Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Ajoelhada no asfalto, Raimunda chora compulsivamente ao ver seu cachorro morto:

Raimunda:- MEU LALAU NÃO... É MENTIRA, É MENTIRA QUE MEU BEBÊ MORREU... LALAU...

 

Os estudantes do C.E.P.E.M., seja entre os muros ou na rua mesmo, assistem a tristeza de Raimunda, que pela primeira vez perde o controle da situação.
O motorista do carro que acabou com a vida de Lalau tenta contornar a situação consolando Raimunda:

 

Motorista:- Tentei frear a tempo, mas não consegui, senhora...

 

Raimunda:- O QUE VAI SER DE MIM SEM VOCÊ, LALAU?ME DIZ, POR FAVOR. ME DIZ QUE ISSO É MENTIRA, QUE NÃO ESTÁ ACONTECENDO, MEU BEBÊ. COM VOCÊ NÃO... COM VOCÊ NÃOOOO...

 

Meleca:- Tia, se acalma ae...

 

Raimunda:- MINHA VIDA ACABOU...

 

Alunos baderneiros se aproveitam da situação e fogem da escola. Outros zoam a diretora por estar chorando por causa do cachorro.

 

Paloma:- Ah credo!Todo esse dramalhão por causa de um cachorro?

 

Ricardo ouve alguns comentários e sai gritando escola afora:

 

Ricardo:- Lalau morreu. Ta todo mundo liberado.

 

Andréa (confusa):- Quem disse isso?

 

Ricardo:- Não sei, mas ta todo mundo liberado.

 

Andréa:- Só acredito no fato se ele for dito por uma fonte confiável.

 

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Cadu está chorando de dor na enfermaria. Telma, que está ouvindo a Rádio Malacubaca e fumando cigarro dentro da sala improvisada, reclama:

 

Telma:- Se não quisesse bancar o aventureiro, não tava aí todo quebrado.

 

Lindomar:- Que tristeza que nada, povão!Na Rádio Malacubaca é só alegria...

 

******

 

Renata, em silêncio, sente a tristeza de Raimunda por amar Cricri do mesmo modo que a diretora amava Lalau.
Ricardo vê um monte de alunos indo embora do colégio e comenta com Paty, Dico e Julia:

 

Ricardo:- Acho que já liberaram a gente pra ir pra casa.

 

Julia:- Nem sonhe com isso!

 

Rodrigo:- Não viu que ta todo mundo indo embora?Que aula vai ter sem aluno na sala?

 

Patrícia:- Aula da Carmen é bosta, então to indo nessa, pessoal.

 

Ricardo:- Acho que vou com você, amor.

 

Julia (reforça a voz):- Bosta pra mim não é uma aula de história, mas quem pensa isso.

 

Patricia:- Pedi tua opinião?

 

Julia:- Tenho pena de você...

 

Patrícia:- Não preciso de `pena`, pois quem tem `pena` é galinha.

 

Ricardo:- Paty.

 

Patrícia:- Ela começou. A santinha.

 

Julia:- Antes santinha do que a cabeça de bosta.

 

Patrícia:- Pense o que quiser. To cagando e andando pra você.

 

Julia:- Pois é, fodona, se você fosse mulher de verdade, assumia suas trepações com o priminho em vez de prejudicar o Rodrigo perante a mãe dele...

 

Rodrigo:- Julia, por favor...

 

Ricardo:- A gente vai assumir.

 

Patrícia:- Ricardo, não precisa ficar se explicando pra santinha. O que a gente faz ou deixa de fazer não é da conta dela nem de ninguém.

 

Julia:- Ah... Do modo como você fala até parece que não importa, mas você ta prejudicando meu namorado e aí quem entra na briga sou eu.

 

Ricardo:- Va... vamos resolver tu... tudo isso na pa...paz, gente. Sério.

 

Rodrigo:- Vamos embora, Julia. Briga não leva a nada.

 

Patrícia:- Eu vou primeiro.

 

Patrícia engancha em um dos braços de Ricardo e vai embora do colégio com ele.

 

Rodrigo:- Sinceramente, eu não quero assistir a aula da Carmen. Se com ela já é chato, quanto mais com a galera apresentando trabalho.

