Fanfics Brasil - A noiva Prisioneira

Fanfic: A noiva Prisioneira


Capítulo: 1? Capítulo

19 visualizações Denunciar


Londres, Maio de 1440 — Não, não vou matar a jovem, se é isso que você está me pedindo. Não sei se lhe disseram, mas eu não costumo violentar mulheres.— Claro que não — garantiu imediatamente sir Alfonso Herrera, no intuito de tranqüilizar seu convidado. — Você enten­deu tudo errado. Eu amo Dulce, e ela nutre o mesmo amor por mim. Jamais gostaria que qualquer coisa de ruim lhe acon­tecesse. Quero apenas mantê-la a salvo até que a família con­corde com o nosso casamento. Ninguém falou em morte.Sir Alfonso  olhou para os inúmeros vilões depravados da taverna, torcendo para conseguir resolver logo aquele assunto. Não lhe agradava nem um pouco ficar naquele lugar sombrio. O Black Raven não era o tipo de estabelecimento que costumava freqüentar. Entretanto, era o antro favorito de ladrões, prosti­tutas e assassinos, que se reuniam para beber e jogar, enquanto esperavam por alguma oportunidade para fazer serviços sujos. Em troca de dinheiro, claro.Tirando um elegante lenço de seda do bolso de sua túnica, ele limpou o suor da testa antes de se voltar para o homem sentado à sua frente. Diferentemente de sir Alfonso , o sujeito mostrava-se bastante confortável em meio àquele tipo de gente.— Contra a vontade dela, você está insinuando — deduziu o bandido, colocando a caneca em cima da mesa com movimentos lentos e comedidos. — Uma mulher apaixonada seria capaz de se esconder até da própria família para conseguir se casar com o homem dos seus sonhos. Eu o admiro por ser tão amado por uma mulher, mas existe mesmo a necessidade de trancafiá-la?

Sir Alfonso  estudou aquele homem com cuidado. Christopher Uckermam era famoso pela grandeza de seu caráter quando se tra­tava de negócios, uma pessoa a quem se podia confiar tarefas das mais sigilosas em troca de uma boa gratificação em dinhei­ro. Por outro lado, também era conhecido pelo tipo de trabalho que aceitava. Furtava, roubava e lutava contra quem fosse pre­ciso, mas se recusava terminantemente a prejudicar o sexo oposto. O que era de se admirar, pois Uckermam era um homem muito bonito, e as mulheres, jovens e velhas, casadas e soltei­ras, puras e impuras, não hesitavam em se jogar nos braços dele. Tal adoração era recompensada com igual estima, em es­pecial no que dizia respeito à parte física.

