Fanfic: Vida Bandida

Karla saira do banho dentro de um roupão. Ela fitou Poncho, que ainda lia o jornal.

Karla: Ainda lendo isso?
Poncho: Aparentemente sim. Vc ainda quer sair ou mudou de idéia?
Karla: É lógico que eu quero ainda sair. Ou vc acha que eu quero ficar trancada em casa enquanto o meu marido lê o jornal?
Poncho: Recém terminamos uma discussão Karla. Não vamos começar outra. (ele fechou o jornal e o colocou de lado) Vamos nos arrumar, já que vc quer sair.

Karla avançou para Poncho rapidamente. Ela parecia furiosa.
Karla: Vc pensa que eu não sei por que vc lê esse jornal?
Poncho: Por que eu leio o jornal?
Karla: Para ver se acha alguma coisa dela... para ver se descobre algo que possa me deixar... todos os dias vc abre esse jornal na esperança de ver uma saída para o nosso casamento, para me deixar.
Poncho apenas cruzou os braços.
Poncho: Eu dou tão na vista assim?
Karla: E vc ainda admite? Como vc ousa?

Poncho: Vc sabe da verdade, sempre soube da verdade. Eu nunca te amei nem nunca vou te amar. Estou com vc e abri mão da mulher que eu amava para salvá-la. Estou com vc, mas sempre tenho esperanças de que vc me deixe ou que haja alguma maneira de eu deixar vc.
Karla: Não diga coisas da qual possa se arrepender depois Poncho. O processo ainda não prescreveu e isso quer dizer que...
Poncho: (a interrompendo) Quer dizer que a Any ainda pode ser presa. Sim, eu sei. É por esse motivo que ainda estou aqui Karla. É por esse motivo que eu ainda aturo vc.
Ele estava irritado. Pela primeira vez a raiva havia vencido o medo. Poncho estava cansado, frustrado, infeliz. Naquele momento, tudo o que queria era estravasar a sua raiva, dizer as palavras que há muito segurava. Karla o fitava abobada.
Poncho: E vou aturar por todo o tempo que precisar. Mas já a aviso: nunca mais fale da Anahí, nunca mais cogite em mandar alguém reabrir o processo contra ela. Estou cumprindo minha parte no acordo e espero que cumpra a sua.
Karla: Ou... (provocando ele)
Poncho: Ou eu juro que eu sou capaz de matar vc. Nunca mais toque no nome da Anahí para ameaçá-la. Eu garanto que vc irá se arrepender. E tenho armas para destruir vc e o seu pai.

Ele saiu dali rapidamente, antes que a discussão se prolongasse. Saíra de casa e ficara na calçada, olhando para a rua vazia. Havia passado dos limites. Teria que ser muito carinhoso com Karla naquela noite, afim de fazer ela esquecer o incidente. Nunca admitiria, mas jamais faria algo que pudesse por em risco a liberdade de Anahí.
Ficou pensando que nunca mais a vira. Nem a ela nem aos amigos. Ia frequentemente no fórum, levar Karla que estava ajudando o pai, afim de se interessar pela profissão. Nunca havia se batido com ninguém lá. Perguntou se aquilo era muita sorte ou falta da mesma.

Ele acompanhara o retorno de Anahí ao mundo da advocacia. Leu as desconfianças em prol do que acontecera, lera as críticas e lera o sucesso que ela começara a despertar com os sócios. Estava feliz por ela ter se saído bem.
Poncho não tinha acesso a vida pessoal de Anahí, já que ela não gostava de colunas sociais, mas a conhecendo, sabia que ela não estava sozinha. Se perguntou quem era o homem que tentava ocupar o lugar dele e balançou a cabeça. Aquilo apenas lhe traria mais dor.
Ele ficou mais um pouco na rua até acalmar a sua mente. Respirou, se preparou para enfrentar Karla e começou a voltar para dentro de casa. Não podia viver de lembranças. Ele e Anahí estavam separados, nada no momento poderia mudar aquilo. Tinha que viver o melhor possível. Não, viver não era o termo correto. Sobreviver soaria mais adequado.

Derrick estava na frente do túmulo de Maite. A princípio ele se recusara a visitar a esposa, com medo e angústia, mas Cassandra lhe dissera que aquilo iria lhe fazer