Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Andréa estranha o comportamento de Gui, já que dentro do colégio ele vive com Tita e nem a olha de relance, mas por ser educada, mantem a conversa em um nível agradável e acaba não saindo de frente do computador, passando a noite inteira teclando.
Edu se levanta para preparar o café da manhã e encontra Andréa dormindo em cima do teclado. Em vez de espancá-la e sair berrando, como Meire faria, o professor cutuca a filha com as pontas dos dedos para acordá-la:

Eduardo:- Filha, filha...

Andréa desperta e percebe que dormiu numa posição péssima:

Andréa:- Oi...

Eduardo:- Parece que a conversa estava muito boa.

Andréa desliga o computador ainda sem saber como deixou isso acontecer.
Cadu, por sua vez, zoa com o primo (imitando Raimunda e seus trejeitos) para ele acordar:

Cadu:- Hei mocinhoooo! (bate palmas) Se não acordar, vai levar chazão...

Guilherme:- Ahn?

Guilherme sai do computador e vai para sua cama onde se cobre e se espreguiça:

Cadu:- Acorda, cara. Hoje é o último dia de aula...dessa semana...

Guilherme:- Acho que não vou.

Cadu:- Tem prova.

Guilherme:- Grande bosta...

Cadu:- E depois se diz cristão. Tenho pena desses falsos santos.

Guilherme:- Pô, cara, só um dia.

Cadu (zoa):- Só um dia?Você faz isso quase sempre, meu. Não sei como ainda passa de ano...

Tita fica chateada por não poder contar com a presença do namorado.

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Ricardo:- Oba!A partir de hoje até domingo vamos poder ouvir a Malacubaca na madrugada, né, Paty?

Patrícia:- Já ouviram aquela velha que liga pra rádio toda noite pra falar besteira?

Julia:- Acho que já...

Rodrigo:- Eu nunca ouvi.

Julia:- Fala sério, né, Rodrigo?Todo mundo já ouviu!

Rodrigo:- Todo mundo menos eu!

Ricardo:- Não me diga que tua mãe proibe você de ouvir rádio também?

Rodrigo:- A meia-noite sim.

Patrícia:- Música é música a qualquer hora. Qual é o problema dela?

Rodrigo:- Se não fosse por causa de vocês, não estaria metido nessa enrascada.

Ricardo:- Que foi dessa vez?

Julia:- Uma hora vocês vão ser descobertos se continuarem deixando a libido tomar conta. Vocês nem imaginam os pepinos que o Dico ta passando com a mãe dele por acobertar vocês dois!

Ricardo:- Não pensei que fosse tão grave.

Rodrigo:- Minha mãe me olha atravessado, me trata quase a pancada... Acha pouco isso?

Patrícia:- Vocês sabem bem de quem foi a gloriosa ideia, não?

Ricardo (para Rodrigo):- Quando você e a Julia chegarem nesse estágio, vão entender direitinho o que a gente ta passando.

Julia:- Com a sogra que tenho, nem me arrisco a me aventurar.

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Andréa nunca se apaixonou nem namorou ninguém, então não tem nenhuma experiência sobre o amor, mas sabe que a irmã com a mesma idade já namorava.
Por sentir-se mais a vontade com Jackson e Ana, conta a eles o que ocorreu a noite anterior:

Andréa:- Do nada assim ele veio falar comigo. Nem parecia aquele ogro imbecil que faz piadas de todo mundo.

Jackson:- Será que era mesmo ele?

Ana Carolina:- O Gui namora sério com a Tita...

Andréa:- Mas em nenhum momento da conversa ele a mencionou...

Jackson:- Sempre percebi que esse garoto não presta. Quer brincar com você...

Ana Carolina:- Abre os olhos com ele. Quando ele começar a arrastar asinhas pra cima de você, o corte imediatamente...

Andréa:- Ele pareceu ser tão meigo, tão atencioso... Ficamos conversando até altas horas da noite...

Jackson:- Por detrás da tela do computador ele pode ser quem quiser. Você não pode ver mesmo...

Andréa:- Eu sei me defender e conheço muito bem os tipinhos como ele... Não caio tão fácil nesse papinho bobo não. Posso até ter cara de bobinha, mas não sou.

