Fanfic: Estranho de Amar
-você realmente não acreditava naquilo, certo? –Ucker me perguntou, realmente curioso.
-no que? –perguntei só pra ganhar tempo, pois já sabia do que ele estava falando.
-que estava –ele hesitou, esse era um assunto desconfortável –apaixonada por mim? –ele concluiu, olhando me meus olhos. Olhos que se encheram de lembranças!
Sim! Eu realmente acreditava nisso, na época. Porque era verdade! Eu estava realmente perdida e apaixonadamente apaixonada por Christopher Uckermann, meu irmão de criação!
Eu tinha 17 anos quando a estranha paixão começou. Era natal. Ouve um problema com a árvore de natal da família. Primo Derrick não estava em uma das suas melhores noites, bebeu demais e acabou acabando com a árvore. Faltavam duas hora pra meia noite, quando eu e Ucker recebemos a missão de comprar a nova árvore. Saímos para comprá-la. Demoramos quase uma hora só escolhendo. Depois colocamos no carro de Ucker e...aconteceu! Tudo aconteceu muito rápido, eu me apaixonei por ele em um segundo: quando estava ajudando a amarrar a árvore na picape, os nossos olhares se encontraram e, acidentalmente, nossos lábios também, em um selinho que durou um segundo. Um segundo que mudou tudo. Ucker se desculpou e zoou a situação. Na hora eu também brinquei, mas não consegui enxergá-lo como antes. Seus lábios quentes e delicados encostando nos meus pelo menor dos segundos fazia meu coração palpitar até hoje...
Claro que hoje era só de vergonha! Naquela época era paixão. Paixão adolescente.
Uma estúpida paixão adolescente, com a qual sofri em segredo por quase um ano.
Nós morávamos na mesma casa, estudávamos na mesma escola, saiamos com os mesmos amigos...era uma tortura sentir aquilo por Christopher.
Foi na época em que Dul se encantou por Poncho.
Quando ela tomou coragem e o agarrou, quase um ano depois de minha paixão por Ucker ter começado, resolvi tomar coragem e me declarar também.
Era véspera de natal, o último natal que passei em Garden, o último dia que passei em Garden... Derrick e Angelique estavam casados, era o primeiro natal dela com a família Uckermann. Dul e Poncho estavam namorando. May tinha terminado com o namorado e Chris, como seu melhor amigo, foi consolá-la. Acho que a paixão dos dois começou ali! A namorada de Ucker, Belinda, uma garota chata que eu odiava, não pode vir passar o natal conosco... Graças à Deus. Era a chance perfeita. Eu tinha que me declarar a Ucker. E tinha que ser aquela noite!
Ele era meu irmão, até o natal passado eu nunca tinha o visto de uma forma diferente...bem, quase nunca, quando ele entrou na puberdade e começou a mudar...bem, eu quase nunca tinha o visto como um “algo mais”. Mas eu já estava apaixonada por ele, em segredo, há um ano. Eu tinha que falar. Viver com aquele amor doía, mas eu sabia que se me declara-se e leva-se um “não!” ia doer muito mais. E foi exatamente isso que aconteceu, eu me proíbo pensar nos detalhes, mas me declarei e Ucker me explicou calmamente que éramos irmãos e que ele não poderia fazer isso com papai. Eu retruquei “eu não quero que você faça nada com papai, quero que faça comigo!”. Hoje tenho noção de quanto fui estúpida! Ucker foi um cavalheiro e me disse não, apesar de seu sua respiração ofegante quando eu me aproximava parecer gritar “SIM!”. Eu tentei beijá-lo, ele me agarrou pela cintura...mas aí o “adulto” apareceu. Ele me afastou e disse que não podia. Disse que éramos irmãos e que isso nunca ia mudar. Disse que eu estava ficando louca, que aquilo era só uma paixonite e que logo ia passar. Que um dia, como acabamos de fazer, íamos rir de tudo isso. Mas na hora eu achei que era tudo besteira. Eu lhe disse coisas horríveis. Coisas que achei que não era capaz de dizer, coisas que ele não merecia ouvir...
No dia seguinte eu estava pousando em Phoenix, no Arizona mesmo, pra passar um tempo com a minha tia materna, Gabriela Spanic.
No réveillon, Ucker já não morava mais em Garden, não que eu tenha vindo à cidade conferir, mas mamãe me falou. Ele já havia se mudado pra sei Deus lá onde.
E até hoje, no enterro de nosso pai, nunca mais havíamos nos visto...ou falado.
Nem quando descobrimos sobre a morte de mamãe, não ousamos pegar o telefone e ligar um pro outro.
Quando me desliguei das lembranças e voltei a realidade Ucker estava me encarando, ainda esperando a resposta de sua pergunta.
Eu hesitei, mas respondi.
-sim –fiz uma pausa pra respirar fundo –eu realmente acreditava nisso. –eu jamais iria dizer em voz alta “acreditava que estava apaixonada por você.”.
Ele estudou minha expressão durante algum tempo.
Chegou a hora que mais temíamos.
Temíamos mais do que morarmos juntos, durante um ano, na casa em que crescemos.
Teríamos que falar abertamente sobre...a minha declaração!
Ucker suspirou e, finalmente, falou.
-Any –ele fez uma pausa, como se estivesse procurando as palavras certas –sobre isso –eu o interrompi, percebendo o quando estava sendo embaraçoso para ele, falar no assunto.
-não precisa dizer nada. Eu agi com uma idiota. Já disse e repito, não tinha o direito de envolver você em meus devaneios adolescentes. –afirmei com certa convicção.
-deixa eu acabar. –ele fez uma careta estranha. –por favor?
-ok. Conclua! –eu bufei. Não queria ouvir nenhuma daquelas explicações baratas que ouvi naquela noite: “somos irmãos, eu te considero como uma irmã...” e blábláblá.
Mas, para minha surpresa, ele falou algo diferente.
-dizer não pra você –ele parou e estudou minha expressão curiosa –foi a coisa mais difícil que eu já fiz. –ele admitiu. E, por estranho que pareça, parecia estar sendo sincero!
-o que? –perguntei boquiaberta.
-dizer não pra você naquela noite, enquanto meu corpo dizia sim –ele hesitou –foi muito, muito, mas realmente, muito difícil. –ele concluiu.
-heim? –foi tudo que consegui dizer. Essa era uma informação totalmente nova!
-por que acha que fui embora de Garden? –ele indagou.
-eu que sei? Eu fui embora por raiva e vergonha. –admiti.
-pois eu fui embora por vergonha e raiva... –eu o interrompi.
-de mim, é claro! –concluí cedo demais.
-é claro –ele me encarou –que não! Eu estava com raiva e vergonha de mim. Por sentir –ele hesitou e desviou o olhar do meu –por sentir aquelas coisas por você. Eu te seduzi Any! –ele conclui.
Eu ri.
-que foi? –ele parecia bravo e surpreso.
-você me seduziu? –eu ri de novo –ah tá. Eu tentei seduzir você, é diferente! –eu concluí, cedo demais de novo.
-Any você não está entendendo... –eu o interrompi, de novo.
-eu estava apaixonada por você desde o verão passado. –corei ao admitir minha paixão novamente.
-Any! Eu dei um selinho em você. –ele estava mesmo querendo colocar a culpa em si.
-foi um acidente. –eu disse com toda naturalidade do mundo.
-eu segurei você pela cintura...no selinho! –ele estava querendo ser o culpado.
-você não queria que eu caísse. –era óbvio!
-é claro que não! Eu queria sim que você caísse. –a expressão dele chegava a ser cômica.
-heim? –essa eu não entendi.
-queria que você caísse em cima de mim! Nos meus braços! –ele se explicou.
-mas no ano seguinte, fui eu quem tentou seduzir você! –eu não ia deixar ele ganhar essa, a culpa era minha!
-só porque eu te dei um selinho no natal passado. –ele também não estava afim de perder.
-fui um acidente!!! –eu rebati!
-não, não foi! Eu queria mais era te beijar de verdade, mas controlei os hormônios e só deixei aquele selinho escapar! –ele quase gritou.
-é. Mas no ano seguinte você não queria mais me beijar. –tentei esconder o quanto ele fez eu me balançar com aquela informação.
