Fanfic: Vida Bandida

Ele atendeu e não saiu da sala. Claúdia se aproximou. Queria ouvir a conversa.
Patrício: Alô? (empurrou Claúdia que estava em cima dele) Sim é ele. (pausa) Como? Aprovaram o meu pedido? (pausa e ele empurrou Claúdia novamente) Sim, já estou indo para lá. Obrigado. (e desligou)
Claúdia: Desembuxa ou eu te calarei para sempre. (muito nervosa)
Patrício: Me ligaram para me informar que meu pedido para que a Anahí recebesse visitas íntimas foi aceito. (ele franziu o rosto) Mas logo depois de terem cancelado as visitas dela definitivamente? Não entendi nada.
Claúdia: A Any não presta. Presa, correndo o risco de pegar cadeia por 10 anos e só pensa em sexo... essa aí não tem solução. Bom, eu também não tenho.
Patrício: Claúdia, vc ainda não absorveu o resto das informações?
Claúdia: Minha mente parou quando vc disse as palavras visitas íntimas Patrício. Me dê cinco minutos que eu já volto a pensar.
Patrício: (batendo com as mãos no ar) Um minuto Claúdia.
Silêncio por um momento.
Claúdia: Bom, se vc conseguiu isso depois de terem cancelado as visitas dela... só pode significar uma coisa. (continuando como se a pausa não existisse)
Patrício: Sim, significa que tem alguém com mais poder que o Tony envolvido nisso. E esse alguém está do lado da Anahí. Acho que não temos motivos para nos preocupar.
Claúdia: Agora é que temos que nos preocupar Patrício.

Patrício: Por que diz isso?
Claúdia: Algo que eu aprendi nessa minha longa existência: as pessoas nunca estão do lado de alguém de graça, ainda mais no nosso ramo. Quem está do lado da Anahí vai querer algo em troca. E me preocupo se ela pode pagar o preço.

Capítulo 25

Tony estava falando com Lisardo pelo telefone. Como aquilo podia acontecer? Como Anahí havia conseguido aquelas visitas? Quem tinha mais poder do que ele e Lisardo juntos? A situação era intrigante.

Tony: Sem dúvida há algo que vc possa fazer.
Lisardo: Eu já disse: não posso fazer absolutamente nada.
Tony: Se não pode fazer nada, como deixou isso acontecer? Tínhamos um acordo Lisardo.
Lisardo: E eu o honrei Tony. Fiz de tudo para impedir que a Anahí recebesse qualquer benefício. Mas infelizmente, nem eu posso passar por cima das decisões do juíz.
Tony: Espere. VC está me dizendo que quem liberou as visitas foi o juíz diretamente?
Lisardo: Exatamente.
Tony: Qual juíz?
Lisardo: Juan Ferrara. Ele é o juíz que vai julgar a Anahí. Tony, vc entende o que isso significa, não entende? Se ele está fazendo concessões para ela, quer dizer que está simpático ao caso dela. Anahí pode ser inocentada.
Tony sabia disso muito bem. Mas não estava preocupado. Tinha a impressão de que a su vingança seria mais doce e não conseguia entender o motivo.
Tony: Eu ligo para vc depois Lisardo.
Lisardo: Mas...
Tony: Eu já disse: eu ligo para vc depois. (e desligou)

Ele fechou os olhos e pensou. Juan... por que ele ajudaria Anahí? A menos... Um feeling passou pelo corpo de Tony e ele abriu a gaveta a procura de duas coisas: uma foto de uma coluna no jornal e as fotos que havia tirado de Poncho na rodoviárea.
Abriu as fotos lado a lado e não teve dúvidas: a mulher com Poncho na rodoviárea era a filha de Juan. Tony não havia chegado onde estava sendo ingênuo. Teve a certeza de que a filha de Juan estava se aproveitando da situação para chantagear Poncho. Exatamente o que ela queria e quanto duraria ele não sabia. Mas tinha como saber.

