Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Andréa e Julia sequer sairam do quarto durante o dia seguinte. Edu não atendeu a nenhum telefonema.

A única companhia dos enlutados era o silêncio, logicamente, não gostariam de acrescentar palavras porque nenhuma delas, por mais impactante que fossem, não devolveriam a alegria que lhes foi roubada.

Paula, nos dias anteriores, manteve uma relação totalmente profissional com Edu porque não quer se relacionar com ninguém. Ao saber do trágico assassinato de Rebeca, descobriu também que o professor é pai das meninas e, por gentileza, resolve visitar a família.

Edu, que estava lendo em silêncio, fecha o livro e pensa alto:

Eduardo:- Não estou esperando ninguém...

Quando atende a porta e encontra Paula, a professora pergunta:

Paula:- É aqui que mora a Andréa?

Eduardo:- Sim. Quer entrar?

Paula:- Não, não... Eu só vim mesmo pra desejar os pêsames.

Eduardo:- Por favor, queira entrar.

Paula entra em casa e Edu fecha a porta principal. O pai de Andrea e Julia convida a professora a se sentar no sofá de três lugares:

Paula:- Eu... sabe, eu não quis vir antes...na verdade eu não quis vir antes porque não sei o que dizer, mas lamento muito a perda precoce da mãe. Lamento pela esposa. Sinceramente, lamento muito.

Eduardo:- Quem contou?

Paula:- A Raimunda nos informou. Quer dizer, a tv está atrás de vocês pra entrevistar, essas coisas...

Eduardo:- Preservarei a identidade das minhas meninas e não receberei nenhum repórter aqui em casa. Seria tripudiar da dor de todos nós sermos obrigados a ter de falar após sofrer uma perda irreparável como essa...

Paula:- As garotas vão continuar na escola?O que você pretende fazer?

Eduardo:- O que sei é que as meninas não irão ao colégio esta semana...Na verdade não tenho motivos pra planejar mais nada.

Paula:- Ao contrário de você, que é habilidoso com as palavras, sou totalmente um desastre. Não queria mandar flores nem nada porque não a conhecia, não queria impressionar ninguém indo chorar lá no túmulo, mas pela Andréa, que apesar do pouco tempo de convivência, é uma aluna muito querida, inteligente e exemplar, senti que precisava vir aqui.

Eduardo:- Não interprete como maldade o fato de não querer chamá-la, mas compreenda que ela e Julia estão muito abaladas e não estão prontas pra ver ninguém. Possivelmente num outro dia, certamente...

Paula se levanta do sofá e caminha em direção a porta acompanhada de Eduardo:

Eduardo:- Me desculpe por não ter oferecido um café... Da próxima vez eu prometo que a tratarei melhor...

Paula:- Foi melhor do que esperava. Pensei que fosse fechar a porta na minha cara.

Eduardo:- Isso jamais!Posso estar enlutado, mas não é pretexto para agir selvagemente.

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Meire conversa com Guilherme ao telefone e eles discutem bastante por causa de Tita:

Meire:- Então a ideia dessa maldita viagem foi sua?

Guilherme:- Foi.

Meire:- Quando a madrasta me disse que você não valia nada, duvidei, mas ela estava correta.

Guilherme:- Você pensa que a Tita é o que?Um bebê?Ela já tem 15 anos, quase 16...

Meire:- Pra sua informação a Tita é minha filha e não diz respeito a você a maneira que a crio. Até você entrar em nossas vidas, a minha menina brincava de boneca...

Guilherme:- Graças a Deus que a fiz abrir os olhos. Você pensa que ela é uma criança... se liga, coroa, qualquer dia desses ela vai embora de casa, a Tita vai tomar o rumo dela e você vai ficar sozinha, então para e analisa que tem alguma coisa errada...

Meire:- Bem você vem me falar isso.

Guilherme:- Os pais criam os filhos pro mundo e não pra fazer deles uma continuação dos projetos não realizados. A Tita não é você, não pensa igual a você e nunca vai pensar. O seu modo de educar pode ser excelente pra você, mas na verdade ainda vai te condenar porque um dia essa menininha que brinca de boneca vai querer sair do ninho e uma vez encorajada, não pense que vai poder oprimir...

Meire desliga o telefone na cara de Guilherme e surta.

Felix, Helena e Horácio estão sentados no sofá de três lugares da sala de Meire:

Helena:- Viu só como eu disse que ele é um vagabundo respondão?Um dia ele ligou e quando atendi, o desgraçado arrotou na linha. Arrotou, Meire...Arrotoooooou.

Felix:- Não seria bom que a Tita voltasse pro outro colégio?

