Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

A lógica dizia a Poncho que a possibilidade de ela perder o bebê não era tão má. Isso cortaria a ligação entre eles, resolveria seus problemas, simplificaria suas vidas.

Mas sentia um arrepio ante a simples idéia.

Não pensara em nada além do momento presente desde que soubera que ia ser pai. Não ficara acordado à noite planejando o futuro. Não formara um conceito sobre a crian­ça que gerara.

E, mesmo assim, quando achou que o bebê poderia não sobreviver, entendeu que moveria céus e terra para garantir o bem-estar daquela criança.

Expulsar hóspedes era a última de suas preocupações. Mandaria todo o mundo para a rua se isso garantisse a gravidez de Annie.

Não garantia. Na verdade, isso a deixaria ainda mais preocupada. Ela adorava a pousada, adorava administrar o negócio. Aquela propriedade devia ter ficado para ela.

Pois providenciaria a transferência. Mas, naquele mo­mento, sua primeira tarefa era garantir que ela permane­cesse em repouso e calma.

No quarto de Annie, recolheu os poucos objetos. pessoais dela, deixando-o apresentável para o casal que expulsara da biblioteca. Então, pegou sua camisola e robe, além de outras peças de que ela precisaria na manhã seguinte, sen­tindo-se incomodado, como se fosse um voyeur.

Assim que instalou os recém-casados no quarto de Annie, foi trocar os lençóis da cama da biblioteca. Nunca fizera uma cama tão rápido na vida. Não estava uma maravilha. Os cantos não estavam dobrados com precisão militar. Não afofara o acolchoado de penas, mas não se importava com a nota baixa que Annie lhe daria, desde que ela permanecesse ali descansando.

Voltou à cozinha e até suspirou de alívio ao vê-la exatamente no local onde a deixara.

-  A biblioteca está pronta - avisou. - Como está se sentindo?

-  Eu estou bem.

Poncho achou-a pálida. Quando ela fez menção de se levan­tar da cadeira, apressou-se em ajudá-la. Ficou contente por ela não repudiá-lo.

- Ainda está sentindo contrações? - indagou, enquanto seguiam para a biblioteca.

Ela fez que sim, mas não falou. Esforçava-se para manter o passo normal, mas a certa altura teve uma hesitação mo­mentânea. Quando chegaram à biblioteca, parou e voltou-se para ele.

-  Obrigada.

Era uma dispensa e ele sabia.

-  Não há de quê.

Em vez de ir embora, Poncho a fez recuar para dentro da biblioteca e entrou também, fechando a porta.

-  O que está fazendo? - questionou Annie.

- Vou ficar. - Ignorando o olhar ameaçador dela, pas­sou-lhe as peças de roupa e objetos que recolhera. - Trouxe sua camisola e outras coisas...

Ela pegou a sacola e tomou a direção do banheiro. Ao perceber que ele a seguia, voltou-se.

-  Não venha atrás de mim - avisou. - Não.

Havia um tom de pânico na voz dela, por isso ele aten­deu. Queria dizer-lhe para parar de agir como uma idiota, pois ele já a vira nua e, com certeza, não ia pular em cirna dela! Mas aquilo era ser racional e Annie estava além da racionalidade.

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