Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

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Capítulo: 43? Capítulo

Ela entrou no banheiro. Quando ela fechou a porta, pos­tou-se do lado de fora. Podia ouvir os sons abafados da movimentação dela. De repente, silêncio. Você está bem?, quis perguntar. Mas conteve-se. Cinco minutos depois, que mais lhe pareceram cinco anos, ela abriu a porta.

 

 

Sem dizer nada, Poncho a segurou pelo braço, e ela ficou tensa. Ele a conduziu para a cama e afastou a coberta para que ela se acomodasse.

- Pronto - concluiu ela, cruzando as mãos sobre a dobra do lençol. - Satisfeito? Estou bem empacotada. Agora, boa noite.

Ele apagou o abajur. O quarto ficou escuro, a única ilu­minação vinha do luar através das cortinas.

-  Boa noite, Annie - retribuiu Poncho, tranquilo.

Então, em vez de sair, cruzou o quarto e sentou-se ná cadeira de balanço.

Ela se sentou na cama.

-  Poncho!

Ele virou a cabeça.

-  O quê?

- O que pensa que está fazendo?

Ele experimentou balançar-se na cadeira, que rangeu.

- O que lhe parece?

- Você não vai ficar!

- Tente me expulsar - desafiou ele.

- Você sabe que eu não posso. - Annie golpeou o acol­choado de plumas. - Que maçada, Alfonso Fletcher. Por que está fazendo isso? - Estava a ponto de chorar.

Ele se levantou.

- Oh, Annie, não chore...

Quase morrera ao ouvi-la chorar da última vez. E fora por causa de Kurt.

- Eu não estou chorando - declarou Annie.

Mas sua voz falhou e, por cima da coberta, ela pressionou a barriga.

Poncho aproximou-se de novo da cama, sentou-se na beirada e tomou-lhe a mão. Ela tentou se desvencilhar, mas ele a manteve.

- Não, Annie. Por favor...

A mão dela estava fria. Tão fria. Ele massageou-lhe os dedos. Ela parou de tentar se desvencilhar.

- Não vou conseguir dormir se for embora - explicou Poncho. - Vou ficar preocupado com você.

- Eu ficarei bem.

- Eu espero que sim. Mas preciso ficar. Para ter certeza.

Ela não respondeu, apenas emitiu um som de desânimo.

Então, lembrou:

-  E amanhã? Tenho que preparar o café da manhã às seis.

- Eu cuido disso.

- Você não pode preparar café da manhã para dezoito pessoas.

- Posso - afirmou Poncho. - E serão dezenove. Vou trazer o seu café na cama. - Sorriu-lhe na penumbra.

- Não seja ridículo.

Ele continuava massageando as mãos dela com o polegar.

- Não se preocupe com nada, Annie. Vai dar tudo certo. Nós cuidaremos de tudo.

Annie desabafou:

- Eu não posso cuidar de nada! O médico disse!

- Você pode me dizer o que fazer - sugeriu Poncho. Então, sorriu. - Você vai gostar.

Annie olhou-o por um instante, então, suspirou e recos­tou-se nos travesseiros novamente.

Sob a palma da mão, Poncho sentiu um leve tremor na barriga dela. Toda tensa, ela respirou fundo para suportar a dor.

-  Isso foi uma contração? - Nunca sentira uma, só tinha informações académicas sobre o fato.

Acostumado a ter controle total sobre o corpo, não con­seguia imaginar como era ficar sujeito a forças internas dessa natureza. Ficou imaginando se Annie se ressentia com esse fato. Ficou imaginando se ela estava ressentida com ele.

Como poderia não se ressentir?

Em uma noite, ele mudara sua vida, arruinara seu noi­vado, destruíra sua liberdade. Ele a desejara, precisara de seu conforto, de seu toque, de seu amor. E, ao tomar tudo isso, sentenciara-a a uma existência de lamentação.

Estava sentado, observando-a sob o luar, segurando-lhe a mão, sentindo a firmeza da barriga, e começou a imaginar o que poderia fazer para acertar aquela situação, como po­deria devolver a ela pelo menos parte da vida que perdera.

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