Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

Annie ficou olhando para ele, atônita com a veemência, com a insistência dele em querer um filho que não planejara.

-  Ou ela - observou Annie, após um momento.

-  Ou ela - aceitou Poncho. - O que for. Eu não me importo. Não quero ficar de fora, só olhando...

-  Como se soubesse muito sobre isso.

- Não sei muito, tem razão - admitiu ele. - Pois, por um tempo, nem de fora fiquei. Mas você acompanhou todo o desenvolvimento. Gostou de cuidar de tudo sozinha?

-  Claro que não.

- Então, por que acha que eu gosto dessa situação? E por que acha que o bebê vai gostar?

- Nosso filho não vai gostar! Nosso filho não vai precisar passar pelo que eu passei! Esse bebê vai ter uma mãe que o ama e que vai cuidar dele por todos os dias de sua vida!

Poncho assentiu devagar.

- Otimo. Quero que essa criança conheça o amor do pai também. - Após uma pausa, Poncho declarou: - Se você não quiser continuar casada, acabaremos com a farsa e pronto. Se você se sentir muito incomodada com essa situação, poderemos nos divorciar depois que o bebê nascer.

- Para que tudo isso? - exclamou Annie, o coração se des­pedaçando. Casar-se com ele para se divorciar em seguida?

- Para dar a ele, ou ela, legitimidade. Vai provar a ele, ou ela, que me importo o bastante para garantir-lhe esse direito. E vai me dar o direito de ajudar na educação dele, ou dela.

- Eu não ia negar esse direito a você.

- Então não me negue a chance de ser marido e pai em nível legal. Por favor.

Poncho estava tão próximo que Annie via o músculo de seu maxilar se contrair. Podia se lembrar de como era ter aquela barba por fazer roçando em sua pele.

- Eu posso recompensar o seu transtorno - acrescentou ele, quando ela não se manifestou.

- Meu transtorno?

-  Hattie devia ter deixado a pousada para você, não para mim. Ela teria feito isso, se não quisesse que eu sou­besse sobre o bebê. Case-se comigo e providenciarei para que a pousada fique em seu nome.

Annie olhou para ele fixamente.

- É como me casar por dinheiro. Não vou me casar por dinheiro - afirmou. - Nunca me casarei por dinheiro!

Poncho emitiu um som desesperado.

- Então, case-se comigo por ser a atitude correta. Case-se comigo por amar o nosso filho.

Certa época, Annie sonhara casar-se com Poncho.

Quando era jovem, tola e inocente, quando ainda acre­ditava que tudo era possível, nutrira aquele sonho. Acordada a noite, imaginava Poncho Fletcher pedindo-a em casamento..

Vislumbrara-o sorrindo, acariciando-a, aguardando espe­rançoso sua resposta. E, quando ela dizia sim, imaginava os lábios dele cobrindo os seus.

Que imaginação fértil! A realidade não era assim.

- Pense nisso - aconselhara Poncho, antes de sair do quarto. Annie pensou. Ele não lhe apresentara uma proposta de casamento, mas um contrato administrativo. Tratava-se da atitude sensata, lógica e apropriada a se tomar. Era o melhor para o filho de ambos.

De fato, não podia argumentar.

Queria. Tentava. Ficou na biblioteca debatendo consigo mesma. Pensou em cada hipótese, cada possibilidade de demonstrar que ele estava errado.

Mas ele não estava.

Finalmente, precisou admitir que casar-se com Sam, por causa do bebê, era a atitude certa a tomar.