Diziam os rumores que, em seus vinte e nove anos de idade, Christopher Uckermam tinha se deitado com mais mulheres do que a maioria dos homens podia esperar simplesmente conhecer durante toda uma vida. Não, ele jamais prejudicaria uma mu­lher, nem mesmo em troca de uma fortuna em ouro. Sir Alfonso  sabia que precisava encontrar a maneira certa de convencer aquele homem da veracidade de suas intenções.— A família da jovem nos separa — falou ele, inclinando o corpo para a frente —, e é o que a impede de se entregar a mim. Não é nada fácil entrar para uma família tão tradicional quanto a dos Savignon. Além disso, ela não tem coragem de abandonar os parentes por acreditar que eles não sobreviverão sem seus cuidados. E também teme morrer caso os abandone.— Morrer? — perguntou Christopher Uckermam, cheio de suspei­tas. — Como assim? Está insinuando que eles teriam coragem de matá-la se ela se casasse com você em segredo?Sir Alfonso  suspirou e balançou à cabeça em sinal de concor­dância.— E o que Dulce acha, por mais que eu me esforce para lhe provar o contrário. Os Savignon já lhe escolheram um pre­tendente e não permitem que nós nos encontremos ou conver­semos. Mas nosso amor é tão grande que ela se opôs à resolução da família de casá-la com um estranho.
— Não me parece uma boa decisão vocês manterem um ro­mance em segredo — comentou Christopher Uckermam, tomando mais um gole de sua bebida. — Principalmente por a família ter recusado seus galanteios.— Você não entende! Eles só não me entregaram a mão de Dulce porque eu ainda não recebi a minha herança. Todavia, meu tio, o duque d'Burdeux, está muito doente e não lhe resta muito mais tempo. Ele me chamou na Normandia para lhe fazer companhia nesses últimos momentos. E quando eu receber o título e as terras que me são de direito, tenho certeza de que os Savignon concordarão com o nosso casamento.— E por que não tenta dizer tudo isso a eles? — sugeriu Christopher. — Peça-lhes para esperar um pouco. Não vejo motivos para você raptar a jovem e mantê-la prisioneira. Ela não recu­sou o pedido do outro homem? Não faltam apenas algumas se­manas para você alcançar seus objetivos? Para que a pressa?— A família de Dulce a obrigará a se casar com esse outro homem — insistiu sir Alfonso . — Você nem imagina como eles são. A pobrezinha morre de medo do irmão e dos tios, e eu não consigo convencê-la de que posso lhe oferecer segurança. Nin­guém saberá por onde começar a procurá-la quando você a levar daqui.— Se eu a levar — corrigiu Christopher, levantando a mão direita para chamar uma das garçonetes para encher sua caneca mais uma vez. A jovem, como todas as outras mulheres da taverna, não tinha tirado os olhos dele e correu para atendê-lo. Como recompensa, recebeu um sorriso preguiçoso e um afago em seu amplo quadril, o que quase a fez derrubar a pesada jarra que carregava.Sir Alfonso  sentiu um embrulho no estômago ao testemunhar aquela cena. Christopher Uckermam provavelmente levaria a mulher para um dos quartos do andar de cima tão logo a conversa de negócios terminasse. Como alguém em sã consciência poderia se deitar com uma mulher daquele tipo?— Você ainda não me explicou por que a sua amada precisa ser capturada contra a própria vontade — insistiu Christopher, as­sim que a jovem desapareceu. — Se eu disser à srta. Savignon que recebi a incumbência de levá-la a um lugar seguro, ela concordará na mesma hora, se tudo que você me contou real­mente for verdade.Sir Alfonso  franziu a testa sem tirar os olhos do homem à sua frente.— Está me chamando de mentiroso?— De forma alguma — respondeu ele, sem vacilar, em tom irônico. — E você, acha que sou tonto? Só um completo idiota aceitaria essa história sem discutir. Quero saber quais são os verdadeiros motivos para você manter essa mulher em cativeiro.— Eu já lhe disse que Dulce morre de medo da família — repetiu sir Alfonso , lutando para conter a raiva diante de tama­nha insolência. — Mesmo que você lhe diga que a está levando a mando de sir Alfonso  Lagasse, ela nunca acreditará que ficará a salvo dos parentes. Todavia, devo admitir que existe outra razão. Dulce está… digamos que esteja em busca de algo.— Em busca de algo? — repetiu Christopher, nem um pouco sur­preso. A história não era tão simples quanto parecia.— Sim. A família dela, o clã Savignon, é galesa e tem como ancestrais uma nobre linhagem celta. É o grande orgulho de todos, mas eles são fiéis a muitas crenças antigas, por mais estranhas e profanas que possam parecer. O chefe da família, Leon Savignon, tio de Dulce, alega possuir certos poderes. — Sir Alfonso  aproximou-se do outro homem e baixou um pouco a voz. — Poderes místicos, se é que você me entende.Christopher Uckermam não se impressionou com o comentário.— E ele possui mesmo esses poderes?— Claro que não! — respondeu sir Alfonso , de certa forma frustrado. — Dizem que o homem é meio louco. Na verdade, todos são um pouco esquisitos, os tios e tias de Dulce. Ela é a única pessoa normal daquela família, apesar de insistir em recuperar a Pedra Greth. Daria, inclusive, a vida em troca da Pedra.— Pedra Greth? — repetiu Christopher. — Greth é uma palavra antiga para "graça", não é?— Sim, e é exatamente o que significa. Pedra da Graça. Tra­ta-se de um anel que pertence aos Savignon há muitas gerações. É uma linda jóia com uma grande safira azul-escura no centro. Eu mesmo já vi anéis bem mais bonitos e valiosos, mas eles insistem em dizer que a Pedra da Graça possui poderes espe­ciais. É tanta tolice junta…Sir Alfonso  limpou mais uma vez o suor da testa.                                                — A jóia foi roubada da família alguns meses atrás por um sujeito chamado Caswallan e levada de volta para Gales. Dulce está determinada a encontrar esse homem e recuperar o anel, mas ninguém nunca mais soube dele. Ninguém sabe onde se escondeu, ou o que fez com o anel. E uma busca sem sentido, além de perigosa, porém nada tira a idéia da cabeça dela. E eu me sinto na obrigação de manter a minha amada a salvo. Con­tudo, confesso que Dulce não aprovará a minha maneira de conduzir essa história.Depois de esvaziar a caneca pela terceira vez desde que che­gara ao Black Raven, Christopher Uckermam colocou-a de lado. Então limpou a boca com a manga da camisa.— Pois bem. Você quer que eu capture a srta. Dulce e a leve para…— Para uma pequena fortaleza que mantenho em York. Está desabitada há anos, mas é sólida o suficiente para que minha Dulce fique bem e segura. Além do mais, a família dela jamais a encontrará ali.— E eu devo manter a jovem nessa fortaleza contra a própria vontade, apesar do sofrimento que a família enfrentará? Até quando?— Até que eu possa ir buscá-la — respondeu sir Alfonso . — Serão somente alguns meses, talvez semanas, pois o estado de saúde do meu tio não é nada animador. Ele está nas últimas. Você terá ouro suficiente para se manter durante um ano in­teiro, se for o caso, oferecendo o máximo de conforto a Dulce.Olhando ao redor da taverna para ver se alguém acompa­nhava seus movimentos, sir Alfonso  enfiou a mão no bolso da túnica e pegou uma pequena sacola de couro.— Como você pode perceber, eu já vim preparado para o primeiro pagamento. Cinqüenta moedas de ouro agora, cin­qüenta no dia em que você capturar Dulce, e mais cem quando eu for buscá-la.Sir Alfonso  esperava que Christopher Uckermam no mínimo arregalasse os olhos diante da chance de receber tanto dinheiro, mas ele continuou imóvel.— Um ano é tempo demais para manter uma mulher presa, independentemente da quantia de dinheiro envolvida. Na ver­dade, acho que uma atitude dessas é um pouco exagerada. Essa família deve ser estranha mesmo para não querer esperar al­gumas semanas até você se tornar um pretendente à altura da srta. Dulce, após a morte de seu tio.— Como eu lhe disse antes, eles são meio loucos — falou sir Alfonso , começando a demonstrar sinais de desespero. Se aquele homem não aceitasse seqüestrar Dulce, ele teria de encontrar alguém bem menos decente. E a idéia de ter outra experiência naquele lugar não o agradava nem um pouco.— Até sir Derrick, o irmão dela, é um lunático. Ele tentou me matar duas vezes, simplesmente por ter me encontrado es­condido com Dulce.As últimas palavras despertaram a atenção de Christopher.— Sir Derrick Savignon? Ele é irmão de sua amada?— Sim. Você o conhece?— De certa forma. — O sorriso nos lábios de Christopher Uckermam aos poucos foi se tornando felino. — Então é a irmã dele que devo seqüestrar? De repente ficou bem claro por que você não quer essa responsabilidade. Derrick matará o homem que en­costar um só dedo na irmã. Ou que ouse fazê-lo.Ele deu uma sonora risada, deixando sir Alfonso  arrepiado.— Por que não mencionou o nome dele antes? Nosso negócio se resolveria bem mais depressa.Inclinando-se para a frente, Christopher tirou a bolsa de couro das mãos trêmulas do outro homem.— Decidi aceitar o serviço. Mas será rápido, ainda esta se­mana. Meu criado, Christian, lhe informará o dia. Deixe a segunda parcela preparada, conforme o combinado, e dê-lhe in­dicações sobre a localidade de sua fortaleza em York. Se tudo sair de acordo com os meus planos, a srta. Savignon estará confinada em menos de quinze dias. 