Os amigos não entenderiam que Guilherme consegue fazê-la rir e a diz palavras que de certa forma consolam-na, a fazem se esquecer do stress da semana de provas, da tristeza por ter perdido a mãe, de não ser tão extrovertida e sensual como a irmã.

Andréa (pensa):- Por que ele falaria sério comigo?O que nós temos em comum?

Basta anoitecer para o tormento voltar:

Guilherme:- Oi...

Andréa (pensa):- Não vou dar moral... Vou ser bem fria, distante... Se ele quiser mesmo me magoar vai perceber que está falando com a pessoa errada, pois não sou qualquer uma não... (diz) Oi...

Guilherme:- Como foi seu dia hoje?

Andréa:- Ah, foi bom, mas muito corrido... E você?Por que não foi à aula hoje?

Guilherme (admite):- Não me deu vontade.

E a conversa que iria ser curta se prolonga pela madrugada toda...

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Tita, eternamente questionadora, não se conforma com certas proibições impostas por sua doutrina e por mais que vá à igreja com Michelle, cante, exalte a Deus, o vazio de sua alma permanece.

Renata:- Queria poder saber o que significa esse vazio dentro do meu coração...Desde que me entendo por gente ele está ali a me atormentar, me questionando sobre quem realmente sou... Pensei que quando crescesse, tudo isso passaria. Cresci e continuo infeliz. Pensei que tendo um namorado enfim minha vida faria um pouco de sentido, que nada!Pensei que indo à igreja como manda o figurino essa angústia cessaria... A Mi logo vai dizer que é o diabo que ta colocando esse tipo de pensamento na minha cabeça, que esse vazio se preenche com a religião... Minha mãe provavelmente vai dizer que sou uma menininha mimada e fútil que reclama da vida sem ter motivo e o Gui, que deveria pelo menos fingir me entender, sequer se importa comigo...

Meire comenta com Horácio:

Meire:- Queria saber a origem dessa tristeza infinita da Tita. Vira e mexe essa menina sai do quarto com cara de quem chorou.

Horácio:- São os hormônios, Meire. Logo essa crise adolescente se estabiliza.

Meire:- Acho que essa tristeza toda tem nome...

Horácio:- Por que não vai conversar um pouco com ela?Mas sem gritar...

Meire:- Até parece que eu só grito com a Tita.

Meire bate na porta do quarto de Tita para conversar com ela e a encontra deitada na cama de barriga para cima:

Meire:- Filha, ta tudo bem?

Renata:- Tudo indo...

Meire:- Indo bem ou indo mal?

Renata:- Bem...

Meire:- Pela tua cara não parece não.

Renata não confia plenamente em Meire. Sente-se mais a vontade percorrendo a cidade toda para meditar no viaduto onde tem suas melhores ideias, o mesmo que semanas antes foi detida por vadiagem.

Renata:- Minhas prerrogativas podem não passar de dúvidas... Mistérios que atormentam, confundem, iludem, mas não esclarecem... Continuam sendo apenas dúvidas e muitas delas talvez carregue pelo resto da vida como feridas incuráveis... O vento frio da solidão me avisa que a tempestade está próxima. Não possuo abrigo, muito menos um amigo que possa me estender a mão. Monólogo interior, a solução. Loucura. Predileção. A morte me assedia em lentas doses de dor justificadas pelo prazer de procurar o que não consigo aceitar. Sim!Eu poderia ver tudo de modo diferente, inerente ao sonho que deixei pra trás quando resolvi mudar, quando me perdi pra te encontrar.

O que a faz ter medo de escrever é se lembrar que a própria mãe desmerece suas palavras:

Meire (flashback):- Você só escreve coisas sem nexo, menina. Quer que eu te interne?

Renata, como há tempos não acontecia, se recorda da infância, da professora do primário e da surra de Meire que foi o divisor de águas em sua vida. Tita se recorda com exatidão de cada cintada, cada xingamento, cada urro de dor e se debate na cama tendo pesadelos horríveis, os mesmos que a atormentaram durante toda vida.