Fanfic: ironias do amor aya finalizada

Ele fazia com que tudo parecesse perfeito. Duas pessoas, ambas desiludidas com as suas relações anteriores, sem que pudessem evitar a atração recíproca, mas cientes da inconveniência de se apaixonarem.

Gato escaldado tem medo de água fria, pensava Anahí agora. Tinha o raciocínio movido a provérbios.

Rodrigo e ela deveriam ter constituído o casal ideal. Evoluíram de amiguinhos de infância para namorados da adolescência. Tinham que terminar, logicamente, como adultos felizes e realizados, mas acabaram mais enrolados do que um novelo de lã.

E Alfonso nem precisava lhe revelar o que ela já havia deduzido por conta própria. Rosalind pertencia ao mesmo meio social que ele, e mesmo assim a relação ruiu sob o peso das incompatibilidades.

E aí estavam Alfonso e Anahí agora, sem almejar nada além do presente.

E meu Deus, como ela o queria, cada músculo do corpo dela o queria.

Anahí recusou a oferta de uma bebida. Encarou-o. Estremeceu e delirou diante do calor intenso da olhada dele.

— Não quer mesmo um drinque para criar coragem? — perguntou Alfonso, enfim cedendo ao anseio de tocá-la. Acariciou o rosto de Anahí com suas mãos largas.

— Eu só preciso de álcool para fazer o que eu não quero fazer — respondeu Anahí.

Ela espalmou as duas mãos no peito de Alfonso e começou a desabotoar a camisa dele com os dedos trêmulos. A cada botão fora da sua casa, Anahí contemplava um pouco mais do tórax bronzeado, firme, e dos ombros musculosos.

— Melhor você parar por aí — aconselhou Alfonso, com a voz rouca. — Ou não vai dar tempo de a gente chegar até o quarto.

Ele a pegou no colo e a levou para um dos quartos do apartamento, chutando a porta para abrir a passagem.

Gentilmente, Alfonso a acomodou na sua cama. Em silêncio, ele a observou deitada por uns poucos segundos, nos quais Anahí sentiu que o coração dela desacelerou. Alfonso, então, acendeu um dos abajures da cômoda que tomava uma parede inteira do aposento.

Anahí tinha vontade de se esticar na cama como um gato, para que o calor do olhar dele a aquecesse por inteiro. Ela se contorceu um pouco, suspirou e assistiu fascinada a Anahí tirar a roupa.

A um desavisado, Anahí passaria a idéia de ser uma virgem maravilhada com as primeiras imagens do corpo masculino em toda a sua glória. Não que todos os corpos masculinos fossem gloriosos como o de Alfonso. Se é que havia um tão glorioso.

Ele livrou-se da camisa social e expôs os ombros largos, a barriga dura, de músculos definidos, mamilos planos e escuros. Lentamente, desafivelou o cinto. O olhar de Anahí seguia as mãos de Alfonso e se fixava agora no ponto onde ele abria o zíper da calça, a cintura perfeita dele.

— Prepare-se — afirmou Alfonso, sorrindo. — Quando eu acabar, vai ser a sua vez...

— Eu posso ter usado vestidinhos apertados em boates, mas strip-tease não é a minha especialidade. — Anahí ficou com a boca seca, ao acompanhar