Fanfic: Acordo Nupcial aya finalizada

— Deixe Jim tomar conta das coisas — disse ela, a voz áspera de sono. — Tire mais horas de descanso. — Ela pegou o telefone e passou para ele.

Poncho olhou para ela com uma expressão indecifrável. Mas fez a ligação e se acomodou ao lado dela novamente, absorvendo a energia do corpo dela para o seu. Any se im­pressionou com a idéia de poncho tê-la ouvido, até que o can­saço a venceu.

— Derrick ligou — disse any a poncho durante o jantar. — Maite está estável. Eles também conseguiram interromper o parto, mas os médicos a estão mantendo em observação. Acham que ela pode dar à luz, apesar dos medicamentos.

— Você quer ir ao hospital?

Seus olhos se cruzaram sobre a mesa, e os dele não diziam nada, por mais que ela tentasse decifrá-los.

— Não precisa. Derrick está com ela e parece calmo agora.

— Não estava pensando em maite.

Ela apertou com força o garfo de aço, que lhe deixou mar­cas na pele.

— Eu estava. —Assim terminava o armistício. Tudo bem. Correra o risco de esquecer a conversa humilhante que es­cutara na noite passada, conversa a qual provava acima de qualquer dúvida que ela significava menos que nada para poncho.

Terminaram a refeição em silêncio e any subiu para seu quarto. Mas dormir era a última coisa que tinha em mente — a situação com maite serviu de alerta. Bastava dar uma olhada em seu diário para confirmar a conclusão inquietante. Felizmente ela teve a idéia de comprar um teste de gravidez em L.A., pois sabia que se comprasse em Kowhai a cidade inteira tomaria conhecimento em questão de segundos.

Não queria se arriscar ser interrompida, por isso esperou até poncho se recolher depois do jantar. Agora tinha de aguar­dar um minuto, minuto este que poderia mudar sua vida para sempre. Emoções lhe arrebataram. Medo. Ansiedade. Prazer. Terror.

Ela entrara naquele casamento presumindo alegremente que podia dar um herdeiro a Alfonso. O que jamais levou em conta ao tomar a decisão foi como se sentiria em trazer ao mundo uma criança que talvez jamais viesse a ser ama­da pelo pai. Como poderia amá-la? Poncho parecia incapaz de qualquer tipo de ternura.

O alarme de seu relógio de pulso tocou.

Ao ver o indicador, procurou se preparar para ver o re­sultado.

— Ah.

De alguma forma, encontrava-se no chão do banheiro, o corpo inteiro tremendo. Seu primeiro instinto foi dizer a Alfonso, mas algo a deteve. Ela precisava de tempo para se acostumar à idéia, para construir escudos ao redor da grande vulnerabilidade que havia acabado de se abrir em seu cora­ção e em sua alma. Ela ia ter um filho. Filho de Alfonso.

E no segundo que descobriu isso, perdeu qualquer espe­rança de fazê-lo enxergá-la como algo além de um instru­mento para lhe dar um herdeiro. Any não podia deixar aquilo acontecer, apesar de ainda não saber o porquê. Simplesmen­te parecia intrínseco haver algo mais indefinível entre eles. Mas se poncho ficasse sabendo do bebê, não veria razão para mudar seu jeito de ser, não enquanto achasse que podia ter tudo que quisesse e do seu jeito. Não, ela não podia contar a ele. Ainda não.