Fanfic: Estranho de Amar
Já faz uma semana que papai morreu.
Ele era evangélico, mas o padre da igreja local era um grande amigo seu, então insistiu em oferecer uma missa de 7 dias. Tio Pedro, que odiava uma discussão, concordou.
Não falo direito com Ucker há uma semana.
Desde que ele me fez cair da casinha da piscina.
Ele ainda teve a cara-de-pau de contar pra Poncho e Chris.
Agora, sempre que eu passo por eles, eles me zoam.
Dul ainda não foi embora pra Los Angeles, infelizmente!
Eu e Ucker ainda estamos no dilema do testamento: Juntos, durante um ano, na casa em que crescemos? Boa ou má idéia?
Casa em que crescemos e em que fizemos amor no dia do velório de nosso pai.
Na verdade, meu pai, Ucker era adotado.
Por isso não tinha problema.
Não tinha sangue envolvido.
Mas Ucker não pensava assim.
Fomos pra igreja.
A missa foi longa.
Pra ser sincera não sei nada que foi dito lá. Não prestei a mínima atenção.
Estava fascinada com uma coisa que reparei na igreja: Toda vez que Dul ia fazer um carinho em Ucker ele se esquivava.
Ele gostava de mim, eu podia sentir.
Eu também sentia dor.
Dor física mesmo.
Não aceitei ir ao médico depois que cai da casinha da árvore.
Séria patético!
Dr. Einstein, o único médico da cidade, perguntaria: “o que aconteceu?”. Tio Pedro responderia “minha sobrinha caiu da casinha da árvore.”. “Quantos aninhos ela tem?”, perguntaria Dr. Einstein. “24!”, tio Pedro responderia envergonhado.
Patético!
Ucker estava amando a situação.
Mas eu não admiti pra ninguém que senti muitas dores essa semana.
Teria que ir ao médico.
Eu me sentia tonta cada vez que descia aquela escada lá da mansão do tio Pedro.
Também não contei a Ucker que bati com a cabeça quando cai no chão.
Ops!
May, a prima perceptiva, tinha reparado no meu estado. Essa manhã ela prometeu, pra não dizer ameaçou, que me levaria ao médico após a missa.
Missa chata!
Bem, a missa tinha acabado.
Eu já estava enjoada.
Literalmente!
Tava me sentindo a mina de “O Exorcista”, senti que ia vomitar no padre a qualquer momento.
Conseguimos escapar da igreja!
-vamos comer uma pizza? –Chris convidou. Mas eu não queria, estava enjoada.
-não dá! Tenho que levar a Any no médico. –May repreendeu o marido.
-o que ela tem? –Ucker parecia preocupado. Preocupado ou culpado? Já que foi ele o responsável pela minha queda...
-caiu de uma árvore. –May lhe lançou um olhar acusador.
-na verdade, ela caiu de uma casinha da árvore. –Poncho completou entre risos.
-você tá bem Any? –Dul parecia preocupada. ECA!
-tô sim Dul, obrigada. –encarei Ucker.
-tá nada. Ela tá se sentindo tonta. –May me entregou. Fuzilei ela com o olhar.
-você bateu a cabeça, por acaso? –Ucker parecia bravo.
-é claro que bateu. E é claro que não te contaria. –May se apressou de novo.
-ok. Vão pra pizzaria. Eu levo ela ao médico. –ele não estava oferecendo, estava ordenando.
-não! –reclamei.
-deixa de ser criança! –ele me puxou pelo braço e já me colocou no banco do carona de seu carro, ele comprou um carro.
-Christopher! –reclamei. Reclamei que nem criança. Todos riram de mim!
-te vejo depois, então. –Dul falou e deu um, eca, selinho nele.
Era errado achar que só eu podia tocar aqueles lábios?
Torci pra não segurar mais o enjôo, e despejar em Dul!
Mas aí fiquei com nojo.
E quase vomitei de novo.
Era uma tortura!
-então tá. Eu deixo você levar ela ao médico. –May brincou.
Comecei a desconfiar que ela e Ucker eram aliados.
-então vamos! –Poncho disse. –estou faminto. Quero pizza! –ele reclamou.
-melhor irmos mesmo. Não queiram ver o Poncho com fome! –Chris zoou.
Ucker deu uma risadinha, entrou no carro, colocou o sinto e fomos.
Dei uma última olhada.
Nossos amigos de sempre atravessavam a rua para ir na pizzaria.
Chris com o braço em volta do ombro de May.
E Poncho e Dul mantendo aquela distância saudável entre ex-namorados.
Chegamos ao hospital.
É. Não tinha consultório médico particular naquela cidadezinha minúscula.
Fui colocada em uma cama.
Fiz um monte de exames.
Ucker parecia preocupado de verdade.
O enjôo estava aumentando.
Estávamos, eu e Ucker, no quarto, esperando Dr. Einstein com os exames.
Eu sentada com aquelas camisolinhas brancas de hospital. Que eu odeio!
Ucker, em pé, ao lado da cama onde eu estava sentada.
De repente ele começou a passar a mão nas minhas costas.
-desculpa. –ele foi sincero!
-tá perdoado. –também fui sincera!
Ele sorriu. Retribui o sorriso.
Eu não conseguia mais ficar brava com ele.
-foi errado e irresponsável deixar você cair da casinha. –ele fez uma pausa –mas o que eu disse era verdade. Não me peça pra esquecer a nossa noite. Mas também não me peça para repeti-la. –ele estava sendo super sincero.
