Fanfic: ironias do amor aya finalizada

— E absolutamente fantástico. Encontrar possíveis clientes. Trabalhar em conjunto com o pessoal de propaganda para tornar os apartamentos irresistíveis. E falei da idéia de transformar parte do espaço coberto anexo ao jardim em um restaurante?

Não, não havia falado. Alfonso afastou a cadeira, sorrindo para ela com a satisfação de um criador diante da sua criatura. A nova Anahí era empolgada, autoconfiante. Ficava na defensiva somente uma vez ou outra, quando ele, por exemplo, insistia que ela passasse a noite em Chelsea, em vez de voltar para o novo apartamento. Lá, após três semanas, Anahí conseguira pelo menos colocar uma cama, uma geladeira bem pequena e um jogo de mesa e

cadeiras de pinho.

— Você não está prestando atenção numa só palavra do que eu estou dizendo —resmungou ela. Anahí levava os pratos e os talheres da mesa para a pia. O casal agora comia no apartamento dele de forma mais freqüente. O que, depois de um mês, ainda correspondia a só três noites por semana, noites pelas quais ela esperava ansiosa.

— Eu estava pensando que a gente poderia ir para o interior amanhã. Passar um fim de semana no campo. Eu preciso dar uma olhada na minha casa lá, me certificar de que tudo esteja bem. — Alfonso espreguiçou-se e, discretamente, a examinou com o canto dos olhos. Como ele gostava de observá-la! Pensou em desabotoar a blusa dela, para deliciar-se dos seus seios, liberá-los da renda que os oprimia. Desfez da cabeça a fantasia, para se deparar com ela, cara de brava, encostada na pia.

— Não há nenhuma necessidade de me olhar desta maneira — reagiu Alfonso,

irritado. — É apenas uma sugestão. Sair de Londres por um fim de semana, respirar um pouco de ar puro. — Ele enfim levantou-se da cadeira e foi ao lugar onde ela permanecia em silêncio, pensativa.

— Por que pensar tanto sobre um simples convite? — Alfonso não escondeu a

frustração.

— Não sei se seria uma boa idéia.

— Por que não seria? — exigiu Alfonso. — Quando foi a última vez que você saiu de Londres?

— Não é esse o problema, Alfonso. — Anahí não tinha muita certeza sobre qual seria o problema, mas sabia que havia um. Ele adorava conduzir as coisas da sua própria maneira e contava com métodos variados e eficientes para assim proceder.

— E então? Quando foi a última vez?

Aí estava uma das táticas dele, Anahí reconhecia. Alfonso ignorava objeções e seguia com uma linha de questionamentos até conquistar o que queria.

— Eu não lembro agora. — Anahí suspirou. — Vá e sente-se. Eu não consigo pensar direito com você me pressionando assim.

— Ótimo, não quero que você pense direito quando está comigo.

— Você está agindo como uma criança mimada.

— O quê...? — Alfonso manteve a boca aberta de indignação. Uma criança mimada?Nunca fora alvo de tal acusação.

— O fato de você querer alguma coisa não significa que automaticamente ela vá acontecer. — Anahí precisava se impor, ou acabaria se afogando nessa chamada relaçãosem- compromissos, combinada para não durar mais do que uns poucos meses, se isso.