Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

Poucas horas após ela aceitar a proposta, já haviam ini­ciado todos os preparativos para o evento. Ao anoitecer, ela estava ainda mais impressionada com a capacidade de Poncho de fazer o mundo se curvar a seus desejos. Não sabia o que ele dissera à mãe, às tias e ao tio sobre a decisão repentina de se casar. Só sabia que sua futura sogra chegaria na quarta-feira.

- Os demais chegarão na sexta-feira. E nós nos casamos no domingo à noite. Assim está bem? - indagou ele, como se a opinião de Annie importasse.

Não!, quis gritar ela. Não, não está nada bem.

Mas tomara a decisão de se casar com ele. Concordara com tudo aquilo. Então, apenas assentiu.

Sentia-se desajeitada e idiota ao mesmo tempo. Tinha a impressão de que a gerente do bufe deduzira a verdadeira história, após tantas explicações desencontradas. Parecia-lhe que, durante todo o tempo em que discutiram sobre cravos e margaridas, a florista balançara a cabeça em re­provação. Mas respirou fundo e continuou cumprindo as tarefas que Poncho delegara a ela.

Annie sabia que, embora se sentisse embaraçada, Poncho estava dando-lhe lembranças de vida.

Um dia, só teria as lembranças.

Tentou não pensar no assunto. Recuperou o equilíbrio emocional e concordou em ocupar a biblioteca até o final da gravidez. Limitava-se a conversar com os hóspedes agora, e não ficava mais correndo para cima e para baixo para atendê-los.

- Está vendo? - provocou Poncho, certa tarde, logo após ela ter instruído um grupo sobre as atrações locais. - Até você pode ser uma dondoca.

Annie contraiu os lábios.

Estava preocupada com o momento, cada vez mais pró­ximo, em que conheceria a mãe de Poncho.

Como poderia ficar frente a frente com a futura sogra e fingir que aquele casamento era igual aos outros?

- Não é apenas mais um casamento - definira Poncho, quando ela indagara sobre a questão. - É o nosso casa­mento. Ela não vai esperar que você tenha uma atitude de distanciamento.

-  Ela vai me odiar - concluiu Annie. - Ela vai achar que eu preparei uma armadilha!

- Ela ficou um pouco surpresa - admitiu Poncho. - Mas sabe tudo sobre paixão. Era apaixonada por meu pai.

- Não é a mesma coisa!

- Mas ela não sabe disso.

A segurança dele pouco contribuiu para a diminuição dos temores de Annie, pois ela estava mesmo apaixonada por Poncho. Ele apenas não sabia disso. E com certeza, ele não estava apaixonado por ela.

Então, ela aguardou, apreensiva, que Poncho trouxesse a mãe do aeroporto na quarta-feira. Imaginou se não seria melhor ir ao aeroporto também, para desfazer qualquer má impressão. No fim, preferiu ficar, pois alguns hóspedes es­tavam chegando.

Iriam receber três casais naquela tarde. Poncho quis que ela lhes telefonasse ou providenciasse uma alternativa para eles, disposto a fechar a pousada naquela semana.

Mas Annie se recusara.

- Isto é um negócio - argumentou. - Não pode fechar só porque vamos nos casar.

Ele protestou mais um pouco, mas acabou concordando.

- Está bem, faça como quiser. Vai ser sua pousada logo, logo.

Não fora por isso que ela insistira, mas não esclareceu.

- Vou esperar pelos hóspedes.

Poncho fora buscar a mãe sozinho.