Fanfic: Vida Bandida

Dulce estava voltando para o acampamento quando viu Christopher sentado embaixo de uma árvore, na pracinha próxima ao monumento municipal. Ela, silenciosa como todos os ciganos, se aproximou delicadamente para ver o que ele poderia estar fazendo. Dulce se lembrava muito bem quem ele era e da noite que haviam compartilhado.

Christopher estava chorando. Fazia muito tempo que ele não chorava, mais precisamente desde que a sua mãe morreu há mais de 15 anos. Christopher não sabia o que fazer. A reunião não havia transcorrido como ele esperava. Estava em uma cilada e não sabia como sair daquela. Ele levantou a cabeça e se deparou com Dulce observando-o. Não sabia o que faria, a vontade de chorar era tão grande quanto a vontade de gritar com ela e descontar sua raiva naquela completa estranha. Resolveu permanecer em silêncio.

Dulce: (se sentando ao lado dele) Parou de chorar por que meu caro? Tem vergonha de chorar na frente de uma mulher?
Silêncio.
Dulce: Ou vc tem vergonha de chorar na frente de uma golpista? (com a voz divertida)
Chris: Não estou com disposição para as suas piadinhas cigana... saia daqui e me deixe sozinho.
Dulce: Eu tentei te avisar que a sua vida ia mudar... mas vc não quis me ouvir...
Chris: O que vc me disse naquela noite foram apenas palavras com duplo sentido... para mim podiam significar qualquer coisa...
Dulce: De qualquer maneira vc está com problemas... ou não está? Ainda estou em dívida com vc por causa daquela noite. Se quiser me contar...

Chris: Acho que não... (ele exitava e Dulce percebeu) sequer a conheço, sequer sei o seu nome... e tudo isso é muito pessoal.
Dulce: Meu nome é Dulce Maria. (ela estendeu a mão. Chris exitou mas apertou) E o seu?
Chris: Christopher Uckerman, mas por favor me chame de Chris. É menos intimidador.
Dulce: Pois então Chris, vc já sabe o meu nome e eu sei o seu. Nos conhecermos é detalhe. Quer me contar o que aconteceu ou prefere ficar remoendo suas mágoas?
Chris: O que eu tenho a perder? Bom, se vc tiver umas dez horas...
Dulce: Tenho todo o tempo que quiser... pode falar...
Chris: Bom... há mais ou menos umas cinco horas atrás, quando eu acreditei estar indo para mais uma reunião anual...

Flashback de Christopher

Depois da reunião onde decidiram que Maite seria a nova contadora da empresa, Christopher estava se preparando para pegar o dinheiro e voltar a viajar, quando o advogado de seu pai, Eduardo, o chamou para uma conversa. Christopher já estava muito irritado, mas sentiu que era melhor não contrariar.

Chris: O que vc quer? Eu estou com pressa, quero pegar o avião para Londres...
Eduardo: Bom, Christopher, hoje vc completa 25 anos...
Chris: É verdade... e daí?(ele tinha se esquecido, era um solitário nato)
Eduardo: Seu pai me deixou outro testamento para vc quando completasse 25 anos. Desejo fazer a leitura.
Chris: (espantado) Outro testamento? Isso é possível?
Eduardo: Lhe asseguro que é perfeitamente legal. Ele solicitou que eu lesse primeiro apenas para vc e depois para o seu melhor amigo, Mário Ferrera.
Chris: (se sentando e espichando as pernas, com uma cara de tédio) Bom, e então? O que ele nos diz dessa vez?
Eduardo: Eu vou ler as palavras finais dele... depois desse testamento, tudo se tornará definitivo, baseado na sua decisão...
Chris: (ficando nervoso) Entendi. Podemos começar?

Eduardo: Sim. Vou começar a ler... (ele retira os papéis e começa a ler com uma voz monótona)

"Meu querido filho, a essa altura vc deve estar com 25 anos, e estará recebendo minhas últimas palavras. Devo presumir que vc tem se divertido muito desde que morri... sei que nunca quis as minha empresa e nunca gostou de trabalhar sério na vida. Mas agora, vc já é um homem e precisa agir como tal. E por meio deste testamento, terei a certeza que vc se