Fanfic: Vida Bandida

Ele a observou consternado. Em alguns pontos ela lhe lembrava tanto Maite... meiga, carinhosa, ingênua e que pensa sempre o melhor dos outros. Ele, sem saber por que, começou a chorar com desespero. Chorava tanto... a dor de ter perdido Maite atingiu em cheio seu coração, com uma pontada dura e forte... ele finalmente conseguiu sentir tristeza e dor, ao mesmo tempo, sentia um alívio, uma paz... sentiu que Cassandra mancando se aproximou dele e que o abraçou com força.
Cassandra: Esse é o primeiro passo de muitos que vc vai ter que dar ainda Derrick...
Derrick apenas continuava a chorar. Do lado de fora do quarto, observando tudo pela janela, o médico e a enfermeira assistiram tudo.
Médico: Olhe isso... depois de dias de apatia ele está chorando. Ela conseguiu tocar os sentimentos dele.
Enfermeira: Mas... e agora? Ela irá embora amanhã e...
Médico: Ela teria que ir... mas se ele quiser, ela fica.
Enfermeira: E ele vai querer?
Médico: O que vc acha? Acho que ele vai querer ela cada vez mais perto, se é que me entende.
Enfermeira: Eu entendi. E muito bem.

Capítulo 32

Cinco dias depois

Faltava algumas horas para o julgamento. Anahí estava vestindo uma roupa social para ir no fórum. As visitas aquele dia haviam sido canceladas, exceto as de Patrício. Ele fitava agora Anahí que estava de frente para ele sem nenhuma expressão no rosto. Se perguntou como ela conseguia se manter tão indiferente depois de tudo que lhe acontecera.
Anahí se lembrou da sucessão de dias depois que vira Poncho pela última vez. Se lembrava de ter conversado com Claúdia e Christian. Lembrava-se de Claúdia preocupada e Christian jurando que ia matar Poncho. Também se lembrava das notícias que recebera: que Derrick estava melhor, havia saído da depressão e que estava vendo os amigos novamente; do casamento de Claúdia e Christian que estava marcado para pouco tempo depois do julgamento. Também se lembrava de ter lido colunas sociais que falavam do caso de Poncho com Karla. Mas agora isso, os dias haviam apenas passado, não existido.
Ela já estava saindo da tristeza inicial. Se concentrara em fugir da dor e finalmente conseguira. As cicatrizes seriam eternas mas ela não choraria mais por Alfonso Herrera. Não havia esquecido ele mas havia superado.
Agora ela estava lutando pela sua liberdade. A liberdade era o maior presente na vida do ser humano. Ia sair da cadeira, retomar a sua vida e ser uma excelente advogada. Como todos previram que seria.

Ela observou as últimas instruções de Patrício sobre o julgamento. Ele parou de falar e a fitou.
Patrício: Tudo bem?
Any: Por que não estaria?
Patrício: Claúdia me contou tudo.
Não era necessário falar mais nada. Apenas um assunto poderia ter sido mencionado ou contado tudo. Ela suspirou.
Any: Claúdia deve ter mencionado minha frieza em relação ao assunto.
Patrício: Mencionou. E isso é preocupante.

Any: Claúdia conhece o meu temperamento. Sou do ditado: “minhas fronhas são caras demais para serem manchadas”.
Patrício: Claúdia não está preocupada.
Any: Então...
Patrício: Quem está preocupado sou eu.
Anahí suspirou. Não queria conversar nem queria a preocupação de ninguém.
Any: Vc não tem motivos para se preocupar. Tomei um chifre no dia de aniversário de três anos de namoro e essa pessoa se tornou um dos meus amigos e casou com a minha prima. Isso é a prova de que eu não vivo de passado.
Patrício: Sei que fala do Derrick. E sei também que vc não gostava dele como gostava do Poncho.