Fanfic: Vida Bandida

Poncho foi o primeiro a chegar no café. Se sentou, pediu um expresso forte e cmeçou a bebê-lo. Com um atraso de quase uma hora, Karla chegou. Ela procurou com o olhar Poncho, que estava sentado em um canto do café já bebendo a sua terceira xícara e se dirigiu até ele. Tinha um sorriso maroto nos lábios e estava muito bem vestida e maquiada.

Karla: Perdão pelo atraso querido. Tive um imprevisto.
Ele não respondeu a provocação. Sabia que Karla estava atrasada propositalmente. Queria se sentir no controle, mostrar quem mandava. Pois bem, ele faria o joguinho dela.
Poncho: Não tem problema. (tomou um gole de café)
Karla: Acho que está muito quente para um café. (ela chamou a garçonete) Um suco de abacaxi com hortelã por favor. (a garçonete anotou o pedido e saiu) Como vc está Alfonso?
Poncho: Como definir? Curioso, irritado e acima de tudo abismado. Como sabe o meu sobrenome, como sabe sobre a Any e o que quer de mim?
Karla: Uau, vc não perde tempo. Não se preocupe, temos o dia inteiro querido, não precisa ter pressa.
Poncho: Considerando que falta apenas 10 dias para a minha mulher ser julgada, não acho que tenha tanto tempo assim.
Karla: Mulher... quem diria... o grande Alfonso Herrera, aquele que não se prende a mulher nenhuma preocupado com o julgamento da sua mulher... esposa. O mundo sem dúvida dá voltas.
Poncho: O que vc sabe sobre mim? O que quer de mim? Vc sequer me conhece.
Karla: Aí é que vc se engana querido. Eu te conheço bem. Muito bem eu deveria dizer. O problema é que vc não se lembra. Mas é compreensível, até porque faz muito tempo que não nos encontramos.
Poncho: Seu rosto não me é familiar.
Karla: As pessoas, bem como o rosto delas mudam. (ela sorriu) Meu suco. Está uma delícia. (após provar um gole da bebida)
Poncho: Quem é vc?

Karla: Quem sou eu? Vc tem dificuldades em guardar o meu nome não é verdade Alfonso? Poncho, como os mais íntimos te chamam. Bom, acredito eu que há uns oito anos, uma menina de 16 anos topou o seu caminho. Isso te diz alguma coisa?

Poncho franziu o rosto. Oito anos. Deveria ter sido pouco antes dele ser chamado pelo exército. Ele olhou para Karla, ainda sem reconhecê-la.
Karla: Ainda não lembra? Pois bem, essa menina estava saindo da escola, cheia de livros quando se esbarrou com vc. Vc ajudou ela a pegar os livros, foi cordial, atencioso... falou que ela era linda.
Silêncio.
Karla: Vc pediu o telefone da menina e ela deu. Saíram juntos algumas vezes... foram em festas, se divertiram... ela resolveu fazer algo grande por vc, algo que ela nunca tinha feito por ninguém. Resolveu ter a sua primeira vez com vc e foi o que ela fez.
Poncho lançou um olhar de reconhecimento.
Karla: Logo depois desse dia, vc mudou. Já não ligava mais para ela, evitava se encontrar com ela.... simplesmente a abandonou. Sumiu. Nunca se importou. E me esqueceu completamente.
Poncho: (suspirou) Claro, agora me lembro. E vc nunca me esqueceu Karla? Eu sou tão marcante assim para depois de oito anos vc ainda pensar em mim?
Karla: Vc me desonrou Alfonso. VC transou comigo e depois me deixou.
Poncho: fiz isso com outras também, pode apostar. Eu era galinha e nunca escondi isso de ninguém. VC sabia disso perfeitamente bem. Eu nunca te forcei a nada nem te pedi nada. Vc transou comigo porque acreditava que se eu tirasse a sua virgindade, ficaria com vc. Admita isso.
Karla: Não é o que toda a mulher acredita?
Poncho: Não, era o que vc acreditava. Vc ainda por cima espalhou para os seus amigos e acredito que até para o seu pai que a gente namorava. Vc inventou uma relação que a gente nunca teve Karla. Eu apenas estava ficando com vc, assim que eu entrasse no exército, eu sabia que ia embora e que não iria mais te procurar. E nunca te escondi isso.