 

Julia:- Se você não assistir a aula vai levar falta.

 

Rodrigo:- Não me importo em levar falta.

 

Julia:- Beleza, mas vê se não vai na onda do Ricardo pra não virar outro babaca, hein?

 

Quando Rodrigo está saindo pelo portão, dá de cara com a temida orientadora Gerusa, chamada às pressas para cuidar do colégio, pois Raimunda está passando mal e foi levada pela ambulância para o pronto-socorro, a mesma que também cuida de Cadu.
Gerusa percebe que muitos jovens estão indo embora e como Rodrigo é um deles, o barra:

 

Gerusa:- Aonde o senhor pensa que vai?A aula não acabou, não.

 

Rodrigo:- Eu... Eu...

 

Gerusa:- Se não quiser levar suspensão, entre na escola.

 

Rodrigo:- Mas falaram que tava todo mundo liberado.

 

Gerusa (ríspida):- Quem disse isso?

 

Rodrigo:- Todo mundo.

 

Gerusa:- Todo mundo quem?

 

Rodrigo:- O Ricardo.

 

Gerusa:- E cadê ele?

 

Rodrigo (dá com os ombros):- Foi embora!

 

Quando Carmen chega à sala de História, só encontra Andréa sentada na primeira carteira em frente a da professora:

 

Carmen:- Você sabe onde é que o resto da turma foi parar?

 

Enquanto isso, lá embaixo...

 

Renata:- Se a galera disse que a gente foi liberado, dá pra sair na boa. Ó lá a velha Gerusa guiando todo mundo...

 

Leitão:- Guiando?Ta dando pra ouvir daqui os berros da criatura.

 

Guilherme:- Eu vou embora. Coleciono ocorrência e elas nunca dão em nada. Raimunda faz isso só pra mostrar serviço e quem estuda aqui no C.E.P.E.M. há anos sabe disso...

 

Iago:- Gente, se o Lalau é filho da Raimunda e morreu, é motivo suficiente pra gente estar liberado. Vambora nessa...

 

Ao verem Carmen descendo as escadas, os jovens saem correndo e ela os persegue:

 

Carmen:- Se pensam que vão fugir do trabalho, estão muito enganados.

 

Os metaleiros, acostumados a pular o muro para matar aula, o escalam em questão de segundos e Tita, por ainda não ter essa habilidade desenvolvida, fica para trás e é perseguida por Carmen:

 

Carmen:- Não pense que eu vou esquecer disso, hein?Vou lembrar muito bem no dia do conselho de classe...

 

Tita corre para dentro do banheiro feminino e entra numa cabine vazia onde se tranca. Carmen, insistente, bate na porta:

 

Carmen:- Saia daí. Saia daí e me olhe nos olhos dizendo que não fez o trabalho...

 

Renata, sentada no vaso sanitário com a tampa, encolhe as pernas para não ser vista por Carmen:

 

Carmen:- Se não sair daí, chamo a Gerusa e arrombo essa porta, ouviu bem?

 

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Wanderley é informado sobre o acidente de Cadu:

 

Wanderley:- Caiu de skate tentando imitar o Tony Hawk?

 

Marisa (aflita):- O que tem o Cadu?

 

Wanderley (avisa Marisa):- O Cadu ta no hospital porque caiu de skate naquela escada tentando fazer acrobacias com os amigos, mas o Gui ta bem...

 

Marisa:- Esses meninos só inventam moda mesmo...

 

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Gerusa foi chamada por Carmen até o banheiro feminino:

 

Carmen:- E a fanfarrona ta escondida numa dessas cabines aí...

 

Gerusa:- Que lindo, não?Que coisa mais linda desrespeitar a autoridade do professor!Que coisa linda...

 

Renata sua frio dentro da cabine onde está escondida.

 

Carmen:- Te chamei porque ela não quer sair por bem, por mais que eu tenha insistido.

 

Gerusa:- Se não sai por bem, será por mal.

