Fanfic: ironias do amor aya finalizada

ele então terminara tudo. As soluções do ex-namorado não eram as mais recomendáveis, mas a franqueza dele, a falta de papas na língua, a animaria.

Quando, quarenta minutos depois, Rodrigo chegou, Anahí  parecia ver um estranho. Ele era mais baixo do que ela lembrava, e o rosto bonito que fizera o coração da menina de 16 anos acelerar não podia ser comparado à beleza agressiva de Alfonso.

Anahí piscou, sorriu e se encheu de afeto ao vê-lo. Hesitante, ele estendeu um buquê de flores para ela.

— Você parece ótima, Anahí. — Rodrigo sorriu e olhou em volta o apartamento luxuoso de Alfonso. — Este estilo fino de vida combina com você. Eu trouxe isto. — Ele entregou as flores para ela e, admirado, deu uma nova espiada no ambiente, enquanto ela pegava uma cerveja para servi-lo.

— Nada de álcool, querida.

— Você parou de beber!

Rodrigo a seguiu até a cozinha, pendurando a jaqueta jeans em uma das cadeiras no caminho.

— Tive que parar. Não poderia arrumar um emprego de outra maneira, depois que você fugiu e deixou todas as contas para pagar.

Anahí  virou-se para Rodrigo e deu de cara com ele sorrindo.

— É, é isso mesmo. Consegui um emprego, você acredita? O velho Bill do bar da esquina arrumou um trabalho para mim com um dos seus fornecedores, e agora não bebo mais, Anahí, eu vendo bebida. — Rodrigo sentara-se em um dos bancos altos em cromo junto à bancada. — Agora, só bebo nos fins de semana.

— Nada de álcool, um emprego... Você se importa de perguntar por que isso nunca passou pela sua cabeça quando eu ainda estava por perto? — Anahí se sentiu muito feliz por tê-lo procurado e também culpada por não ter feito isso há mais tempo. Na verdade, isso nem havia passado pela cabeça dela. Alfonso se apossou dos seus pensamentos, da sua vida, e não havia restado nada para mais ninguém.

Ela preparou um café, sentou-se diante dele na bancada e abriu o coração.

Escancarou. Contou tudo. Ela precisava desabafar com alguém e, por mais incrível que pareça, depois de todo o tempo em que eles ficaram sem diálogo, Rodrigo era a pessoa que a ouvia, fazendo os gestos e ruídos de quem acolhia e compreendia.

— E então? O que devo fazer? — indagou Anahí, dando-se conta que terminara a xícara de café e que precisava esticar as pernas. Ela levantou-se, pegou a garrafa de água na geladeira e olhou para Rodrigo, ansiosa.

— Case com o bacana. Eu não vejo problemas, mas você sempre foi muito obstinada, Anahí. Você mete uma coisa na cabeça e não consegue tirar.

— Eu devo ir embora. Eu sei que devo, Rodrigo.

— Por quê? Para onde você vai? Anahí deu de ombros e suspirou.

— Seja realista, Anahí , um homem como esse não vai deixar você viver num buraco enquanto tiver o bebê dele na barriga. O cara vai cuidar do que é dele!

— Este é o problema, Rodrigo. Ele não pode me comprar, e ele não me ama. Eu preciso sair dessa.

— Não, você não precisa. — Rodrigo deu um suspiro. — Você se lembra quando a gente era criança, Anahí? A gente ficava na rua como pequenos mendigos, sem modos, uniformes escolares usados. Por que escolher isso para o seu filho, quando você pode ter o melhor?