Fanfic: ironias do amor aya finalizada

Anahí abriu a porta do carro, prevendo que ele a acompanharia até a entrada de casa. Ele assim procedeu. Mas Alfonso não poderia de jeito nenhum entrar na casa. Não quando parecia que bastaria ele se aproximar um pouco para ela perder o controle sobre si mesma.

— Não sei — despistou ela.

Não sei? Que diabos aquela mulher queria dizer com aquilo! Alfonso tomou a frente dela e obstruiu a porta da casa com os braços cruzados. Logo ele! O homem que abominava qualquer pessoa possessiva! Ele que nunca, em toda a vida, mostrou o menor sinal de tal inconveniente emoção! Flagrava-se agora submisso, exigindo saber cada passo que ela planejava.

— Eu começo no emprego na segunda-feira — afirmou Anahí. — Você se

importaria em sair da frente? Eu não posso entrar em casa se você ficar aí.

— Até aí estou entendendo. O que não compreendo é o que isso tem a ver com o fato de não poder ver você. — Autocontrole, Alfonso repetia para si. Ele era o mestre do autocontrole. Pelo menos assim ele pensava. Não se sentia tão controlado neste momento e permaneceu, convicto, no mesmo lugar.

— Eu tenho um monte de coisas para fazer antes de começar no trabalho. Rodrigo vai querer voltar para casa o quanto antes. Logo, vou ter que me mudar no fim de semana.

Eu vou ver a gerente de Recursos Humanos na sexta de manhã para assinar o que tiver para ser assinado.

— Você disse que o seu novo apartamento é... Onde exatamente? Anahí levantou as sobrancelhas, desconfiada, mas deu a ele o endereço.

— Tudo bem. — Ele desimpediu o caminho até a porta da casa e a olhou ainda um pouco contrariado. — Você pode precisar de uma ajuda com a mudança... Eu posso arrumar um caminhão ou uma caminhonete de qualquer tamanho.

Desta vez, Anahí riu com vontade.

— Eu não acho que isso tudo vai ser necessário. Os meus pertences cabem no banco de trás de um carro esporte. — Antes que Anahí pudesse esboçar qualquer reação, Alfonso segurou uma das suas mãos, a virou e a beijou na palma. Em seguida, beijou Anahí na boca.

Como ele a fazia tão... Tão feliz! Será que por ter agüentado tanto tempo uma relação falida com Rodrigo ela agora se lambuzava com esse pouquinho de atenção?

— Sábado — murmurou Alfonso, descolando-se dela, mas próximo o suficiente para que Anahí sentisse o hálito quente dele. — Nove horas em ponto. Eu estarei aqui para ajudá-la com a mudança.

— Não seja ridículo. Eu sou totalmente...

— Eu sei. Totalmente capaz de fazer isso sozinha. Por que você não aceita uma ajudazinha pelo menos uma vez, quando essa ajuda é oferecida com a melhor das boas intenções?

O problema era saber qual era a intenção.

Obviamente, ela deveria ter batido o pé e recusado calmamente. Ele acabaria sendo mais um impedimento do que uma ajuda. No entanto, não foi assim que Anahí agiu. Como resultado, Alfonso teve a chance de se mostrar extremamente pontual,chegando à casa dela

no sábado na hora marcada, a bordo de uma Ferrari prata rebaixada, que caía como uma luva nele.