Fanfic: DDP -> DiFeReNtE dO pAdRãO!!! - 1°/2°/3°/4° Fase (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

PRÉ-ESTREIA:

 DDP -> Infância de Tita

PARTE 06

(Série Especial Inédita)

Ao contrário de mim, a Aline já era bem extrovertida e nem BV era mais. Já tinha se apaixonado, namorado e adorava boy bands. As meninas todas passaram a adorá-la e eu acabei ficando de lado, o que me fez ter raiva da Aline, apesar de ela gostar muito de mim.
Logo a Mari Franco viajou pro interior pra passar uns dias com os tios e voltou suspirando de amor por um menino que conheceu por lá, com quem perdeu o BV.
A professora Daniela não se importava se eu era BV ou não. Escrevia altas cartas pra ela e morria de medo de perdê-la, pois nem com minha mãe eu conversava tanto assim. Mamys, por sua vez, via maldade na minha amizade com a profe e até me ameaçava com surras, o que eu ignorava.
Até a Aline chegar ao nosso colégio, eu não estava nem aí com nada e de repente comecei a me sentir ridícula, chata, ultrapassada, ah, e feia também. Ela, evidentemente, era muito mais interessante que eu. Os meninos também pensavam assim. Era tão chato ver os garotos se aproximando e a história era sempre a mesma:

-Fala de mim pra Aline...

Ou...

-To a fim de ficar com a Aline...Você me ajuda?

Eu era COMPLETAMENTE invisível.
A Aline já usava sutiã, adorava ler as revistas teen, não perdia um capítulo da novelinha da tarde e era apaixonada pelos galãs bombados que nela apareciam.
Eu até ganhei um sutiã no meu aniversário de 10 anos, quando minha mãe viu no noticiário que as meninas estavam menstruando cada vez mais cedo. Eu lá sabia o que era isso...
Por meses o sutiã rosa bebê com estampa de ursinhos ficou escondido num canto qualquer da minha gaveta, até que notei sua existência e passei a usá-lo, na esperança de parecer mais adulta. Até papel higiênico nos inexistentes seios eu cheguei a usar pra parecer mais velha.
Um dia, debaixo da carteira da Aline, encontrei um livro de capa alaranjada falando sobre adolescência. A Aline chorou desesperadamente quando esse livro sumiu, mas eu nunca disse que o roubei pra mim.
Quando li pela primeira vez, não entendi nada que a autora falava, pois nada daquilo fazia sentido pra mim naquela época.
A medida que as meninas da minha sala idolatravam a Aline, Rafa e suas amigas me deixaram lanchar com elas naquela escada que disputamos no início do ano e elas ainda continuavam vendo desenhos animados, novelas infantis e gostavam muito de brincar. Nem lembrava mais daquelas discussões à toa e por vezes até pensei em mudar de classe, apesar de já estar na reta final do ano.
Até ouvir o nome Aline me irritava. Os meninos a idolatravam e as meninas a bajulavam, passavam horas ouvindo as historinhas dela.
Uma semana antes de eu completar 11 anos, a Mari Franco chegou desesperada ao colégio:

-Quando vi aquilo, comecei a chorar e chamei minha mãe. Quando ela me contou o que era, não acreditei que havia acontecido.

Ela menstruou pela primeira vez:

-Hoje tem Educação Física e eu não vou poder correr. Não vou poder lavar o cabelo e nem molhar os pés pra não ter cólica.

Por algum tempo a Aline deixou de ser a voz do momento e a Mari Franco passou a se achar a adulta também, tanto que parou de brincar de boneca, até mesmo de correr e passou a se ligar mais ainda nos assuntos da Aline, que admitiu também já ser `mocinha`.
Eu continuava a mesma, com corpo e atitudes de criança, ainda querendo ser criança. Teria muito tempo pra ser adulta no futuro.
Só havia algo em meu mundo que me preocupava muito: minha mãe e o Horácio estavam pensando em se mudar de casa, tanto que já estavam procurando outro lugar para morarmos. Torcia pra que desistissem dessa ideia. Eu adorava o colégio, meus professores, meus colegas e queria estudar lá até o oitavo ano, quando seria a veterana.
Bem no dia do meu aniversário de 11 anos, a professora de inglês me pediu para ir até a sala dos professores apanhar a pasta dela com nossa atividade daquele dia e eu fui. Chegando lá, aproveitei pra matar a curiosidade que tinha sobre o lugar secreto em que os mestres se trancavam no intervalo e encontrei uma etiqueta com o nome `Vando Figueira`. Naquele dia mesmo contei pro João, que já estava há 3 anos tentando descobrir o sobrenome do professor de geografia.
O homem recebeu tantos trotes que teve de mudar o número de telefone, mas jamais descobriu que fui eu quem passei o número pra galera, em especial a Mari Franco, que já estava reprovada em geografia.
No último dia de aula foi só folia pra mim, que além de ser a melhor aluna da turma, já estava aprovada. A Mari Franco chorava horrores porque estava reprovada, não só ela como o irmão. A Aline passou de ano, a Mari Oliveira também e a Juliana idem.
Durante as férias infelizmente nos mudamos de casa e eu tive de aceitar que também iria mudar de escola novamente. Fiquei triste pra caramba com isso porque é sempre chato recomeçar, isto é, até me acostumar com o novo ritmo, a estudar pela manhã novamente e não poder mais ir sozinha, o que doeu mais em mim.