Fanfic: Vida Bandida

Karla: Papai, vc se lembra daquele namorado que eu falei, não se lembra?
Juan: Aquele que te deflorou e desapareceu logo em seguida? Claro que me lembro. (com raiva)
Karla: Pois bem... eu tenho a impressão de que finalmente o destino vai ser legal comigo: posso finalmente ter esse meu namorado aos meus pés.
Juan: Como assim filha?
Karla: Estou desconfiada de que esse homem está envolvido com essa mulher que vc vai julgar. Então...
Juan: Não continue falando filha. Vc prentende chantageá-lo?
Karla: Pretendo.
Juan: Filha, vc não pode me pedir para ajudá-la nisso... seria muito anti-ético da minha parte. Dependendo do que vc me pedir eu... posso estar falhando com as minhas obrigações e ser preso ou pelo menos perder o meu cargo com isso.
Karla: Papai, eu te suplico: me ajude. VC sabe como esse homem me magoou, sabe o quanto eu chorei por ele... eu preciso dar o troco, eu realmente preciso. Essa é a única maneira dele sofrer o que eu sofri... por favor me ajuda... (começando a chorar)
Juan: Minha querida, eu faço tudo por vc. O que quer que eu faça? Eu não me importo com nada, tudo o que eu quero é te ver feliz.

Karla: Ainda não sei. Vou investigar exatamente que relação ele tem com ela e o quanto ele se importa. E quando ele voltar aqui, eu darei um ultimato nele.
Juan: E como vc sabe que ele vai voltar?
Karla: Se essa mulher que vc está julgando significar alguma coisa para ele, ele vai voltar, mesmo que seja para observar o terreno. Se ele não voltar, quer dizer que ela não era tão importante assim, e tudo o que eu fizesse não teria sentido.

Juan não disse nada. A filha era a única pessoa que ele amava no mundo. Por ela faria de tudo, até ir contra os seus princípios. Karla sabia disso muito bem e sorriu quando o pai a abraçou.
Karla: (pensando) Alfonso Herrera... vc fez parte do meu passado. Eu pensei que nunca teria a chance de revê-lo, mas agora posso ter a chance de ficar com vc... o que essa Anahí significa para vc? Seria ela a mulher que vc disse que era sua mulher? Se for, então vc está nas minhas mãos.

Hospital

Todos estavam reunidos no saguão. Christian chegara primeiro e já falara com a enfermeira. De acordo com ela, Derrick acordara de madrugada, mas estava tão mal que antes de avisarem os amigos eles o submeteram a uma bateria de exames até sua situação ser definida. Ele não conseguia falar e de acordo com o médico não podia sofrer emoções fortes até ficar fora de perigo. Christian acabara de contar tudo para os outros.
Claúdia: Ou seja, contar que a Maite morreu está fora da programação. Mas como vamos explicar que a mulher que ele mais ama não está aí para ver ele se recuperar de um coma?
Christian e Poncho se olharam.
Christian: Presa no trabalho?
Poncho: Viagem de trabalho?
Claúdia: Eis um homem de visão. (abraçando Poncho) Vai aprendendo Christian.
Christian: Até quando isso vai durar?

Claúdia: Durante muito tempo... minha memória é ótima Christian.
Poncho: Vcs andam numa disposição que chega a dar dó...
Christian: Correção: a Claúdia anda numa disposição que chega a dar dó.
Claúdia: Porque o meu namorado, que vai acabar virando ex namorado não tem um pingo de atitude.
Poncho: (rindo) Já chega dupla dinâmica. Estamos em um hospital e não acho que aqui seja um local legal para bate boca. Vamos ficar aqui esperando notícias.

Os outros dois concaradaram. Claúdia foi buscar café para todos enquanto Christian e Poncho liam algumas revistas. Poncho aproveitou que Claúdia não estava para conversar com Christian.