 

Gerusa dá um forte chute na terceira cabine e a arromba, mas encontra uma menina fazendo as necessidades. Enquanto isso, Tita foge do banheiro e vai para casa, onde chega, se deita no sofá e vai assistir a sessão de desenhos da TV Malacubaca.
Meire, que está em casa, olha o relógio e vai até a sala:

 

Meire:- São 10:52, Tita. Não devia estar na escola?

 

Renata:- Lalau morreu!

 

Meire:- E quem diabos é Lalau?

 

Renata:- Lalau é o filho da Raimunda, mãe. Lalau morreu e a gente foi liberado.

 

Meire:- Se eu souber que tem aula e você está gazendo, vou te b... vou ficar muito chateada com você, hein filha?Não é ficando em casa que se recupera nota vermelha.

 

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Em vão, Gerusa foi obrigada a liberar os poucos alunos que ficaram no colégio porque a quantidade não era suficiente para se continuar dando aulas. Julia e Rodrigo, contentes, chegam à casa de Arlete achando que não vão encontrá-la, mas...

 

Arlete:- Não deveriam estar na aula?

 

Julia:- Fomos liberados mais cedo.

 

Rodrigo:- É, mãe, o Lalau morreu.

 

Arlete:- E desde quando a morte de um juiz é motivo pra vocês não terem aula?

 

Rodrigo:- Não é o juiz Lalau, mãe. É o Lalau, cachorro da Raimunda.

 

Arlete:- Mas mesmo assim essa história não vinga muito.

 

Julia:- Mas é verdade, dona Arlete.

 

Arlete:- Sabia que se a destruição viesse hoje eu poderia parar no inferno por estar acreditando nas mentiras que vocês contam para matar aula?Não pensam nas consequencias não?Não pensam em nada além de pecar?

 

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Cadu quebrou as duas pernas, o braço esquerdo e luxou 3 dedos da mão direita, mas não corre risco de vida, apesar de ser muito zoado pelo primo:

 

Guilherme:- Que papelão, hein, Cadu?E me disse que sabia andar de skate!

 

Cadu:- Você não me disse que a escola toda ia assistir a gente, né?

 

Guilherme:- É um covarde, por isso mesmo se quebrou todo...

 

Cadu:- Se eu fosse tão covarde como supõe, não teria enfrentado o perigo, ô mané...

 

Guilherme:- Você perdeu, cara. Nosso colégio virou um caldeirão.

 

Cadu:- E vocês se ferraram muito?

 

Guilherme:- Lalau morreu!

 

Cadu até sabe da existência do cão de Raimunda, mas por não guardar o nome do bicho, franze as sobrancelhas:

 

Cadu:- E quem é Lalau?

 

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Cristina está almoçando na panificadora onde Paloma mora e trabalha e elas conversam:

 

Paloma:- Achei um pouco exagerada a comoção da Raimunda, mas pelo menos me livrei das aulas da Carmen.

 

Cristina:- E aí, miga?Chegou a hora da verdade...

 

Paloma tira do bolso da jaqueta as folhas de caderno da conversa que teve com Márcio.

 

Paloma:- Às vezes se eu disser alguma coisa, posso estar inventando, então prefiro que você mesma leia e tire suas próprias conclusões.

 

Cristina se emociona e abraça as folhas de caderno...

 

Paloma:- Seja qual for o caminho, estou com você, amiga.

 

Paloma faz carinhos nas mãos de Cristina e Berenice, que está assistindo ao jornal local da TV Malacubaca, não vê a cena com bons olhos.

 

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Cadu:- Pra coroa chorar é porque a coisa foi feia mesmo.

 

Guilherme:- Aí já viu, né?Um fala que ta todo mundo liberado e não sobra ninguém no colégio.

 

Cadu:- Sou um besta mesmo!Perdi tudo isso!

 

Guilherme (zoa):- Ninguém mandou se quebrar todo...

 

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Cristina chora com as palavras de Márcio que estão escritas no papel:

 

Márcio (narrando):- Desde que eu me separei da Cristina, não consigo mais fazer nada certo, nem viver direito. Ela era a luz que me guiava, que me levava pra longe do inferno. Era meu anjo, meu anjo em formas esbeltas e voz adocicada, a princesa que sempre sonhei, mas nunca achei que um dia iria ter por perto.

 

Paloma:- Então por que vocês terminaram?

 

Márcio:- Ela terminou comigo porque acha que eu não sou importante na vida dela e acho que já deve estar até namorando com o Villas-Boas de novo.

 

Paloma:- A Cris não diz, mas ta sofrendo muito longe de você.

 

Márcio:- Mas por que ela terminou comigo então?

 

Enquanto Cris lê, é como se Márcio estivesse andando pela favela e pensando em tudo que escreveu. Cris, sentada na cama de Paloma, lê e deixa as lágrimas rolarem:

 

Paloma:- Porque você a ama tanto e não a convidou pra sua festa de aniversário.

 

Márcio:- Eu nem sabia da existência dessa festa e se soubesse antes, teria a chamado, mas nessa época ela tava no colégio interno e...

 

De volta a realidade...

 

Paloma:- Cris, você tava no colégio interno?

 

Cristina:- Sim...

 

Paloma:- Mas... por que?

 

Cristina:- Porque meus pais não aprovam meu namoro com o Márcio.

 

Paloma:- E eu pensando que só minha mãe era neurótica.

 

Cristina:- Ela implicava com a Pri?

 

Paloma:- Muito. Acho que deu até graças a Deus quando a Pri morreu...

 

Márcio (de volta a leitura da carta):- Eu não queria que ela pensasse que não gosto dela, pois se não fosse ela ter entrado na minha vida, eu jamais teria descoberto que posso cantar. Ela sabe que eu vivo por ela até meu último suspiro e se pelo menos eu pudesse explicá-la o que aconteceu, obter seu perdão... Ah, eu seria o cara mais feliz desse mundão...

 

Cristina, chorando muito, embarca no primeiro ônibus rumo à favela dos Coxudos e assim que desce do ônibus, um pouco enjoada, caminha um pouco rumo a rua onde Márcio mora e o encontra caminhando.
Márcio reconhece a amada e ela, soluçando, abre os braços e corre ao encontro dele. O casal se abraça com força no meio da rua de pedra.
Márcio passa as mãos por entre os cabelos de Cris, mas não tem a mínima de esperança de voltar a namorar com ela novamente:

 

Márcio:- Ta tudo bem, meu amor?

 

Cristina:- Eu te amo, Márcio.

 

Márcio beija a testa de Cris:

 

Márcio:- E você sabe que eu te amo mais que tudo, minha princesa. Eu te amo demais!

 

Cristina perde os sentidos e desmaia no colo de Márcio. Quando acorda, está deitada na cama do amado e ele, atencioso e gentil, segura uma das mãos dela e faz carinhos.

 

Márcio:- Tudo certo, meu amor?

 

Cristina:- Acho que fiquei um pouco enjoada dentro do ônibus, mas já to melhor.

 

Eny entra no quarto com um copo de água com açucar:

 

Eny:- Bebe um pouquinho, minha linda. Assim você não desmaia mais.

 

Cristina se senta na cama para tomar água com açucar:

 

Eny:- É você a Cristina?

 

Cristina:- Sou sim. Você deve ser a dona Eny, não?

 

Eny:- O Márcio vive falando de você, querida. Eu nem te conhecia pessoalmente, mas já sabia tudo sobre você de tanto que o meu jaburuzinho fala de você por aqui... Bom, acho que vocês devem ter muito o que conversar e eu não quero ser estraga prazeres...

 

Quando Eny sai de cena, Márcio, preocupado com o desmaio da amada, é franco com ela:

 

Márcio:- Não ta ficando sem comer pra voltar a ser modelo, ta?

 

Cristina:- Minha carreira já era, Márcio. Não existe mais Cris modelo...

 

Márcio:- Mas por que, meu bem?Você sabe que é perfeita!Para de ouvir aquele estilista ridículo e escuta o mano jaburu, o cara que é teu admirador há muito tempo e te acha a menina mais linda do mundo todo.

 

Cristina:- Será que você vai continuar me achando a menina mais linda do mundo quando souber da verdade?

 

Márcio:- Que verdade, meu bem?Você é adotada?