Fanfic: A Dama De Luxo ♥ AyA ♥

Ai que trânsito, esse! Quando penso que faz uma hora que saí da faculdade e ainda não cheguei em casa, fico com uma raiva imensa. São nessas horas que todo Brasileiro deve parar para refletir a vida. Agora estou eu encostada com o rosto no volante a espera dos carros andarem. E para piorar a minha vida, o homem que está na minha frente é um lerdo e por sinal barbeiro. DEPOIS É MULHER QUE DIRIGI MAL.

Meu nome é Anahí Portillo e tenho 19 anos. Nem tão magra e nem tão gorda. Luto para perder os 7 quilos até hoje que ganhei com o maldito ano de vestibular. Loira de olhos azul, mas que não faz diferença alguma no padrão de beleza da minha faculdade. Antes eu era uma menina simples, que usava óculos, andava de rabo de cavalo e nem gostava de me produzir, sempre sendo motivos de gozação das pessoas. Mas foi eu entrar na faculdade de jornalismo e a sorte bater na minha porta e eu recebe-la de braços abertos.

Toda mudança se deve a ela, Gorete. Vagabunda sem escrúpulos e temida para uns, mas pra mim uma fada madrinha que me proporcionou a ter e ser tudo que sou hoje. Dona do prostíbulo mais famoso e mais quente do estado, tendo mulheres selecionadas a dedo por ela para trabalhar. Ainda me recordo hoje, quando ela entrou na minha vida. Fazia alguns meses que tinha completado os meus 18 anos de idade. Estava eu saindo da faculdade em direção à parada de ônibus com minhas amigas. Ah ! Nessa época não tinha carro e nem pensava nisso. Ela parou o seu carro Jaguar, na minha frente, me olhando.

-Você mocinha pode vir aqui, por favor – disse ela sorrindo para mim.

Eu fiquei assustada, afinal o que aquela senhora que aparentava ter os seus 35 anos de idade queria comigo? As minhas amigas ficaram insistindo e eu me aproximei do carro.

 -Sim?
-Querida fiquei encantada com a sua beleza – só que me faltava. Uma rica lésbica atrás de mim. Juro que quase falei umas coisas feias para ela – Meu nome é Gore e estou atrás de meninas para trabalharem comigo.
-Trabalhar? – perguntei. Afinal trabalho era o que estava precisando. – Em que?
-Não acredito que na rua seja o local adequado para falar do trabalho, querida. Acredito que você é o perfil perfeito que estou precisando.
-Você é empresaria? Está atrás de uma modelo? Bom...eu já fiz curso. – falei as pressas só parando quando percebi o olhar sério dela.
-Depende do ponto de vista de quem ver – sorriu ela – Perdi tempo demais aqui com você. Preciso ir agora, mas antes disso...Qual é seu nome?
-Anahí.
-Belo nome, Anahí. Anahí eu pago muito bem, tome meu cartão. Fico esperando você aparecer na sexta-feira.

Peguei o cartão, falamos mais algumas coisas sobre o tipo de trabalho sempre recebendo respostas vagas e ela se foi. Nessa mesma semana tudo começou a desandar na minha vida. Minha mãe começou a ter problemas com dinheiro e não estava encontrando um modo de pagar o apartamento que compramos. E para piorar a situação a minha avó que estava a alguns dias no hospital havia piorado e precisava de remédios e caros.

Falei a minha mãe sobre o emprego, mas ela foi tão indiferente que até me assustei. Na sexta feira depois da faculdade, eu e a Maite minha melhor amiga fomos ao local onde o cartão mostrava. Nós gastamos duas passagens de ônibus para chegar lá, mas quando encontramos o local ficamos bastante surpresas. O lugar era uma casa, ou melhor, uma mansão. O lado de fora era vermelho com branco o que deixou eu e a May encantadas. Entramos e me identifiquei numa recepção que tinha. A May que é bem mais esperta que eu, ficou olhando para todos os detalhes do local.

 -Tem algo errado – disse ela no meu ouvido.
-Porque?
-Olha a quantidade de mulher e de segurança.
-Eu acho que é agencia de modelos.
-Não – insistiu – Tem algo muito errado.