Pegou o telefone e discou.
Tony: Aqui é o Tony. Quero que investigue o passado de Karla Ferrara. Tudo o que vc tiver, tudo mesmo. Estou esperando. (e desligou)

Ao anoitecer ele recebeu um dossiê completo sobre a vida de Karla. Folheou o documento lentamente, saboreando cada palavra. Mas nada foi mais doce do que ler o casode Karla com Alfonso nas páginas centrais. O drama, o choro, tudo veio na mente de Tony. Ele entendeu o que Karla pretendia. Iria separar Poncho de Anahí, com a ajuda do pai. Ele deu um sorriso. Manter Anahí presa já não era mais importante. Ela iria sofrer muito mais em liberdade se Poncho cedesse a chantagem de Karla, daquilo ele tinha certeza.

Já estava na hora de decidirem o destino de Cassandra. Como Dulce dissera, uma reunião muito solene estava sendo feita. Christopher estava sentado do lado dela no chão. Todos os integrantes da reunião já estavam lá, na realidade apenas dois ciganos além de Dulce e Christopher. Só faltava Cassandra chegar. Ela chegou pouco depois e se sentou no meio, como as regras mandavam. Não parecia ter medo, não parecia desesperada. Parecia simplesmente resignada.

Dulce: Cassandra, vc sabe por que está aqui?
Cassandra: Eu sei. (olhou para Chris que manteve o olhar)
Dulce: Vc conhece a punição, não conhece?
Cassandra: Claro que conheço.
Dulce: Então... se a expulsão for escolhida vc seguirá o seu caminho sem olhar para trás?
Cassandra: Eu decidi isso há muito tempo Dulce... decidi isso quando resolvi me arriscar. Eu sempre soube que não sairia impune.
Dulce: Então... os favoráveis pela expulsão podem levantar os braços, por favor.
Ninguém levantou o braço. Dulce ficou perplexa.

Dulce: Ninguém é a favor que ela saia da tribo? Depois de tudo o que ela fez, depois da desonra sofrida entre os ciganos?
Cigano 1: Na realidade surgiu um impasse entre nós Dulce e precisamos resolver isso.
Dulce: Que tipo de impasse?
Cigano 2: Uma pessoa nos convenceu de que devemos nos negar a votar nesse caso. Alguns de nós aderiu a isso, outros nem tanto.
Dulce: Isso é ridículo. Quem fez isso também sofrerá as consequências. Quem ousou contradizer a minha autoridade?
Chris: (levantou o braço) Eu Dulce. Eu ousei contradizer vc.
Dulce: De todas as pessoas a que eu nunca esperei que fizesse isso fosse vc Chris. Por quê?
Chris: Vc não conhece a sensação. Não conhece a solidão, o vazio de ficar sozinho, o vazio de não saber o seu rumo, de não ter vontade de viver. De estar sempre sozinho... de pensar que a sua vida não tem sentido. Vc me conheceu assim Dulce... vc me ajudou a sair do buraco.
Dulce não disse nada.
Chris: Eu sei o que vc está pensando. Que estou fazendo isso porque quero ficar com ela, mas é mentira. Se faço isso é porque me lembro quando nós dois agimos por impulso Dulce. Estamos aqui porque lutamos para estar aqui. E acho que a Cassandra apenas estava fazendo isso. Estava tentando lutar pelo que acreditava. Ela é jovem e está fazendo apenas o que fizemos. A expulsão é demais para ela.
Cigano 1: Christopher é o seu marido, logo tem tanto poder quanto vc para decidir o destino de Cassandra.
Cigano 2: Mas... haverá um impasse entre nós. Há ainda os que preservam a tradição da expulsão e há aqueles que pensam como o marido. Haveria uma luta dentro da tribo para saber quem teria a razão, e a nossa fragmentação é inevitável.

Dulce suspirou. A intromissão de Christopher custaria muito mais do que talvez o casamento deles. Ela entendia é claro mas regras eram regras e deviam ser cumpridas.

Dulce: Quem tem mais poder de decisão? Eu ou o meu marido?
Cigano 2: Vc é descendente direta, mas os homens tem mais direito. Eu diria que