO MADURAS, DECIDIDAS E APOSTO MINHA VIDA COMO NÃO FAZEM OS PAIS PASSAREM INCÔMODO. QUANDO ELES PERGUNTAM DE VOCÊ EU MUDO DE ASSUNTO DE TANTA VERGONHA QUE TENHO...

Renata:- QUER SABER?FODA-SE!Eu vou me matar do mesmo jeito.

Meire (cínica):- ENTÃO TA, RENATA. FIQUE A VONTADE PRA FAZER O QUE BEM QUISER COM SUA VIDA.

Renata:- Já era tempo, né mãe?

Renata dá as costas para a mãe, entra em seu quarto, fecha a porta, se senta na cama, tira a mochila e suspira aliviada, imaginando que todos os seus problemas terão fim e é então que Meire arromba a porta com um forte chute, começa a espancar a filha, tira a roupa dela, a leva até o chuveiro quente e a surra até ver a adolescente sangrando e urinando:

Meire:- Você estragou minha juventude. Por causa de você não pude cursar a faculdade dos meus sonhos, tive que me casar com aquele pateta do Felix e tudo pra que?Pra criar você que desde que veio ao mundo só me dá desgosto, me decepciona, me incomoda. Bem que tinham me dito pra abortar, mas não, a idiota aqui quis ter a praga que hoje só gosta de ser conhecida como Tita. Se você quiser se matar, tem todo meu apoio agora. Quer se suicidar?É só falar que eu tenho milhões de calmantes, tenho veneno de rato, uma corda muito boa pra você se enforcar e tenho milhões de giletes pra você se cortar inteira. Vai desistir agora?

Renata (chorando):- Para, mãe. Para...

Meire:- Quanto mais você me pedir pra parar, mais eu vou continuar. Minha vontade agora é te matar. Se você pensa que eu te amo, está muito enganada. Se pensa que eu faço questão de tê-la aqui em casa, não faço não. Se quiser, pode arrumar suas malas e ir embora, pois ninguém vai sentir a sua falta. Ninguém.