Horácio:- A Tita é uma menina imatura, excitada com a possibilidade de viajar com o namorado pela primeira vez. Tudo é novidade pra ela...

Meire:- Esse aí só pode ter enlouquecido pra ficar assim todo despreocupado enquanto eu quebro a cabeça tentando resolver todos os problemas de casa. Já to ficando cansada de ser a víbora da história.

Helena:- Como minha velha avó já dizia: palmada não mata ninguém.

Horácio:- Sabe por que ela mentiu?

Meire:- Fala, psicólogo de araque, fala.

Horácio aumenta o tom de voz para se fazer notar no recinto porque se depender de Helena fazer a cabeça de Meire, é muito capaz que Tita seja expulsa de casa:

Horácio:- Porque não dá pra haver laço de confiança e sinceridade numa casa onde não há diálogo. Como é que a menina vai chegar pra conversar se toda vez que o faz, a Meire já grita, diz que não tem tempo pra ouvir futilidade, nem problema ou nem mesmo sabe do que se trata e já vai falando não. Até eu me rebelaria, com toda sinceridade.

Helena:- Se isso acontecesse comigo, ih, já teria sido expulsa de casa...

Horácio:- Espero que o que esteja dizendo seja com a consciência muito tranquila porque pra sair julgando alguém que nem está presente pra se defender, é porque, evidentemente, essa pessoa é um exemplo de moral e bons comportamentos.

Felix:- A Helena é uma santa.

Meire:- Santa da Fofoca.

Helena:- Se você tivesse ME consultado antes de sair assinando qualquer porcaria que te entregam a mão, não estaríamos discutindo neste momento, não?Antes Santa da Fofoca do que a Santa Boboca.

Felix:- Helena, acho melhor irmos embora.

Meire:- Pois podem ir. Eu posso resolver tudo isso sozinha.

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Márcio está foragido da justiça desde o ocorrido com Rebeca e assim como Van e Tita, está viajando escondido em carroceria de caminhão. Ironia do destino ou não, reclama do cheiro de podridão:

Márcio:- Puta que pariu...será que tem algum bicho morto nessa porra?

Vanessa:- Mais um.

Renata:- Outro?

Márcio:- Que cheiro ruim pra caralho, meu. Porra, esqueceram algum bicho morto aqui dentro...

Vanessa:- Que foi aí?Algum problema?

Márcio:- Ta sentindo esse cheiro?

Renata:- Ui Van... o que você comeu?Que fedor...

Márcio:- Vanessa.

Vanessa:- Jaburu?

Márcio:- Reza pela tua alma porque o corpo já apodreceu.

Vanessa:- `Comé` que `cê` veio parar aqui?

Márcio:- Mais tarde eu explico isso, ta?Pra onde vocês estão indo?

Renata:- Pra Curitiba.

Márcio:- Putz...

Vanessa:- Coroa Eny não sabe que você viajou?

Márcio:- To jurado...

Chegando a Curitiba, Vanessa leva Márcio para se esconder em casa junto com Tita, que está com medo de enfrentar a mãe depois do que houve:

Vanessa:- Nem um pio. Quietinhos aí!

Ofrásia desconfia do tom das conversas de Vanessa e abre a cortina do quarto o qual a jovem divide com o irmão:

Ofrásia:- Que vocês estão aprontando aí?

Vanessa:- Não é da tua conta, mãe.

Ofrásia:- Pois chega de confusão na vida, Vanessa...

Márcio:- Vim dormir aqui.

Arlindo, que estava terminando de fritar seu pão com ovo, fala alto:

Arlindo:- Ainda bem que você deu sinal de vida, guri. Teus pais estão doentes por causa de você...

Ofrásia:- Você tem que falar com eles.

Márcio:- Não posso voltar pra casa.

Vanessa:- É, mãe, a coisa ta feia pro Mano Jaburu. Melhor ele sumir da vista por um bom tempo.

Arlindo:- Que você andou aprontando pra se esconder?Quem não deve não teme...

Márcio se enraivece pelo fato de Vanessa já ter fofocado a todos que ele é o assassino de Rebeca:

Márcio:- Porra Vanessa, que merda!Se fosse pra me entregar aos porcos eu mesmo faria.

Vanessa:- Eu te entreguei, seu merda?Por acaso eu contei alguma coisa, caralho?Porra, então não apronte.

Arlindo:- Não me diga que...

Vanessa:- É isso mesmo que vocês estão pensando.

Márcio:- Não posso voltar pra escola nem pra casa nem pra lugar nenhum.

Ofrásia:- O que você pretende fazer, então?

Márcio:- Eu sei lá.