Fanfic: Vida Bandida

só volta... quanto tempo ele vai ficar nesse estado?
Enfermeira: Ainda não sabemos, mas pensamos que em uma semana ele já estará completamente recuperado e fora de perigo.
Claúdia: Então ela volta daqui um mês. Antes sobre tempo do que falte tempo. Vamos?
Christian: Vamos.
Enfermeira: Queiram me acompanhar por favor. Ele foi transferido para um quarto.
Eles seguiram a enfermeira que indicava o caminho.

Anahí estava voltando para a cela depois de apanhar um pouco de sol. Ainda faltavam 13 dias para o julgamento. No dia seguinte receberia a visita de alguém. Esperava que fosse de Poncho, embora soubesse que os amigos também iriam querer visitá-la. Ligou a TV para passar o tempo e suspirou. Agradeceu aos céus por estar em cela especial. Se estivesse em uma cela comum, provavelmente estaria morta, ou pelo menos passando por maus bocados nas mãos das outras detentas. Ela suspirou e se atirou na cama. Se estava entediada com aquilo em dois dias, como ficaria dentro de dez anos? Enlouqueceria.

Tentou esquecer do assunto enquanto assistia a TV. Era uma alma livre, não nascera para ficar presa. Estava refletindo naquilo quando Lisardo apareceu na sua cela. Se perguntou o que o delegado estaria fazendo ali. A parte de infernizá-la cabia aos carcereiros.

Any: Delegado. A que devo a honra?
Lisardo: Vc tem uma visita.
Any: Visita? Pensei que só eu pudesse receber visitas amanhã. E de qualquer maneira por que o senhor está fazendo o trabalho dos guardas? Foi rebaixado por acaso?
Lisardo: Senhorita Portillo, um dia a senhorita irá pagar caro pela sua petulância. Vim avisá-la em pessoa porque a visita em questão é especial e eu não me arriscaria a deixar um mero guarda fazer esse trabalho. Quanto a visita, acompanhe-me.
Anahí não gostou daquilo. Tinha certeza de que a pessoa, fosse quem fosse, não seria boa coisa.
Any: Não estou com ânimo para receber ninguém, pode dispensar.
Lisardo: A senhorita não decide isso. (ele abriu a porta e avançou na direção dela a algemando) Vamos.
Anahí sequer pensou em resistir. Se levantou e foi em direção à sala de visitas. Chegando na porta, Lisardo retirou as algemas e a empurrou lá para dentro. O homem estava de costas, fitando a janela enquanto Anahí se aproximava.
Lisardo: Quando terminar, bata na porta que eu virei abrir. Estarei esperando o seu sinal Tony.
Anahí gelou. Tony se virou e a encarou.
Tony: Obrigado Lisardo. Deixe-nos a sós. (Lisardo saiu e fechou a porta) Anahí Giovanna... finalmente nos reencontramos.

Christian: Tá falando sério?
Claúdia: Claro que não, é que eu como ser pensante entendo que ele fala da Maite e que sente falta dela. Como vcs homens são tapados, vcs não entendem o básico.
Christian: Que bom que dessa vez vc incluiu o Poncho na lista.
Poncho: Eu sou mais esperto que vc.
Claúdia: Concordo.
Christian fez cara feia. Derrick sorriu da discussão dos dois. Eles continuaram conversando com ele e falando mentiras sobre o estado de Maite até que a enfermeira mandou eles saírem.
Enfermeira: O tempo de visita acabou. Vcs estão cansando o paciente.
Poncho: Podemos voltar amanhã?
Enfermeira: Claro que sim. O paciente pode receber visitas, desde que controladas. Mas por hoje chega. Se despeçam dele e depois vão embora.
Christian: Certo.

Eles se despediram de Derrick prometendo voltar no dia seguinte e saíram. Na saída respiraram aliviados. A tensão da visita e a mentira sobre Maite havia deixado eles exaustos.


