Fanfic: Acordo Nupcial aya finalizada

— Que bom que não me ofendo facilmente. — Ele sorriu. — Tenho de ir. Ah, espere, esqueci de lhe dizer que uma das bicicletas da fazenda quebrou de vez. Precisamos repor.

— Já está a caminho, e com pneu de reserva. — Eleja ha­via feito a encomenda após falar com o mecânico da fazenda no mês anterior. — Deve chegar em uma semana. — Jim então se despediu e foi embora, mas poncho continuou parado, olhando para o chão, por vários minutos, até que se forçou a se mexer e sair de lá.

Tinha inúmeras tarefas a fazer, e ainda lembrou de mais algumas. E ele levantou a cabeça bem a tempo de ver a fu­maça saindo dos estábulos. Em seguida viu o fogo lambendo tudo. Seu coração parou.

Any  estava lá.

Tudo mais sumiu de sua mente, ele só pensava em tirá-la do incêndio. Viva. Não parou para dar instruções aos ho­mens; havia um sistema detalhado para o caso de incêndio na fazenda. Alfonso fora chamado de obsessivo em relação às simulações, mas agora os homens reagiram com precisão militar. Não podiam deixar o fogo se espalhar. Mas isso não salvaria any se ela já tivesse sido tomada pela fumaça.

Um dos cavalos saiu correndo, aterrorizado, quando poncho entrou. Tossindo por causa da fumaça, ele se recusou a pensar que any podia ter sido pisoteada por algum animal em pânico.

O incêndio era bem pior do que parecia de fora, o feno estocado era devorado pelas chamas.

— Any! — Ele não tinha idéia de onde ela estava quando o fogo começou, mas seguiu seu instinto e foi em direção às duas baias que haviam sido ocupadas pela manhã. Se ele a conhecia bem, ela devia estar tentando salvar os animais. — Any! Anahi!

Com os olhos ardendo, ele abaixou o corpo para tentar escapar da fumaça. O som de violentos relinchos o alertou que outro cavalo permanecia preso. Um segundo depois en­controu o cavalo e any. Ela estava tentando levar o animal para fora, mas ele estava apavorado demais para cooperar, ficava chutando e recuando diante das chamas que lambiam a parede em frente.

Lágrimas corriam pelo rosto de any, mas ele sabia que ela jamais consideraria deixar o cavalo para trás.

—Any!

Ao vê-lo ela pronunciou seu nome. Poncho pegou as rédeas das mãos dela e a empurrou para frente.

— Saia!

Ela não discutiu. Ele fez o cavalo se mexer e foi na mesma direção, mas tropeçou nela, que caiu agachada, tossindo. Ele então tomou uma decisão rápida, soltou o cavalo e bateu em seu traseiro. O bicho correu por instinto rumo à liberdade que sentia vir do vento do outro lado da porta.

Poncho pegou any  nos braços. Seus pulmões estavam em fogo e a cicatriz em seu braço pareceu queimar de novo, como se tivesse memória da tragédia de décadas atrás.