Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

PENÚLTIMO CAPÍTULO

Ao amanhecer, o clima entre Gui e Tita deveria ser o mais quente possível, mas ao contrário das expectativas, a garota não sabe lidar com sua frustração, por isso ao chegar ao C.E.P.E.M. evita permanecer perto do namorado.

Vanessa, que na noite anterior fugiu pra se drogar e participar de orgias, chega ao colégio ostentando um sorriso de satisfação e vai conversar com Tita:

Vanessa:- E aí, gata?O que você fez no resto do domingo?

Renata:- Fui pra casa do Gui.

Vanessa (maliciosa):- E aí?

Renata:- Aí que...(inventa)A gente brigou de novo...

Vanessa:- Como é que você consegue aguentar essa mala sem alça?Dá logo um pé nele e bola pra frente. Se for o caso eu te ajudo com uns esquemas pra você pegar uns amigos meus...

Renata:- Eu gosto do Gui. Não quero outra pessoa. Respeita, por favor.

******

Andrea e Julia não querem ser prejudicadas pelas faltas e atraso de conteudo, por isso erguem a cabeça e retornam ao colégio mesmo com a alma partida em milhares de pedaços.

Os colegas, amigos e professores as recebem com dignidade e por respeito evitam mencionar o assunto que ainda está recente não só na mídia como na vida das envolvidas.

Paula, a professora de matemática, deixou a aula livre para a resolução de exercícios do livro (sobre progressões aritméticas), então a turma se divide em grupos.

Tita e Vanessa estão junto com Márcio, mas nem sequer abrem o livro pra fingir que estão estudando.

Rodrigo faz dupla com Julia e pra fazer a conversa fluir, fala sobre a aula:

Rodrigo:- Até hoje P.A. foi a única matéria que eu consegui aprender direito...

Julia:- Pra mim isso aqui é latim. Não to entendendo nada.

Rodrigo:- Volta lá na página 212 que eu vou tentar te explicar. Se ainda assim você não conseguir entender, fala com a profe...

Andréa consegue resolver os problemas matemáticos com mais facilidade, mas apesar de adorar a matéria, gostar muito da professora, sabe que a concentração não a está favorecendo.

Vanessa, pervertida, apanha uma caneta de Tita, observa Andréa, tem uma crise de riso e faz um desenho bem obsceno, mandando a menina que senta atrás de Andréa entregá-la:

Vanessa:- Não diz que fui eu que mandei...

Quando Andréa recebe o bilhete, pensa que talvez sua coleguinha, a qual tem mais afinidade, a convidou para estudarem juntas, mas ao olhar o desenho e os dizeres nojentos, olha para trás e encontra Vanessa, Márcio e Tita se partindo de dar risada.

Os olhos de Andréa enchem-se de lágrimas e a garota deixa a sala de aula aos prantos.

Vanessa não consegue mais parar de rir, mas Paula,que finge estar indiferente aos acontecimentos, só está analisando o comportamento dos estudantes.

Por ter compaixão de Andréa, a mestre sai da sala e não muito longe encontra a filha de Edu chorando encolhida no corredor:

Paula:- Eu vi o que fizeram com você...

Andréa não responde nada à professora.

Paula:- Não quer tomar um pouco de água com açúcar?

Andréa (soluçando):- Não precisa.

Paula:- Seria bom...

Paula conduz Andrea até a sala dos professores e lá prepara um copo de água com açúcar para acalmá-la e conversar um pouco. Elas se sentam em um sofá.

Julia não consegue terminar a lição e sai da sala com Rodrigo para procurar Andréa.

Julia:- Me desculpa o que eu vou dizer, mas gente como a Vanessa devia morrer...

Rodrigo:- Ela é uma retardada...

Paula sabe exatamente como Andréa se sente porque durante toda a vida escolar o bullying foi companhia:

Paula:- Quando eu te olho quietinha fazendo o dever, parece que me vejo, sabia?

Andréa:- Desde que eu entrei na escola eu não tenho sossego. Tem momentos que o desânimo é tão grande dá vontade de parar de estudar.

