Fanfic: Vida Bandida

conversando com o Poncho no hospital. De vc estar pensando no que quer da vida e me deixando na espera até decidir.
Christian: Vc ouviu a conversa? (ele deu um murro no ar) Isso explica tudo. Claúdia, vc devia ter conversado comigo logo depois. VC deve estar remoendo esse assunto há dias. Por que não falou comigo?
Claúdia: Porque eu não sabia o que fazer exatamente. Continuar com essa relação ou terminar e voltar a minha vida de solteira e de bem com a vida. Confesso que andei indecisa nos últimos tempos e resolvi deixar vc exatamente na mesma situação que eu: na espera até eu me decidir. Espero que tenha gostado da experiência.
Christian deu um sorriso amarelo.
Christian: Ok, vc me deu o troco muito bem dado. Confesso que nesses dois dias entrei em desespero e não soube o que fazer e estou tendo a vaga idéia do que vc sente há dois anos. Prometo reparar isso e espero que vc já tenha se decidido.

Claúdia: Eu já me decidi. (colocando as mãos na cintura)
Christian: Que bom meu amor. Não aguentava mais ficar nessa situação caótica com vc, vc não sabe o desespero que eu estava... prometo reparar o que eu fiz com vc, eu juro.
Claúdia: Não me entenda mal Christian. Eu disse que eu já me decidi. Não falei que a decisão era positiva. (se afastando dele)
Christian: O que quer dizer com isso?
Claúdia: Vc não pode ser tão tapado a ponto de não ter adivinhado ainda: eu quero terminar Christian. Acabar com tudo.

Capítulo 20

Christian: Vc não pode estar falando sério.
Claúdia: Não estou rindo nem sendo engraçada... a menos claro, que o seu senso de humor seja estranho.
Christian: Claúdia...
Claúdia: Eu cansei Christian, cansei. Cansei de ser a única a batalhar aqui. Sempre foi assim. Quando vc era apaixonado pela Any, eu corri atrás de vc, eu investi em nós dois, eu fiz o que eu pude. Não pense que é fácil para mim ouvir que vc não me ama o suficiente para assumir algo mais sério comigo, e que ao mesmo tempo não quer me deixar, que está indeciso, que não sabe o que fazer porque os seus sentimentos em relação a minha pessoa estão confusos.
Christian: Claúdia, me escuta. Eu não duvido que eu te amo. Eu duvido...
Claúdia: Vc duvida do quanto gosta de mim. Honestamente? Dá no mesmo.
Christian: Não, não dá. Eu apenas acho que nós dois precisamos de mais tempo, que ainda precisamos amadurecer a nossa relação. Vc não era necessariamente uma santa antes de começarmos a namorar, não acho que o casamento ia fazer uma diferença enorme apenas para mim.

Claúdia: Permita-me corrigí-lo Christian: eu não sou santa, nunca fui nem pretendo ser. Segundo: se estamos curtindo a nossa juventude imatura, não acho que ficar presa a um cara indeciso é a melhor maneira de fazer isso. Vc tem dúvidas? Ótimo. Dois anos de relacionamento não foram o suficiente para vc saber o quanto gosta de mim: pois bem, eu não vou passar o auge dos meus vinte anos com um cara que não sabe o que quer em uma relação que pode não dar em nada ou permanecer como um namoro de colegial. Já que temos uma relação imatura, eu vou curtir minha imaturidade como sempre fiz: saindo com vários homens, fazendo festa e curtindo a vida. De qualquer maneira terminamos. Cada um vai para o seu lado curtir a imaturidade.
Christian: (alarmado) Eu não quis dizer isso.
Claúdia: E o que vc quis dizer?
Christian: Eu... eu quis dizer que ainda temos que namorar mais um tempo antes de decidirmos casar, é só.
Claúdia: Vc quis dizer isso agora, porque no hospital vc foi bem claro: vc não sabe o que quer e eu sou uma companhia bastante agradável para um namoro, mas não o suficiente para um casamento. E até vc decidir se ficaria comigo ou não, a gente ia levando. Tal qual eu fiz com vc nesses dias. Cansei desse jogo Christian. Eu posso ser o que vc quiser, mas também sonho um dia em ter família ou ficar com um cara que goste de mim e tenha planos para o futuro comigo. Caso eu não o encontrasse, ia levar a minha vida de solteira sem medo. Mas ficar presa a um cara que não avança mas também não me deixa ser livre, isso não. Ou vc fica comigo para valer, me vendo no seu futuro ou não fica. Assim não dá mais. Sinto muito.
Christian: Eu te vejo no meu futuro. Só não da mesma maneira que vc me vê. Entenda Claúdia.

