Fanfic: ironias do amor aya finalizada

— E então, você vai mandar o nosso motorista desaparecer, ou vai subir no táxi e fugir mais uma vez?

Foi ele ter insinuado que ela fugia que a convencera, disse depois a si mesma. A mulher deixara o saguão do edifício, instante em que Alfonso  havia se remoído de inquietação diante da iminente partida, mas retornara quase que de imediato.

Alfonso  mal acreditou na onda de alívio que o tomou.

De pé, os dois se encararam, um de cada lado do saguão amplo, de decoração cara.

Curioso, Charlie virava os olhos de um lado para o outro, na tentativa de acompanhar a reação de ambos.

— Você gostaria de alguma coisa para beber?

— De onde? Não estou vendo muitas máquinas de bebida por aqui.

— Não há máquinas automáticas — afirmou Alfonso , em posição de sentido, à espera dela. — Há uma cozinha atrás de você. Charlie tem todo o equipamento necessário para nos propiciar um café, um chá, o que você preferir.

— Café está ótimo.

— Fique à vontade, tire a jaqueta — propôs alfonso. — Sente-se onde você preferir.

Ao contrário de muitos edifícios de apartamentos em Londres, o prédio de Alfonso destacava-se por ter sempre um porteiro-segurança na recepção e um saguão de entrada amplo. Grande o suficiente para acomodar a mesa grande de trabalho de Charlie, dois diferentes ambientes para receber visitas e um número razoável de plantas.

Anahí  ainda mantinha-se de pé cautelosa quando ele voltou com duas canecas de café e um prato de biscoitos, precariamente equilibrado sobre a boca de uma das xícaras.

— Muito bonito o lugar — comentou Anahí  educadamente, sentando-se enfim. Em vez do sofá ao lado de Alfonso , ela optou pela cadeira em frente a ele.

Ali Alfonso estava em casa. Ele respirava poder e riqueza, e o ambiente em volta fora elaborado sob medida para os poderosos e ricos. O piso de mármore brilhava, os detalhes em metal do corrimão da escada bem lustrados, e os lustres no teto impressionavam pela solidez.

— Então — disse Anahí  ao bebericar o café e esforçar-se para se manter blasé em relação ao lugar. — Você tem um apartamento aqui...

— Eu tenho...

Anahí  podia perceber os olhos escuros dele fixados nela enquanto vagarosamente ela examinava em volta. Jeans, agasalho e tênis não se sentiam em casa num lugar como este, embora, justiça seja feita,Alfonso  se mostrasse indiferente à indumentária dela.

Ela, não. Os trajes lembravam a Anahí  — timidamente, é verdade — que o dever dela era apontar todas as diferenças entre os dois, tarefa que ela começara a executar no bar do hotel.

— Então... você fica em Londres o tempo todo.

— Eu moro em Londres, mas viajo muito.

— Ah, claro, para visitar os seus pais na Grécia, eu suponho.

— Entre outras coisas.

— Que outras coisas?

— Com freqüência trabalho. Nova York, Paris. Recentemente, o Oriente Médio.

— Isso para quê? Formar um império global? —Anahí riu, um pouco nervosa, e

bebericou o café. — Tudo isso soa muito poder. O que você faz para relaxar? Vai a boates?