Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

-  Por que disse a eles que era meu marido?

Poncho, que estava parado na varanda acenando para o terceiro grupo de hóspedes que partia convencido de que eles eram casados, recuou ultrajado.

-  Eu não disse.

-  Não? Você não disse nada sobre mandar alargar a minha aliança?

- Bem, uma senhora comentou algo sobre você não estar usando aliança e ela não me pareceu ser uma pessoa que aprovasse um relacionamento moderno, do tipo em que as pessoas moram juntas simplesmente.

-  Nós não moramos juntos!

-  Moramos agora.

Annie cerrou os dentes.

-  Sabe o que eu quis dizer. E apreciaria se parasse de levar os hóspedes a conclusões equivocadas. Especialmente aqueles que podem voltar em três meses, esperando nos ver juntos como se fôssemos uma grande família feliz.

Poncho encolheu os ombros.

- Mas eu espero que sejamos uma grande família feliz.

- O quê?

-  Você me ouviu.

Annie estremeceu involuntariamente.

-  Eu já lhe disse que não!

-  Isso foi ontem.

-  Nada mudou.

- Ainda.

Raios. Por que ele tinha que ficar ali presunçoso? Confiante. Forte. Atraente.

- Não vou mudar de idéia.

Ele sorriu.

- Então, terei que convencê-la.

Ela balançou a cabeça.

- Não pode. Você vai estar em Nova York.

- Engana-se.

Annie estava confusa.

- Como assim?

- Vou ficar aqui.

- Não pode! Você tem seu trabalho! É o presidente-executivo da Fletcher`s, ora! O negócio depende de você.

-  Só quero que uma pessoa dependa de mim. - Ele olhou para a barriga dela. - Uma por enquanto...

- Não seja ridículo!

- Não estou sendo.

- Não pode ficar aqui!

- Eu vou ficar aqui, Annie - comunicou ele. - Vá se acostumando.

Ele não estava falando sério, claro.

Não poderia estar. Como ia dirigir uma empresa de mi­lhões de dólares sediada em Nova York de Dubuque, Iowa?

Impossível, concluiu Annie. E respirou mais tranquila, até que o funcionário da companhia telefónica apresentou-se para instalar um número de fax e mais linhas telefónicas.

- Onde vão ficar os aparelhos, senhorita? - perguntou o técnico, trazendo com dificuldade uma caixa enorme.

Atónita, Annie não conseguiu responder, mas Poncho já se aproximava por trás dela.

- Traga para cá - instruiu ao técnico. - Vou instalar tudo no meu quarto.

- Não pode! - protestou Annie. - Já está reservado

- Que pena. Vai ter que transferir a reserva para outro quarto.

- Não vou passar a reserva para outro quarto!

Ele encolheu os ombros, indiferente.

- Pode fazer a reserva para a namoradeira.

- Vou transferir a reserva para o quarto do último andar - decidiu ela, cerrando os dentes.

-  Ótima idéia. Lá é maior. E melhor. - Poncho indicou a escada para o técnico. Então, voltou-se para Annie, que o observava raivosa. - Não fique nervosa - aconselhou. - Não faz bem para você, nem para o bebê.

Annie conteve o ímpeto de agredi-lo. Então, ergueu o olhar para o céu, apesar da vontade de invocar o inferno.

-  Como pôde, Hattie? - indagou ela à querida finada protetora. - Não sabe o que fez comigo.