Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

Era só uma questão de tempo, Annie sabia. Tinha semanas com Poncho. Meses, talvez. E era tudo. Sabia disso.

Só gostaria que seu coração também entendesse.

Era fácil racionalizar, dizer a si mesma que o casamento deles não era de verdade, que acabaria em poucos meses, ou semanas. Que chegaria o dia em que Poncho seria o pai do bebê, mas não seu marido. Era até fácil acreditar. Mas não era fácil aceitar com o coração.

Se ele não se importava com ela, por que ficara tão per­turbado ao encontrá-la na cozinha tomando o desjejum com Kurt naquela manhã?

Ele estacara â porta, a saudação normalmente alegre entalada na garganta, ao mesmo tempo que olhava para Kurt com uma carranca.

- O que você está fazendo aqui? - questionara, raivoso. Annie, que ainda se divertia com mais uma história atrapalhada de um dos paroquianos de Kurt, olhara-o interrogativa.

- Ele só está de passagem - explicou.

-  Vim pedir para Annie datilografar algumas páginas para mim - detalhou Kurt, sempre honesto e, ao que pa­recia, imune à tensão no ambiente.

-  Ela não pode.

Kurt olhara-o curioso.

- Mas... ela acabou de dizer que pode.

- Ela não pode mais.

- Mas...

Poncho apontou para o manuscrito sobre a mesa à frente de Annie.

- Devolva a papelada - avisou.

- Não vai me ocupar muito - protestou ela.

Não estava ansiosa para datilografar, mas fazia um mês que não via o ex-noivo, desde a última vez que lhe datilografara algo. Começara até a pensar que passava bem sem ele, mas havia algo no tom de Poncho que a deixou com vontade de desafiá-lo.

Ou de entendê-lo.

Ele estava com ciúme? Claro que não. Mas então...

- Devolva - repetiu Ponho, cerrando os dentes.

Ela recolheu os papéis e devolveu-os a Kurt.

- Desculpe-me - murmurou. - Acho que não terei tem­po desta vez.

Kurt olhou para os dois, intrigado com aquela relação.

- Mas você só está descansando - comentou, confuso.

Não era a coisa certa para se dizer.

Poncho já estava no meio da cozinha antes que Annie con­seguisse sair da cadeira. Ela conseguiu, precariamente, ficar entre ele e o ainda atônito Kurt.

-  Poncho deve estar precisando de mim - comentou, es­perando que o ex-noivo fosse embora. - Sabe, como eu lhe disse, ando ajudando com os telefonemas e faxes.

-  Sim, mas...

-  E a sua visita foi ótima, mas precisamos pegar no batente.

- Mas acabei de chegar - protestou Kurt.

- Só que estamos ocupados - finalizou Annie, categórica.

Lançou-lhe um olhar suplicante.

Se valoriza sua vida, vá embora já.

Finalmente, ele pareceu entender.

-  Está bem, não vou mais atrapalhar.

- Não se esqueça dos manuscritos - avisou Annie.

- Não, não se esqueça - reforçou Sam.

Kurt olhou para os dois e, então, sorriu esperançoso para Annie.

- Volto outra hora.

- Claro. - Ela abriu a porta e praticamente empurrou-o para fora.

Poncho ameaçou:

- Se eu fosse você, manteria distância.

Poncho saiu nervoso e foi até a beira da encosta apreciar a cidade. Não sabia o que o levara a quase agredir Kurt. Claro que entre eles não havia mais nada além de amizade, após o rompimento do noivado. Provavelmente, a frustração o impelira a avançar sobre Kurt Masters.

Frustração sexual.

Precisava de uma mulher.

E tinha uma mulher.

Aliás, tinha uma esposa.

Talvez esse fosse o problema.

UFA!!! Ultimo post de hoje continuem comentado. Amanhã tem mais

bjus....