E foi eu entrar dentro da casa e ter a certeza que estava tudo erradissimo. Sofás vermelhos, palcos, mesas redondas, o que mostrava que aquilo era tudo, menos uma agencia de modelos. Pensei em uma boate, mas quando vi uma mulher andar pelo local seminua tive a prova que estava em um bordel. Fui às pressas até a porta, mas escutei a voz dela.

-Algo me falava que você viria.
-Acho que tenho que ir embora! – falei tentando desviar o olhar dela.
-Já querida? – perguntou ela se aproximando cada vez mais de mim – Gostou da minha casa.
-Acredito que me equivoquei no tipo de trabalho que você iria me oferecer – falei tentando ficar séria e sem mostrar como estava nervosa com ela me encarando.
-O que foi querida? Não tenha medo de mim! – falou quando me esquivei dela – Algo contra o meu estabelecimento?
-Nada contra, mas também nada a favor. Eu peguei dois ônibus atrás de emprego e quando chego aqui me deparo com um bordel. A senhora me confundiu, pois não sou moça da vida. Se quer prostituta que vá a noite na rua e encontre uma – falei indignada – Sou uma menina de respeito! Não daria esse desgosto para a minha família. Não estou necessitada ao ponto de vender meu próprio corpo.
-Calma Anahí! Tudo se tem um preço e pode ganhar muito comigo.
-A Senhora não me compra com seu dinheiro. Vou embora, pois vejo que perdi meu tempo – disse saindo brava do local.
-Espere – falou ela.
-O que quer? – perguntei ríspida.
-Você já fez teatro?
-Já sim, mas parei de fazer quando entrei na faculdade. Porque?
-Menina – riu e não sei até hoje se foi de mim – hoje é seu dia de sorte.

E foi a partir desse dia que a minha vida mudou. Gorete me fez uma proposta que de primeira excitei mas depois não pude deixar de aceitar. Não faria nada de errado e nem precisava entregar o que tenho de mais precioso no momento. Ta, eu sou virgem! 19 anos e virgem é uma raridade. Isso surpreendeu Gorete, e acredito que ganhei mais credibilidade com ela.
Pois é, sou uma das damas de luxo do bordel dela. Já faz meses que trabalho para ela e já tenho clientes que sempre me escolhem. Um emprego que no máximo eu faço mentir e trocar alguns beijos com a pessoa. Os homens me contratam para fingir que sou sua filha, esposa, namorada. Minha mãe de cara não gostou e até hoje não gosta, mas acabou aceitando, pois comecei a ajudar ela em casa. Não, ela não é interesseira! Até financiar um negocio de moda para a minha mãe e minha avó, eu ajudei. Não falo o quanto ganho, mas a quantidade de zeros que tem anima a minha conta.

Finalmente cheguei em casa depois do transito que está os dias de hoje. Entrei em casa e vi minha avó e minha mãe almoçando.

-Oi – disse
-Chegou tarde! Você demorou tanto que almoçamos – disse a minha avó.
-Vou colocar o seu – falou minha mãe – sua avó fez bata frita como você gosta.
-Oba! – sorri.

Amo as duas e elas são a minha família. Desde que meu pai me abandonou com a minha mãe, elas se desdobraram para me dá de tudo do melhor. Minha mãe fazendo duas faculdades e ainda trabalhando e minha avó trabalhando até altas horas da noite como costureira. Cresci estudando em colégios particulares e de ensino bom e hoje me acho na obrigação de proporcionar a elas tudo que elas me proporcionaram.
Passei a tarde toda estudando para a faculdade, pois sabia que hoje, sexta-feira, era dia de trabalho. De tão exausta que estava acabei adormecendo só sendo acordada pelo meu celular que tocava.

-Alô – falei sonolenta sem olhar ao menos quem era.
-Anahí sou eu, Dulce!

Dulce é filha de Gorete. Ela trabalha na seleção de trabalhos para cada menina. Ela tem a mesma idade que a minha e faz faculdade no mesmo local, apenas diferindo no curso. Eu jornalismo; ela faz administração. O que Gorete ganha e olhe que ganha muito dinheiro, dá tudo para a Dulce, não admitindo que ela entre nessa vida.