Claúdia: Eu já te entendi demais Christian. Eu já te esperei demais. Vá embora.
Christian: Então a gente termina... assim?
Claúdia: O que vc esperava? Lágrimas, chuva lá fora e uma música lenta da Antena 1 tocando ao fundo? Sinto muito Christian, mas os fins são assim: uma noite incrivelmente quente, céu bem estrelado e de som de fundo apenas os barulhos dos grilos. Agora vá.
Christian: eu vou mas antes... (ele se voltou) Se eu me decidir e te provar isso... se eu quiser ficar com vc para valer... vc me aceitará de volta?
Claúdia: Não sou vidente nem cartomante, por isso a minha resposta é: não sei. Se vc arriscar, vc saberá se eu aceito ou não. Mas não pense que eu vou ficar te esperando Christian. Eu supero o fi m muito rápido e já consegui te esquecer uma vez. Posso conseguir te esquecer de novo.
Christian: (depois de uma pausa) Certo. Vou ter que pensar rápido e correr o risco... vc é uma mulher que dá trabalho Claúdia... mas vc sabe disso, não sabe?
Ele disse isso e entregou para ela a chave da casa dela. Claúdia, abrindo a bolsa, retirou a chave dele e entregou para ele. Christian sorriu com tristeza, deu um tchau para ela e esperou ela destrancar a porta. Quando ele saiu e ela fechou a porta a trancando novamente, Claúdia finalmente deixou cair as lágrimas que estivera segurando por tanto tempo. Chorou muito. Por que havia sido tão difícil? Por que ela ainda queria ficar com ele, apesar da situação ridícula que os dois se encontravam? Claúdia havia feito o certo, sabia disso. Se Christian não se decidisse, os dois sofreriam muito mais tarde. Mas fazer o certo dava muito trabalho.
Do lado de fora, Christian se sentiu muito triste. Por várias vezes teve vontade de bater na porta, agarrar Claúdia e enchê-la de beijos, dizer o quanto a amava e fazer ela amolecer. Embora fossem parecidas ao extremo, Claúdia não era como Anahí, se Christian pressionasse um pouco, ela cederia.

Mas ele sabia que aquilo era errado, aquilo só aumentaria a dor e o rancor dela. Christian queria ver Claúdia bem e não a procuraria até tomar uma decisão positiva em relação aos dois. Se é que tomaria. Ele foi para a casa, revirando nos dedos a chave que ela lhe entregara.

Cassandra estava sentada sozinha no ponto mais alto do acampamento observando as estrelas. Contornava uma constelação com o dedo e franziu o rosto. Aquilo tinha que estar errado, não poderia estar certo. Como estaria? Mais uma vez, ela repassou mentalmente o que havia acabado de ler nas estrelas.
Cassandra: “Haverá uma revolução na sua vida. A felicidade se encontra mais longe do que vc pensa e ao mesmo tempo está perto de vc. O imprevisto será o seu guia e todas as suas crenças estão erradas. O amor não se encontra onde vc o procura e a sua vida não se concretizará no local onde vc se encontra.”

Cassandra se deitou na grama e refletiu no que havia acabado de prever. Era perfeitamente claro, mas ela não conseguia acreditar.
Cassandra: De acordo com as estrelas, eu serei feliz longe daqui e não amo quem eu penso amar. E de quebra, minha vida não está com os ciganos. Mas eu sou sozinha, não tenho família nem conheço ninguém fora da tribo. Como vou me apaixonar por alguémde fora se nunca estive fora do acampamento? Como posso ser feliz longe daqui? Não, tem alguma coisa errada. Ou estou lendo tudo errado ou as estrelas estão erradas. Eu amo o Christopher, tenho certeza disso. E eu jamais abandonarei a tribo... não pela minha vontade pelo menos.

Mesmo assim, ela ainda tinha dúvidas. Cassandra fechou os olhos e sentiu o vento. A vida era muito complicada e nem mesmo os seus poderes conseguiam mudar isso.

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