Fanfic: Bebê à Vista Adaptada * AyA* (Terminada)

Aquela era a última pessoa que Poncho esperava atender ao telefone.

-  Poncho? - ouviu, incrédulo. Risadinhas. - E você?

- Izzy?

Outra risadinha.

- Cest moi. Como vai? Ando ensaiando falar com você há uma semana! Aí, tomei coragem e liguei para a sua mãe. - Pausa dramática. - Ela me disse que você estava em Dubuque.

Seguiu-se uma pausa. Um segundo. Dois. Três. Poncho qua­se podia sentir a vibração através da linha, mas sabia que Izzy iria esperar para sempre antes de dizer qualquer coisa.

Superado o susto, agora estava contente com o telefonema da ex-noiva. Não a vira mais após o rompimento e temera sofrer uma recaída sentimental ao primeiro contato, mas descobria, aliviado, que não estava mais ressentido. Era como nunca houvesse sido apaixonado por Izzy.

Então, adiantou-se:

-  Eu me casei.

- Foi o que ela me disse! Que maravilha! Oh, estou tão feliz por você!

Sem dúvida, devia estar. Conhecendo Izzy, apostava como ela acreditava que era coisa do destino, que ele e Annie tinham se apaixonado, da mesma forma que ela e Finn.

- Finn não acreditou quando contei - continuou Izzy, alegre. - Até que contei sobre o be... Oops! Quero dizer, bem... - Seguiu-se uma pausa de constrangimento. - Oh, Poncho, sempre falo a coisa errada! Não quis insinuar...

-  Eu sei. - Poncho sabia que a ex-noiva não falara por mal. De qualquer forma, não queria que as pessoas falassem por aí que ele só se casara com Annie por causa do bebê... ainda que fosse verdade. - E agora Finn acredita?

-  Sim. Quero dizer, é verdade? Você vai ser...

- É verdade.

Houve um momento de silêncio. Então, Izzy comentou:

- Você trabalha rápido.

- Basta uma vez - declarou Poncho, e então arrependeu-se. Não interessava a ninguém quantas vezes ele levara Annie para a cama! - Então, o que há?

-  Bem, quero pedir um favor. É quase nada... e você estando em Dubuque...

Era mesmo Izzy, falando de modo que as pessoas preen­chessem as lacunas.

-  Quase nada? - repetiu Poncho, receoso. - Que favor? E o que tem a ver com Dubuque?

- Finn está procurando uma pousada.

Poncho sabia que o marido de Izzy era fotógrafo profissional. Para que estaria procurando uma pousada?

- Finn quer comprar uma pousada?

-  Claro que não - replicou Izzy, condescendente. - Ele precisa fazer umas fotos para um catálogo de moda, para a próxima coleção primavera-verão, num cenário di­ferente, ao ar livre, em meio à natureza... Um cenário de interior, urbano, mas meio campestre, entende? Algo rústico, porém charmoso...

-  E onde entra a minha pousada nessa história?

-  Após muita discussão, concluímos que uma pousada de cidade pequena seria o cenário perfeito! - explicou Izzy.  - Foi quando me lembrei de que sua tia Hattie tinha uma hospedaria em Dubuque, Iowa..

- A pousada é minha agora - informou Poncho.

-  Certo. Lamento pela sua tia.

-  Obrigado. Na verdade, a pousada é de Annie.

- De sua esposa?

Poncho ainda não estava acostumado com o termo e hesitou por um segundo.

- E, ela mesma.

- Bem, você acha que Annie pode nos hospedar por uma semana? Podemos alugar a pousada toda e citar o local nos créditos do catálogo. Seria uma boa promoção. Colocaria Dubuque no mapa.

- Não sei. Você me pegou de surpresa... - Quanto mais Poncho pensava no assunto, mais gostava. - Seria bom para Annie - considerou. - Ela se distrairia um pouco. Ainda falta um mês para dar à luz...

A ex-noiva preocupou-se.

- Poncho, ter a pousada cheia de hóspedes não é nada fácil. Talvez seja melhor procurarmos outro estabelecimento...

- Fica mais fácil se forem as mesmas pessoas por uma semana - concluiu Poncho. - E ela não vai fechar o lugar.

- Tem certeza de que ela não vai se exceder com tanta movimentação? - questionou Izzy. - Sabe como são essas sessões de fotos, com tantos técnicos e modelos andando para lá e para cá...

-  Eu cuidarei para que ela não se exceda - garantiu Poncho.

-  Se você diz. Peça a ela que reserve dez cómodos, por favor - pediu Izzy. - Deve dar para toda a equipe.

Poncho já estava adorando a idéia.

- Como você disse, vai ser bom para o negócio. Vai co­locar Dubuque no mapa.

- E vai ser bom quando quiser vender a pousada.

- O quê?

- Imagino que você e Annie vão vender a hospedaria, não? Ou pretendem ficar morando em Dubuque?

Poncho bateu a cabeça de leve contra o batente.

- Não. Claro que não.

Ele não ia ficar. Mas Annie, sim. Fechou os olhos. Era melhor abreviar a conversa:

- Quando planejam chegar aqui?

-  No domingo.

Poncho assustou-se.

- Você diz daqui a dois dias?

-  Isso mesmo. Teríamos que ir a Newport mais uma vez, se não conseguíssemos a pousada. Mas assim é tão melhor! Muito mais divertido. Eu vou visitar você, vou co­nhecer a sua esposa, e...

-  Epa, espere um pouco. O que quer dizer com "eu"? Você vai vir também?

-  Claro! E as meninas também. - Ela falava das so­brinhas gémeas do marido, Pansy e Tansy. - Achamos que seria bom tirarmos umas feriazinhas. Todos juntos.

-  Izzy, não sei...

-  Oh, vai ser ótimo - garantiu ela. - Prometo. Estou tão ansiosa em conhecer a sua esposa.

-  Tenho certeza de que ela também está ansiosa para conhecer você - retrucou ele.

- Até domingo, então, Poncho.

-  Até domingo, Izzy.