Paula:- É o pior erro que se comete. Ninguém vale mais que nossos sonhos.

Andréa:- Desculpa... Eu não gosto de chorar...

Paula:- Às vezes é bom...

Andréa:- É bom poder contar com você, sabia?Pelo menos a única nessa escola que tem senso. É uma pena que professores e alunos não podem ser amigos...

Paula:- Quem disse?

Andréa:- Posso te pedir um abraço?

Paula abraça a menina. Gostaria de que anos antes alguém tivesse feito isso por ela.

*******

No intervalo entre as primeiras e as últimas aulas, Tita evita Gui e ele não entende as razões. O mesmo acontece na hora da saída.

Renata chega em casa e passa o dia chorando no quarto porque está confusa sobre seus sentimentos e tem medo de encarar Guilherme depois da transa de ontem.

Guilherme respeita o silêncio de Renata, mas acredita ser o culpado pelo isolamento da namorada.

*****

Márcio está eufórico porque é seu primeiro dia no curso de modelo. Em sua mente, acredita que este é o primeiro passo para ser galã de telenovelas.

Cristina não o desmente e o trata como tal, tanto que em frente a agência o protagonista é fotografado fazendo diversas poses. Quem transita por ali não entende direito o comportamento de Márcio, que assiste as aulas da professora de etiqueta como uma criança presta atenção no seu desenho animado favorito.

Jaburu sai da aula contente e vai tomar café na casa de Cristina. Ambos estão no quarto da garota:

Cristina:- Essa professora é bem rígida, mas entende do assunto.

Márcio:- Eu parecia um animal andando. Mal tive uma aula e já aprendi como um galã deve andar.

Cristina:- Você é o MEU galã, amor. Fazendo novela ou não.

Márcio:- Amanhã é a vez do curso de informática. Mal vejo a hora de estar lá na aula...

Cristina:- Quando terminar o curso de informática, é a vez de aprender inglês, por isso você tem que se empenhar e fazer tudo com vontade, mas eu sei que isso você tem de sobra, meu amor.

Alfredo e Luciana estão chegando à casa e vão ao quarto da filha. Ao encontrarem Márcio sentem desconforto:

Luciana:- Não sabia que estava recebendo visitas.

Alfredo faz questão de deixar a porta do quarto bem aberta e ser indiferente a Márcio:

Alfredo (para Cristina):- O que nós tínhamos conversado em relação a portas fechadas?Não se lembra que a ordem aqui é porta aberta?

Cristina:- Queríamos ouvir música.

Luciana (para Márcio):- Já não é meio tarde pra você estar aqui?

Márcio:- Que não seja por isso, sogrinha. Eu vou embora...

Márcio dá um selinho em Cris:

Márcio:- Tchau, amor. Amanhã a gente se vê no colégio.

Cristina se levanta da cama (Márcio estava usando o computador) e sugere:

Cristina:- Por que não o levamos até em casa, hein pai?

Alfredo:- Tenho compromisso.

Cristina:- Ah pai, por favor.

Márcio:- Não precisa...Eu vou andando...

Cristina:- Por favor, pai, vamos...

Alfredo:- Não insista se o rapaz não quer, Cristina. Que mania mais feia.

Cristina:- É uma boa oportunidade pra vocês se conhecerem melhor.

Alfredo sente repulsa de ver Márcio entrando no carro importado e dirige com má vontade. Para assegurar a paz durante o trajeto, Cristina se prontifica de ir junto:

Cristina:- Sabia que o Márcio torce pro mesmo time que você, pai?

Alfredo não responde nada e continua dirigindo.

Márcio:- Sabe, doutor, você ainda vai ter orgulho de me ter como genro...

Cristina (mente):- O Márcio é um dos melhores alunos da sala. É ele quem me ajuda com as tarefas de matemática.

Márcio é um aluno medíocre, passou o primeiro ano graças ao conselho de classe e é péssimo aluno em matemática, vale ressaltar.

