Fanfic: ironias do amor aya finalizada

— Eu disse hotel. Eu não disse quarto de hotel. Nós vamos a um hotel em Covent Garden, ao qual eu normalmente vou quando trabalho até tarde. Há um bar no térreo, e eu garanto que o lugar vai estar cheio de gente. — Os olhos grandes verdes entretanto se mantinham desconfiados, e Alfonso precisou controlar-se para não acariciá-la na tentativa de acalmá-la.

Ele mal podia acreditar que em plena madrugada se dispunha a esperar

pacientemente que uma mulher lhe desse uma oportunidade para tocá-la.

— E então? Você vem comigo ou não? Se não, você pode estar certa de que nunca mais me verá de novo. Se você decidir vir, esqueça as suas suspeitas e entre neste táxi comigo. Muito bem, decida.

Pela expressão de Anahí , Afonso  percebeu o embate que se passava dentro da cabeça dela. Seja lá qual fosse o resultado daquele conluio interno, ele não iria atrás daquela mulher de novo. Comportava-se com ela de um jeito que não condizia com a sua personalidade e eslava pronto para colocar ali um ponto final naquilo tudo.

— OK. — Anahí  deu de ombros novamente e se aproximou do táxi. Ele se adiantou e fez questão de abrir-lhe a porta. Um gesto com o qual ela não estava acostumada, pois

Rodrigo não era o tipo de cara que abria porta de carros para mulheres.

Apesar da gentileza, ela não vacilou em se sentar encolhida na ponta do banco

traseiro, para manter a maior distância possível dele. Não se arrependeu do procedimento, porque mesmo assim, para o seu próprio assombro, percebeu-se sensível à presença dele.

— Eu não sei o seu nome — afirmou Anahí , após o táxi partir.

— Alfonso Drecos.

— Alfonso Drecos — repetiu Anahí , forçando a memória. — Você é alguém

importante no mundo dos negócios, não é?

— Pode-se dizer que sim. — Ela não aparentava nenhum deslumbramento com isso, e Alfonso cedeu à tentação infantil de exibir o seu cartaz. — Eu lido com finanças corporativas. Nós tratamos de fusões e aquisições. Eu também faço investimentos em propriedades. Compro para reformar e vender.

— Certo. — Ela virou-se para olhar a cidade através da janela do carro. Esta parte de Londres nunca estava escura. Luzes, painéis luminosos e a agitação familiar. Por alguma razão, Anahí  achava mais fácil perder o olhar nas cenas da cidade do que encarar o homem a seu lado.

Ele era o primeiro cara com quem ela conversava de fato em muito tempo. Anahí  ia às aulas durante o dia, mas não participava das festas e encontros dos colegas em bares.

Falar com os clientes da boate nem pensar, e ela e Rodrigo  não mais conversavam sobre qualquer coisa que valesse a pena.

— Você não mora em Londres? — Rodrigo relutante o olhou, e, por um instante de