Claúdia: Um dia a menos de stress.
Christian: Nem me fala. Estou me sentindo muito mal.
Poncho: Fizemos o que era certo. Achei que não devia mencionar a prisão da Any. Se mencionasse, ele poderia desconfiar.
Claúdia: Vc fez bem. Falando nela, pena que ela não estava aqui hoje. Quem for na próxima visita terá que contar para ela as novidades.
Poncho: Como assim quem for? Quem vai sou eu. Eu sou o cônjuge.
Claúdia: Credo Poncho, tu andou lendo bula de remédio ou o que? Cônjuge eu usava na faculdade quando estudava casos de divórcios. Daqui a pouco vc usa concumbina. De qualquer maneira, todos nós aqui somos amigos e queremos ver a Any, então acho que nessas duas semanas que ela vai ficar presa nós todos devemos ir lá. Sei que o seu desespero é enorme, sei que vc quer ficar com ela, mas... entenda Poncho, todo mundo aqui gosta da Any.

Poncho: Eu sei. Me desculpem mas... eu estou sempre preocupado com ela, perguntando se ela está bem, como está se sentindo.
Christian: A gente entende. Não deve estar sendo fácil.
Poncho: Eu preciso me sentir útil de alguma forma... por isso que eu vivo indo no fórum, preciso saber de algo, fazer algo por ela. Me sinto tão impotente...
Claúdia: Espero que esse impotente só seja no quesito emocional da coisa, porque se for no sexual... a Any tá ferrada.
Poncho: Claúdia, até filosofando vc faz piada. E não fala isso nem brincando. (se benzendo)
Claúdia: Certo bonitão. Mas agora devemos ir. Já está ficando tarde.
Christian: Quer que eu te leve?
Claúdia: Hoje não estou afim de conversar com vc Christian e eu estou de carro. Poncho, vc vem comigo ou vai com o Christian? Poncho? (batendo palmas) Acorda.
Poncho: (que estava longe perdido nos pensamentos) Ah oi. Vou com o Christian, já que estou na casa dele. Posso te ajudar ainda com a firma?
Claúdia: Não só pode como vai. Ainda preciso fazer muita coisa no fórum e tenho vários vale refeição para vc. Se vc vai com a beterraba ambulante, eu já estou indo. Nos vemos amanhã. (ela se despediu dele) Tchau para os dois. (e saiu dali)
Christian: Eu acho, apenas acho que ela está bastante chateada comigo.
Poncho: Vc ainda não tem certeza? (suspirando)
Christian: Estou quase tendo. Vamos? (enquanto saiam dali)
Poncho: Vamos.
Eles recomeçaram a caminhar. Christian notou que mais uma vez Poncho olhava para o nada.
Christian: Ainda pensando na Any?
Poncho: Como se eu pensasse em outra coisa além dela...
Christian apenas sorriu. Sabia quando devia ficar em silêncio. Os dois sem pronunciarem mais nenhuma palavra, foram embora.

Anahí observou Lisardo fechar a porta. Ela se sentou em uma das cadeiras e cruzou as pernas. Tony a observou da janela.

Tony: Surpreso em me ver?
Any: Tsc tsc. (balançando a cabeça negativamente) Estou surpresa com a demora. Pensei que ia vir aqui desde o momento em que fui presa. O que o deteve Tony?
Tony: Eu queria deixar vc se desesperar um pouco... queria ver vc louca, mas... aparentemente apesar da morte da sua amiga e de estar presa, vc continua muito bem emocionalmente.
Any: Sinto muito desapontá-lo. (ela suspirou)
Tony: Mesmo no fundo do poço vc não deixa a petulância de lado Anahí. Como se sente estando presa?
Any: Estou aqui há pouco tempo. Mas acho que vc, que foi preso antes e não conseguiu cela especial, pode me contar todas as sensações de estar preso.
Tony ficou vermelho de raiva. Anahí sorriu.
Any: Prefere não compartilhar nada? As lembranças são dolorosas demais?
Tony: Vc vai ficar muito tempo aqui Anahí. Tempo demais eu deveria dizer.