 


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): ieu

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

CAPÍTULO I  — Tio Leon? Dulce abriu um pouco mais a porta do porão, tentando enxergar melhor o que acontecia no aposento abaixo. Uma fumaça azul aromática, cheia de faíscas, certa­mente devido à mistura de produtos químicos preparada por seu tio, invadiu o corredor. Ela balançou a mão na frent ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • marques Postado em 07/07/2008 - 11:30:29

    Não para pelo amor de Deus(tá acho q exagerei), mais não para.
    sua WN tá perfeita, não para.
    Au li a um tempo atras, mas não sabia
    como comentar. Continua!!!
    Bjs

  • yas Postado em 18/08/2007 - 17:53:42

    posta maissssssssssssssssss

    tah mtu boa a web!!
    naum para naum!!

  • isa Postado em 16/08/2007 - 20:49:02

    mais
    tah lindaa

  • Yas Postado em 05/08/2007 - 21:47:30

    +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++


    Please!! *-*

  • Gaby Postado em 13/07/2007 - 14:39:54

    Posta mais please!!!!!!
    Ta super a web!
    Eu imploro posta +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
    Ela é super legal!!!!!!

    bjux

  • Yas Postado em 12/07/2007 - 22:10:02

    Posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++++++++

    Please to morrendo de curiosidade!!

  • Yas Postado em 09/07/2007 - 23:54:16

    ahhhhhhhh continua!!
    Plisss

    No pares de postar!!!!!!!!!!

  • Yas Postado em 09/07/2007 - 00:23:35

    Maiis!!!!!!
    Please XD

  • Ellen Postado em 04/07/2007 - 23:50:36

    Olha eu aki de novo \o/ rssrss
    De novo digo q TO AMANDO a web!!
    Tah mtu lindah XD
    Todos os dias to passando aki....
    Aii posta a web no orkut tb!! La da pra gente conversar ;P

    Kisses

  • nathyneves Postado em 03/07/2007 - 12:55:47

    coiisa nem vi que era tu que postava
    oaisaosiaoiasoiaosiosaoisoa

    =DD


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais