Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

Relaxando na namoradeira, ela rogou bem baixinho:

- Vá embora. Por favor, por favor. Apenas vá.

Achava que ele tinha se esquecido. Já fazia dez minutos.

Ficou contente. Aliviada. Foi então que a porta se abriu novamente e ele reapareceu, trazendo a xícara de chá.

- Obrigada - murmurou, cautelosa.

Ela estava mesmo cautelosa. Mas também estava com sede. Sorveu um gole. Sentiu uma onda involuntária de prazer.

- Você está bem?

Annie apenas assentiu, pois não confiava na própria voz. Poncho deu um sorriso satisfeito. Então, voltou para a cozinha.

Annie observou-o sair da copa e sentiu lágrimas brotando nos olhos. O nó na garganta pareceu ficar maior.

- Você está bem? - perguntou a si mesma, do mesmo jeito que    Poncho fizera.

Não, não estava bem. Nada estava bem.

-  Toda jovem devia ter um marido como o seu - co­mentou a sra. Jensen ao passar o cartão de crédito a Annie na manhã seguinte.

Annie quase prensou o dedo junto com o cartão.

- O quê?

-  Um rapaz tão atencioso. Ele nos contou que estava servindo o café para que você pudesse descansar.

Annie disfarçou o constrangimento.

-  Sim, bem, ele... insistiu.

- Aproveite, querida - aconselhou a sra. Jensen. - A maioria dos homens não age assim.

Annie teve de reconhecer que a hóspede estava certa. Após atrapalhar-se mais um pouco com o cartão de crédito, fi­nalmente o devolveu.

A sra. Jensen deu-lhe um tapinha na mão esquerda.

- Ele foi tão atencioso, mandando alargar a sua aliança...

Annie sobressaltóu-se.

- A minha aliança?!

-  Oh, querida, talvez eu não devesse ter comentado! Você acha que ele queria fazer uma surpresa?

Annie balançou a cabeça, sem se trair na expressão do rosto. Alianças? Que alianças?

-  Eu notei que você não estava usando a aliança de casamento - confidenciou a sra. Jensen. - Por isso, perguntei a ele se você estava tendo o mesmo problema que eu tive na gravidez. Minhas mãos ficaram tão inchadas que mais pareciam salsichas! Achei que o mesmo podia estar acontecendo com você...

Annie sentiu que enrubescia. Tentou libertar a mão, mas sra. Jensen a mantinha firme.

-  E Poncho... esse é o nome dele, não é? Poncho disse que você tinha ficado só um pouco cheinha e que ele tinha man­dado alargar a aliança.

-  Che... cheinha? - repetiu Annie, indignada.

A sra. Jensen confortou:

- Foi mais gentil que o Tom aqui... - Lançou um olhar carinhoso ao marido por sobre o ombro. - Ele dizia para todo mundo que eu tinha ficado uma bola.

O sr. Jensen ouviu e protestou:

-  Ora, eu nunca...

Mas a sra. Jensen interrompeu-o, rindo.

- Não se preocupe, querido. - Voltou-se novamente para Annie. - Eu emagreci depois que o bebê nasceu. Tenho certeza de que você também vai voltar ao normal. - Deu uma última batidinha na mão de Annie e olhou para a barriga redonda - Espero ver o bebê quando voltarmos aqui em julho.

-  Ah, claro!

Annie estava aérea e sabia disso. Geralmente lembrava  dos planos dos hóspedes, mas no momento lembrava-se apenas vagamente que o casal já reservara um cómodo para a temporada de verão.

- Nossa reunião de família! - comentou a sra. Jensen, alegre. - Nossas três filhas e suas famílias. Lizzie teve bebê no Natal. Ashley, a minha netinha, só vai ser uns poucos meses mais velha do que o seu bebê. Poderão com­parar observações. Poncho também poderá trocar idéias com Mark, meu genro. Quando Ashley nasceu, Mark desmaiou. Aposto que o Poncho vai aguentar firme.

Annie nem se arriscava a comentar.

Apenas deu seu melhor sorriso de gerente de pousada e rezou para que os Jensen fossem logo embora enquanto ela conseguia manter a sanidade.