-você não entende! –ele já estava irritado –eu queria muito mais do que te beijar naquela noite. Queria passar a noite com você. Queria passar todas as noites com você. –ele fez uma pausa pra respirar, meu corpo estremeceu. –fui por isso que eu fugi de Garden. Eu fugi do meu amor por você! –ele conclui e meu corpo tremeu de novo com a informação.
Eu nunca tinha dado o nome de “amor” aquilo que sentia por Ucker...sentia no passado, é claro.
Mas era exatamente isso.
Não tinha sido uma paixonite.
Tinha sido meu primeiro amor.
Ucker, meu primeiro amor!
Eu e Ucker nos encaramos no silêncio.
Quer dizer que ele gostava de mim?
No passado, é óbvio.
Mas ele tinha dito não...só por respeito.
Respeito ao papai!!! Agora tudo fazia sentido.
Ucker só me disse “não” por respeito a papai, que era como um super herói pra ele.
Já eu, fui tão egoísta, como sempre! Nem me preocupei com o que mamãe e papai sentiriam. Eu abandonei Garden e fiz Ucker abandonar a cidade também. Por minha culpa abandonamos nosso pais... Abandonamos nossos pais pra morrer!!
-você tá chorando? –Ucker interrompeu meus pensamentos.
Eu não tinha reparado, mas ele estava certo, eu estava chorando!
-desculpa Any. Eu não queria dizer isso. Eu nunca deveria ter dito isso. –ele estava nervoso.
-cala a boca e para de colocar a culpa de tudo em você. Você não percebe? É tudo culpa minha. Nós abandonamos mamãe e papai por culpa minha. –eu refleti –na verdade, eu os abandonei. Me perdoa, Ucker? –praticamente implorei.
-perdoar o que? –ele estava mais confuso ainda.
-por ter feito você abandonar Garden. –eu expliquei.
-eu não abandonei Garden por sua causa. Abandonei por causa do que eu sentia por você. Eu estava enlouquecendo! –ele afirmou.
Nós nos encaramos e a ficha caiu.
Eu e Ucker tínhamos acabado de confessar um amor “não-irmão” que tivemos um pelo outro na adolescência.
Ficamos calados.
-aí meu Deus! Preciso de alguma coisa alcoólica! –exclamei, depois de certo tempo, enquanto me levantava.
Ucker me puxou pelo braço, cai no colo dele, ficando a centímetros dele.
Eu senti sua respiração e um calafrio passou por todo meu corpo.
-o que eu queria ter feito naquela noite –ele olhou nos meus olhos –era isso! –ele concluiu e...aconteceu!
Ucker, delicadamente, segurou meu rosto entre suas mãos e meu beijou.
Foi muito melhor do que jamais imaginei em meus devaneios adolescentes.
Era muito bom beijar Ucker!
Era tarde, era noite, tínhamos que voltar pra casa do tio Pedro...
A língua dele no céu da minha boca impediu que eu concluísse o pensamento.
Quando vi, já tinha enroscado meus braços ao redor do pescoço dele.
O que estava acontecendo? Por que estava acontecendo? Por que era tão bom?
Novamente, os beijos de Ucker impediram meus pensamentos.
Depois de muito, muito, muito tempo nos beijando, tempo que passou rápido demais, nós separamos.
Mas continuamos sentados nos encarando.
-era isso! –ele exclamou, recuperando o fôlego.
-entendo. –reuni minhas últimas forças pra falar. –pena que você não fez isso àquela noite. –eu suspirei.
De repente, um sorriso malicioso iluminou o rosto de Ucker.
-sempre há tempo. –ele me encarou. –ainda quer aquela bebida alcoólica? –ele concluiu e eu sorri.
CONTINUA...
Autor(a): gabybrody
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Depois de muito, muito, muito tempo nos beijando, tempo que passou rápido demais, nós separamos. Mas continuamos juntos no sofá, um encarando o outro. -era isso! –ele exclamou, recuperando o fôlego. -entendo. –reuni minhas últimas forças pra falar. –pena que você não fez isso àquela noite. &nda ...
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 21:00:20
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 20:58:59
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 20:57:15
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mariahsouza Postado em 11/01/2009 - 20:57:14
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rafinhacomplicated Postado em 05/01/2009 - 01:12:16
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:12:08
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:11:51
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mariahsouza Postado em 04/01/2009 - 20:11:31
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