Márcio:- Ainda to pensando se aceito a proposta de um clube pra jogar em São Paulo ou se estudo e viro médico ou galã de novela...Só não sei se a Cris vai gostar da meninada atrás de mim...

Alfredo:- Você acha que vai passar em Medicina estudando no C.E.P.E.M.

Cristina:- Ih pai, o Márcio é muito inteligente...Escola não quer dizer nada, pois tenho muitos amigos em escola particular que jamais passaram na Federal...

Alfredo:- Isso vem muito de uma coisa chamada garra.

Márcio:- E isso eu tenho de sobra, doutor.

Alfredo bufa de ódio e segura com força no volante, irritado com o congestionamento e o fato de ter de suportar Márcio.

Cristina:- O Márcio tem um dom nato pra ser ator...

Márcio:- E esse dom já foi descoberto...

Alfredo:- E você pensa que é chegar chegando e pronto, é ator. Não é bem assim, rapaz. Ator de verdade estuda pra isso, não sabia não?

Márcio:- E o que eu to fazendo?

Alfredo:- Acha que é só chegar lá na TV Malacubaca e sair protagonizando novela?Vai tirando seu cavalinho da chuva porque a Cris não é degrau pra ninguém...Se nem pra ela as coisas são fáceis, quanto mais favorecendo os outros...Cada um que lute e obtenha sucesso graças aos próprios méritos.

Cristina:- Pai...

Alfredo deixa Márcio em casa e ao contemplar a fachada humilde do barraco, quase vomita:

Alfredo (pensa):- Então é aqui que mora o vadio...

Alfredo então se lembra de que o principal suspeito de ter assassinado Rebeca pertence a favela a qual Márcio mora e algo no comportamento do namorado da filha faz despertar suspeitas.

Alfredo:- Alguma coisa me diz que esse desgraçado tem a ver com aquele assassinato...

Eny, que está preparando o simplório jantar da família ouve a buzina e se deslumbra com o carro de Alfredo:

Eny:- Então é verdade mesmo...

Márcio sai do veículo importado como se fosse um ator de Hollywood, mas é bombardeado pela cruel e contrastante realidade de seu lar.

Eny:- Filho amado, que bom que chegou...

Alfredo, nauseado com comportamento de Márcio, esperou Cristina dormir para desabafar com a esposa:

Alfredo:- A arrogância do sujeitinho é de se enojar, meu bem. Ele acha que pode tudo, que não tem limites, que é o bom da boca.

Luciana:- A gente tem que separá-los o mais depressa possível.

Alfredo:- Você não faz ideia do que eu passei durante aquele trajeto, meu bem. Eu nunca, NUNCA em minha vida me senti tão ridicularizado como hoje...

******

Meire está preocupada com Renata, pois desde que chegou não saiu do quarto uma só vez.

Meire:- Renata, ta viva?

Renata:- To viva sim, mãe.

Meire:- Não ta com fome?

Renata:- Não.

Meire:- Tem certeza?Desde que você chegou nem comeu nada.

Renata:- Não precisa se preocupar comigo, mãe. Eu to bem...

Meire:- Espero mesmo que esteja falando a verdade.

*****

Edu ficou sabendo do incidente de Andrea. Quando chega à casa, encontra a filha caçula sentada a mesa fazendo dever e Julia esparramada no sofá de 3 lugares vendo televisão, mas indiferente a atração.

Eduardo:- Olá meninas...

Andréa não tira os olhos do caderno, mas fala com o pai:

Andrea:- Oi pai...

Eduardo:- Comeram alguma coisinha ou querem que eu traga?

Julia:- Não precisa não, pai. Não to com fome...

Eduardo:- Creio que o dia no colégio não foi dos melhores. Tem certeza de que vocês não querem ficar mais um tempo em casa?

Andrea:- Nós queremos ir à aula...

Julia:- Ficar aqui em casa não vai resolver nada, pai. A gente vai ficar bem...

Eduardo:- Se é assim que vocês preferem...