Fanfic: ironias do amor aya finalizada

Alfonso Drecos não era uma criança. Ele era cem por cento homem. Ele poderia magoá-la de uma maneira diferente, Anahí intuía.

— Pare de arrumar desculpas para esse homem — disse Alfonso. — Você pode conhecê-lo há muito tempo, mas isso não o impede de ter sido uma corda no seu pescoço.

— Você é tão frio e calculista — resmungou Anahí.

— Eu sou realista. Nós dois somos adultos e estamos atraídos um pelo outro. Mais: nenhum dos dois busca compromisso ou casamento. Ou não?

— Eu, definitivamente, não — respondeu Anahí brava. — Você não precisa ter

medo de se enrolar com uma mulher que não tem absolutamente nada a ver com você.

— É assim que você vê as coisas. — Todo o autocontrole dele estava empenhado em evitar uma aproximação, um toque nela. Alfonso não conseguia se lembrar de quando quis tanto uma mulher como queria Anahí, ou de quando foi obrigado a conter tanto os seus instintos. — Que não haveria nenhuma chance de eu querer uma relação séria com você por sermos de origens sociais diferentes?

Anahí balançou a cabeça de modo cínico.

— Não que isso faça alguma diferença para mim — disse ela. — Estou apenas

tentando esclarecer as coisas.

— Você quer dizer que não ficaria magoada se esse fosse o caso?

No minuto em que ele fez a indagação, disparada com a costumeira precisão para atingi-la na região mais vulnerável, Anahí levantou a crista para se defender.

— Por que deveria? Eu venho apontando as nossas diferenças desde que nos

conhecemos.

— E venho falando, desde que você começou com esse papo de que somos de mundos distintos, que a sua origem não faz nenhuma diferença para mim. — Alfonso balançou a cabeça com impaciência. — Talvez pelo fato de não ser inglês a minha cabeça não foi martelada com toda essa baboseira sobre classes sociais. Não, não quero nenhum envolvimento, porque...

— Por que o quê?

Alfonso a observou em silêncio por alguns poucos segundos, antes de passar a mão pelos cabelos, tenso.

— Fale, vamos — pediu Anahí . — Você é muito bom em deixar sem respostas as perguntas que você não quer responder, e estou cansada disso.

— Você está... O quê..?

— Você não pode culpar uma garota por querer saber um pouquinho sobre o cara que está tentando levá-la para cama.

Alfonso soltou uma risada e a olhou com apreço, em vez de impaciência.

— Eu começo a pensar que você adotou o tipo eu-a-garota-pobre só para conduzir as coisas à sua maneira.

— Um namoro frustrado? — pressionou Anahí . — Alguma coitada se envolveu mais do que devia com você e se transformou na corda do seu pescoço?

— Você me excita.

— Você está mudando de assunto. — Aquelas três palavras fizeram com que Anahí ficasse totalmente ávida por aquele homem, pois o corpo não obedecia ao seu cérebro. Alfonso a fitava, pensativo. Afastou-se para examiná-la melhor. Se havia alguma coisa que essa mulher não era, essa coisa era evasiva, e ele gostava disso.