Fanfic: Vida Bandida

te encontrei, como estava previsto.

Os dois se beijaram, dentro da capela, sob o olhar de aprovação dos santos. Os dois começaram a rir e se beijaram novamente. Finalmente haviam se encontrado. Iriam recomeçar suas vidas. Ambos haviam perdido muita coisa, mas juntos tratariam de recuperar o que a vida lhes tirara: a paz interior e o amor.

Capítulo 3

Alguns dias depois

Estava uma manhã tumultuada no escritório. A promotoria queria um acordo de um caso, outro cliente havia sumido, papéis não chegavam. Anahí estava sentada tomando suco de maracujá para acalmar os nervos enquanto falava no telefone. Aparentemente, com o novo presidente que havia assumido, algumas leis já tradicionais iriam ser alteradas. E ela estava doida com isso.
Any: Eu não quero nem saber, precisamos rever todo o código civil com essa sacanagem que aprontaram. Sim, eu sei que alguns processos podem prescrever mais cedo. (pausa) Ótimo, então não temos mais apoio legal para manter o processo. (pausa) Vai falar com o presidente, reclama com ele, eu sigo as leis, se não seguisse seria presa de novo. (pausa) Não sabia que eu havia sido presa? Pois agora está sabendo. (e desligou o telefone com raiva)
Patrício: (que a estava observando já fazia algum tempo) Vc parece estar com um bom humor e uma calma inigualável amor.

Any: Eu quero é matar o presidente e voltar as leis antigas. Ainda bem que não tirei direito tributário. Os tributaristas devem estar mais doidos do que nós e os sindicatos seriamente comprometidos. Mas mesmo assim a dor de cabeça é imensa. Como ele ousa mudar o tempo de prescrição para um crime ser processado? Isso exige muita coisa, inclusive uma releitura e interpretação das leis.
Patrício: Nos interessa saber que as mudanças aconteceram e que temos que seguí-la. Alegre-se Any. Isso tem um lado bom. (beijando ela nos lábios)
Any: Tem? E qual seria?
Patrício: O tempo para prescrever o seu “crime” também mudou. Não sabia?
Any: Eu fiquei sabendo. De 15 anos para prescrever passou a um ano. (ela disse isso com indiferença e voltou ao trabalho) A contar depois de amanhã.
Patrício: Pensei que a notícia ia te deixar mais feliz. Agora o fantasma que te rondava não existe mais. Vc nunca mais poderá ser processada por isso, não importa as acusações.
Any: Esse fantasma nunca me rondou Patrício. (pegando um processo) Vc devia saber disso.
Patrício: Não?
Any: Não. O único que queria me ver presa é Tony Dalton. O único que poderia fazer algo para isso é ele. Mas agora que finalmente ele perdeu tudo, incluindo o apoio da máfia para o qual ele trabalhava, não pode fazer mais nada contra mim.

Patrício sabia do que Anahí estava falando. No ano passado, Tony Dalton se metera em um negócio de contrabando de bebidas e acabou sendo preso em flagrante. A pena não foi longa, não foi do tamanho que deveria ter sido, pois a promotoria havia feito um acordo com os advogados. Tony pegara 10 meses de prisão. Saíra a pouco tempo, completamente sem nenhuma influência. A máfia havia lhe fechado as portas. Tony agora era um bandido comum e ordinário como muitos que havia no mundo. Já não podia comprar um júri nem manipular um tribunal. Virara apenas uma pessoa comum, que não inspirava medo em ninguém, muito menos em Anahí.

Patrício: Vc tem razão... mas mesmo assim...
Anahí deu de ombros e ele não insistiu. Resolveu falar de assuntos mais alegres.
Patrício: Temos muito o que ver ainda... para o nosso casamento. Quando vai ser a data?
Any: Daqui a três meses, no início de Dezembro. Todos estarão em férias, a época é boa e temos tempo para organizar tudo. Já estou vendo os convites e mandando fazer o vestido. Claúdia me indicou o buffet dela que é ótimo e como vc queria, a festa vai ser no Restaurante Casanova. Tudo já está sendo providenciado, inclusive a decoração.