-ok. Darei o máximo de mim. –prometi.
Dr. Einstein chegou, cortando nosso papo.
Ele estava com um daqueles bloquinhos, com o meu diagnostico, na mão.
-e aí? –Ucker estava mesmo preocupado!!!
-o que aconteceu mesmo? –perguntou o médico lesado!
Também, ele deveria ter uns 90 anos...só de carreira!
-ela caiu –ele reprimiu um sorriso –da casa da árvore. –Ucker estava mesmo quase rindo! Ha-ha. Que situação hilária!
-isso é grave. No estado dela –que estado velho babão? Luto? –mas não precisa se preocupar. Seu sobrinho está bem. –sobrinho de quem?
Eu e Ucker nos encaremos.
O velho estava gagá?
-como? –Ucker indagou o velho.
-o bebê, está tudo bem. A gravidez ainda está nas primeiras semanas, a queda foi muito perigosa, mas está tudo bem. –ele se explicou.
Eu e Ucker nos encaramos de novo.
“Gravidez”?
Gravidez de quem?
Torci para que o velho gagá tivesse trocado a minha ficha com a de uma fulaninha qualquer que se esqueceu de usar camisinha.
Não que eu tenha usado camisinha em minha noite de amor com meu irmão adotivo, porque eu não usei! Ou melhor, ele não usou!
Ucker pegou a ficha da mão do velho e conferiu. Era mesmo a minha ficha.
-você tá grávida? –ele me perguntou.
-não! –eu garanti. Mas não tinha certeza.
-oh, você não sabia? –perguntou aquela coisa lesada que se dizia médico.
-olha minha cara de quem sabia! –minha cara estava perplexa.
O pior é que o velho babão olhou mesmo pra minha cara!
Lesado!!!
-então, bem, você está grávida. –ele afirmou sorrindo.
Não tinha motivos para sorrir!
-desde quando? –a preocupação de Ucker me pegou.
Eu não dormia com ninguém há uns 6 meses...tirando o Ucker.
-mais ou menos uma semana. Como disse, a gravidez está em um estado inicial. É um milagre que tenha resistido a queda. Mas resistiu. Vamos monitorar essa gravidez, mas acho que está tudo bem com o feto. Parabéns, mamãe! –ele deu um tapinha no meu joelho e foi entregar a ficha pra enfermeira.
Eu e Ucker ficamos sozinhos e boquiabertos.
Ele parou na minha frente e apoiou suas mãos nos meus joelhos, enquanto colocava a cabeça pra frente e pra trás.
-você sabia disso? –ele finalmente perguntou.
-é claro que não. Estou tão surpresa quanto você. –e eu estava mesmo.
Grávida? Nunca tinha me passado pela cabeça!
-é meu? –ele perguntou.
-de quem mais seria? É óbvio que é seu! –eu estava brava, agora.
Mas estremeci com a idéia.
Eu ia ter um filho com o Ucker?
-desculpa perguntar. Mas eu precisava. –eu entendia. –o que faremos... –eu o interrompi.
-eu não vou fazer nada demais ao meu bebê Ucker! –a idéia me causava arrepios.
-é claro que não. Ninguém vai machucar o nosso bebê. –“nosso”? Amei essa palavra.
Mas eu queria que fosse nosso carro, nossa casa, nosso poodle...
Não nosso...filho?
Eu senti as lágrimas vindo, não as segurei.
Ele se inclinou e me beijou.
Um beijo delicado.
Me preocupei. E se o fuxiqueiro do velho caduco, quer dizer, Dr. Einstein ou uma daquelas enfermeiras taradas que estavam secando os músculos de Ucker vissem?
Novamente, seu beijo me fez esquecer do mundo.
Ele finalizou com um selinho.
Alisou meu rosto e segurou meus ombros.
-eu estou aqui. –ele prometeu.
-eu sei. –sussurrei, deixando as lágrimas saírem.
Eu me inclinei em direção a ele e confortei a cabeça em seu peito.
-parece que vamos ficar em Garden. –ele sorriu, mas ainda tinha uma pontada de preocupação em sua voz, eu não estava vendo seus olhos para saber como esses estavam.
-oba. –disse desanimada.
Ele me abraçou bem forte.
Nenhum de nós dois sabia o que estava por vir.
Semana passada éramos dois irmãos que não se viam há 6 anos.
Agora éramos um homem e uma mulher, que não sabiam ao certo qual era seu relacionamento, esperando um filho.
Mas, pelo menos, resolvemos um dilema.
Papai venceu!
Ficaríamos em Garden.
Por um ano!
Morando juntos!
Com o nosso bebê.
Estremeci com a idéia, Ucker apertou o abraço.
Ele realmente estava lá, e era isso que me confortava.
Eu não estava sozinha!
CONTINUA...
PS: Comentem!!! Pelo Amor de Deus!! Obrigada! Bjos!
Autor(a): gabybrody
Este autor(a) escreve mais 43 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Olá! Sou a escritora dessa web. Primeiramente gostaria de agradecer por lerem-na. E gostaria de informar uma coisa. Como deu para perceber, Any e Ucker fizeram o que não deviam –ou deviam, vocês decidem –e ela acabou grávida. Até esse 10º capítulo, Any narrou cada passo seu desde que voltou a Garden. Sabemos exat ...
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 21:00:20
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 20:58:59
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 20:57:14
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rafinhacomplicated Postado em 05/01/2009 - 01:12:16
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:12:08
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:11:51
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:11:31
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