Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

O feriado acabou para muitos estudantes do C.E.P.E.M. que por lealdade a Julia comparecem em massa ao simplório e curto velório realizado numa requintada capela do centro de Curitiba.

Arlete cancelou o castigo de Rodrigo para juntos irem oferecer consolo a família enlutada.

Quando Julia vê Rodrigo chegando, se levanta da cadeira que está ao lado do caixão da mãe e corre abraçá-lo com força. Arlete vai conversar com Edu.

Gui, Pri e Ricardo chegam em seguida ao velório e Ricardo encontra Carmen conversando com um parente de Rebeca. Por não saber do parentesco entre os personagens, comenta:

Ricardo:- Mas até aqui?

Guilherme:- O que ela ta fazendo aqui se nem é parente?

Priscila:- Ser parente dela é castigo...

Guilherme:- Parem de imbecilidade e vamos lá dar os pêsames pras meninas, pô.

*****

Renata conseguiu fugir das investidas dos pais de Ricardo para voltar a Curitiba e encontra Vanessa sentada debaixo de uma palmeira e a própria a reconhece:

Vanessa:- Ei, psiu, gostosa...

Renata:- Oi?

Vanessa:- Aonde vai com tanta pressa?

Renata:- To procurando algum lugar pra ficar até terça...

Vanessa:- Pensei que estivesse de luto.

Renata:- E por que estaria?Não tenho nada a ver com essa história, eu hein...

Vanessa:- Finalmente alguém...

Renata se senta ao lado de Van que lhe oferece um cigarro, recusado instantaneamente e novamente oferecido:

Vanessa:- Não fuma?

Renata:- Não.

Vanessa:- Então não pode dizer que cigarro é ruim...

Renata acende um cigarro, dá a primeira tragada, tosse um pouco, mas continua tentando fumar pra poder impressionar Vanessa e garantir uma companhia pros dias no litoral.

Vanessa:- Andando comigo você pega as manhas.

Renata:- Cadê seus pais?

Vanessa:- Meus pais já voltaram. Sabe como é capiar, mas como eu tenho alguns trabalhos pra fazer por aqui, vou ficar e agora to feliz porque tenho uma companhia.

Renata:- Quem dera meus pais fossem como os seus...

Vanessa:- Tem que se soltar e impor respeito. Você já tem 15 anos na cara, não é mais um bebezinho.

Renata se encanta pelo piercing de Vanessa e pergunta:

Renata:- Seus pais deixaram?

Vanessa:- Nem precisei pedir.

Renata:- Que legal.

Vanessa:- Quer colocar?

Renata:- Queria, mas...

Vanessa:- Você queria, né?Então não quer mais...

Renata:- Claro que quero...

Vanessa:- Então bora pro Lelo...

Renata não sabe nem para onde está indo, mas no trajeto longo conversa com Vanessa e as proezas da moça a fazem esquecer do sol ardente e do cansaço.

Quando chegam ao estúdio do Lelo, Tita nem consegue acreditar que irá colocar o piercing, muito menos que um cara tatuadão e fortão seja amigo de Vanessa.

Renata:- Será que vão atender a gente?

Ao entrarem no sobrado, encontram nas paredes quadros de camurça que mostram as novidades no que diz respeito aos piercings. Nas paredes, grafites psicodélicos e ao subirem nem parece que é domingo de carnaval porque há muitos clientes sentados no sofá:

Vanessa:- Aqui no Lelo não tem feriado não...

Renata vai fazer a ficha no balcão e quem a atende é um rapaz chapado e com dreads no cabelo:

Balconista:- Preenche as paradas aí...Se é menor de 18 tem que mostrar a assinatura do pai ou da mãe...

Vanessa:- Por que não disse antes, filha?Onde é que eu assino, hein?

A TV chuviscada é um enfeite no recinto porque a maioria dos presentes está mais interessado em ser chamado. O filme que está sendo exibido é tão ruim que serve como sonífero após um almoço farto de domingo.

Renata está folheando algumas revistas para tentar driblar a ansiedade que invade seu corpo. Vanessa, esperta no que diz respeito a furtos, consegue surrupiar um belo piercing rosa com penduricalho e uma jóia para a orelha sem ser vista.

Quando vê Tita olhando as modelos com vontade de ter um corpo igual, caçoa em voz alta para todos ouvirem:

Vanessa:- Ninguém gosta de cabide, minha filha.Cabide é pra colocar roupa... Mulher que é mulher tem que ter onde pegar, tem que ter formosura... Uma coisa dessas aí se cair no chão morre porque só tem osso. Eu não. Eu sou a típica mulher brasileira, sou gostosa, tenho onde pegar, sou super requisitada lá na quebrada...Essas revistas aí só querem vender...

Não demora muito para Lelo abrir a porta e sair um rapaz com dois alargadores (um em cada orelha) e chamar Tita:

Lelo:- Renata Ariel...

Renata (pensa):- Maconheiro besta, escreveu errado meu nome...

Lelo:- Renata Ariel...

Renata:- Renata MUriel...

Lelo:- Queira entrar, por favor.

Lelo realiza o procedimento comum quando vai colocar os piercings e a canção de fundo é Pet cemeterry - Ramones, o que faz Tita se lembrar de Gui e ficar menos tensa:

Renata:- Vai doer muito?

Lelo:- Só uma picadinha de nada.

Renata não sente dor quando coloca o piercing no umbigo, mas chora um pouco quando fura a orelha. Terminado o procedimento, Tita recebe algumas recomendações para melhor manutenção dos piercings e quando vai desembolsar a quantia para pagar, é surpreendida:

Lelo:- Não precisa pagar nada.

Renata:- Oi?

Lelo encomendou drogas e por Vanessa ter trazido, os piercings de Tita ficam pela camaradagem. Lelo, Tita e Van ficam conversando por mais alguns minutos...

*****

Enquanto isso, no Ferry Boat...

O mecânico que atendeu Arlindo no dia anterior acabou ficando comovido com a história da família e resolve custear o guincho até Curitiba.

Todos estão agora no Ferry Boat e Josenilda, que achou a máquina fotográfica no meio das marmitas, resolve sair tirando foto de todo mundo.

Arlindo, chucro e nada fotogênico, tenta se esquivar de Josenilda, que ainda brinca com ele:

Josenilda:- Ta fugindo dos `frashe` igual famoso...

Cauê e as crianças fazem pose para serem fotografados e muitas pessoas que estão passando por ali não entendem que para os farofeiros a experiência foi maravilhosa.

Ofrásia, de mãos dadas com Arlindo, está contemplando a linda paisagem litorânea e sente-se na obrigação de confessar ao marido que a viagem pode não ter sido exatamente do modo como planejaram, mas nem por isso deixou de ser inesquecível:

Ofrásia:- Meu bem, sabia que você realizou um sonho meu?

Arlindo:- Qual?

Ofrásia:- Andar no ferry boat.

Arlindo:- Jura?

Ofrásia:- Juro...

Josenilda, que está atentada com a máquina fotográfica, surpreende o casal com uma foto:

Josenilda:- Uma foto do casalzinho...

Ofrásia:- Nem lembrava que tinha trazido.

Cauê:- Eu que achei, Ofrásia.

O motorista do guincho também é fã da cantora de Josenilda e deixa a fanfarrona colocar a fita. Todos são deixados em casa e ao chegar na rua do bar do Jacinto, Josenilda acena para os transeuntes como se fosse uma diva. Ofrásia tenta se esconder, mas não deixa de ser vista.

Arlindo:- Com a Josenilda eu não viajo nunca mais...

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Vanessa bebe cerveja por conta de Tita e em seguida elas vão curtir um trio elétrico em que está tocando axé. Quer dizer, Vanessa vai, mas Tita prefere aproveitar para escrever em seu diário debaixo de uma palmeira, um dos poucos lugares em que se tem sombra.

Apesar de estar se sentindo um pouco cansada, nem cogita a ideia de voltar para casa.

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Já em Curitiba o clima é de luto...

Andréa, Edu e Julia estão conduzindo Rebeca até sua última morada.

Muitas pessoas emocionadas seguem o cortejo fúnebre e ao chegarem até a jazida da família de Rebeca, alguns parentes de Rebeca seguram o caixão e Edu abre a urna em que a ex-esposa será colocada.

Andrea e Julia choram abraçadas. Arlete tenta conter as lágrimas e é em vão, Rodrigo a ampara e chora também. Até Guilherme que não é de se emocionar, deixa o sentimento falar mais alto.

Alguns repórteres locais marcam presença no enterro de Rebeca porque estão cobrindo o caso, embora não consigam chegar perto das meninas.

Arlete, quando a urna é lacrada, inicia uma forte oração em voz alta:

Arlete:- Meu Deus e meu pai, por que razão levastes esta pobre irmã de forma tão cruel?Por que escolhestes esta família para passar por uma grande provação?Tuas razões jamais saberemos, mas pedimos forças para superar esta incomensurável perda...

Mais pessoas passam a orar com Arlete e muitos não conseguem nem falar porque estão muito emocionados:

Arlete:- Receba Rebeca em Teus braços agora, oh Senhor e ampara essas pobres crianças que acabaram de perder a mãe...

Rodrigo está segurando a mão da mãe e de Julia e inevitavelmente se recorda do dia anterior, da forma como desejou os ingressos, da boa vontade de Rebeca de tê-lo levado até o Pagodão e se sente culpado porque entende que a morte da sogra ocorreu minutos depois.