Poncho: Christian?
Christian: Fala cara.
Poncho: Eu sei que não somos íntimos nem nada do gênero mas... o que está acontecendo com vc e a Claúdia?
Christian: (depois de uma pausa) Mesmo não sendo íntimos foi bom vc ter perguntado. Estava precisando de uma opinião, mas nunca sei o que dizer.
Poncho: Fala cara. O que houve?
Christian: Claúdia e eu estamos passando por uma crise. Estamos há dois anos namorando e o mais longe que chegamos foi darmos a chave das nossas casas. Eu acho que ela pensa em algo como viver junto, ou casar, mas eu não quero isso.
Poncho: Mais que justo. Dois anos de namoro na nossa idade já começa a virar palhaçada. Ela está com 25 anos, deve pensar no futuro.
Christian: Isso seria o que mulheres normais fariam, mas nem Claúdia ou a própria Anahí são o que chamamos de normais.
Poncho: (rindo e se lembrando que Any não queria casar) É verdade. Então vc está inseguro em relação a Claúdia?
Christian: Também.
Naquele momento Claúdia voltara com os cafés. Ao ver os dois falando dela, ela se escondeu para ver o que Christian diria da relação.

Poncho: Também o que?

Christian: Bom, além da minha insegurança em relação a Claúdia, também sou inseguro em relação a mim mesmo. Eu gosto da Claúdia, gosto muito dela, mas não sei se a amo tanto a ponto de querer passar o resto da minha vida com ela.
Poncho: Olha, vou te dizer uma coisa: Claúdia é uma mulher e tanto. Ela gosta de vc, sempre gostou. Da parte dela não há dúvidas. Agora se vc não tem certeza do que quer com ela, o mínimo que pode fazer é dizer a verdade e dar a chance dela escolher: ficar com vc nessas condições até vc se decidir ou seguir em frente sem vc. Agora vc não pode pensar apenas no seu lado e deixar ela na angústia até vc se decidir.
Christian: Eu sei. Estou sendo muito egoísta, mas é que a verdade eu não consigo me imaginar sem ela... ao mesmo tempo não sei se gosto tanto dela a ponto de querer ficar o resto da vida com ela... enfim...
Poncho: Vc está confuso.
Christian: É exatamente isso. Estou confuso. Não consigo tomar uma decisão.
Poncho: Se vc não se decidir logo, vc vai acabar sozinho Christian.
Christian: Eu sei. E acho que esse é o meu verdadeiro medo: terminar sozinho.

Aquilo já era o suficiente para Claúdia. Já ouvira o que precisava ouvir e aquilo havia doído demais. Ela não iria permitir que Christian a usasse, não ia ser um brinquedo na mão dele, esperando pacientemente ele tomar uma decisão. Ela deu a volta e voltou para onde estava, afim de fingir que não havia escutado nada. Aquele não era o momento para os dois discutirem. Conversariam mais tarde em casa.

Claúdia: Licença... cheguei com a cafeína.
Poncho: (pegando o seu) Obrigado Claúdia.
Christian: Obrigado amor.
Claúdia não disse nada e se sentou do lado de POncho, tomando um gole de café.
Claúdia: Alguma novidade sobre o Derrick?
Poncho: Ainda nada.

Eles tomaram o café e esperaram mais um pouco. Vinte minutos depois apareceu a enfermeira.
Enfermeira: Com licença... vcs são amigos e parentes de Derrick James?
Christian: Nós mesmos. Como ele está?
Enfermeira: Já está fora de perigo e podendo receber visitas, embora ainda não possa sofrer emoções fortes. Vcs todos podem entrar e conversar com ele, ele entende perfeitamente tudo o que é dito, embora não consiga falar. Ele pode responder perguntas movimentando o dedo.
Claúdia: Podemos entrar todos ou apenas um por vez?
Enfermeira: Se vcs não forem escandalosos, podem entrar todos.
Claúdia: Um por vez então.
Poncho: Deixa de frescura, vamos todos. E vcs já sabem né? Maite está viajando e