-Oi Dul, o que houve?
-Pelo jeito estava dormindo.
-Sim. Passei a tarde estudando e deitei um pouco para descansar.
-Trabalho para você.
-Qual? Que não seja nenhum deputado velho chato essa semana, querendo falar para uma menina que é namorada – perguntei me lembrando do velho de 50 anos da semana passada.
-Não – riu ela – Você vai fazer um trabalho em outro estado.
-Mentira, né? – Tudo menos ir para outro estado e fiquei cruzando os dedos até ela falar.
-É um trabalho para um empresário de Natal e pode ter certeza que você ganhará muito bem. Ele está precisando de uma esposa e de uma filha.
-Não me diga que sou a esposa.
-Não. Mamãe falou para ele que você seria mais útil sendo a filha e a Priscilla ( uma das prostitutas mais bem pagas do bordel) vai a esposa.
-Quando nós vamos para Natal?
-Bom, eu preciso de você aqui a 1 hora. Traz roupa que talvez você possa ficar lá alguns dias.
-E você me avisa agora? – falei revoltada.
-Só deu agora.

Desliguei e fui me arrumar às pressas. Se tem algo nesse era que meus finais de semana tinham que ficar disponíveis para qualquer hora. Tomei um banho, me arrumei e fui para o bordel. Ao chegar entrei pelos fundos, como sempre faço, para evitar que alguém me reconheça.

-Oi Anny – disse Pedro o segurança e motorista do bordel.
-Oi Pedro! Pelo jeito está lotado hoje – falei olhando pro relógio e vendo que não se passavam das 7 da noite e já encontrava o local cheio de carros.
-Está tendo uma despedida de solteiro. Acredito que isso aqui mais tarde vai está o inferno.

 Entrei e fui direto para o camarim onde as meninas se arrumavam.

-Boa noite! – falei.
-Ainda bem que você chegou – disse Gorete as pressas – Vai se arrumar que o Pedro vai levar vocês para o aeroporto.
-Eu volto quando?
-Domingo já estará aqui. A Priscila ficará mais tempo, mas você no Domingo já disse que quero aqui.
-Ótimo! – falei indo até o local onde guardava os meus brinquedos de luxo que trabalho.

Gorete havia me dado várias perucas e lentes de contato de diversas cores para evitar que me reconhecesse quando estivesse trabalhando.

-Loira, Morena ou Ruiva? – perguntou a Dulce pegando as perucas.
-Já me vejo loira todos os dias. Eu quero ser morena de olhos verdes.
-Cabelos longos ou curtos?
-Médios. Eu vou usar essa – pegando uma peruca lisa com as pontas cacheadas.

Coloquei tudo e me olhei no espelho. Eu estava uma morena linda e bastante diferente da loira que sou.

-Você será Vanessa, filha de Amanda. Passou aos na Inglaterra e veio recentemente visitar seus pais. – falou Gore me entregando uma pasta cheia de informações.
-Vai ter alguma festa hoje? – perguntei.
-Sim e minha mãe alugou um vestido preto para você divino – disse Dulce.
-Quero ver – sorri, curiosa.
-Depois.
-E o trabalho é para que?
-O empresário Roberto precisa de uma família sólida e bela para apresentar ao seu chefe.
-O trabalho sujo, eu faço querida – disse Priscila.
-Oi Pri!
-Oi querida! – senti ela forçando um sorriso.

Ela morria e morre de inveja de mim, porque Gorete me arrumava trabalhos maravilhosos e nem precisava me prostituir. Dane-se ela e o veneno dela. Não vou dá bola para aqueles que me odeiam.

O Pedro nos deixou no aeroporto e logo embarcamos. Uma depois já estávamos em Natal. Eu e ela ao chegarmos fomos ao banheiro e nos trocamos. O vestido preto que Gorete havia arrumado era inexplicavelmente lindo. Quando sairmos encontramos um carro preto a nossa espera. Nós entramos e vimos um homem bem vestido, com a aparência de ter uns 40 anos de idade, nos olhando.

-Boa noite! – disse ele
-Boa noite! – falamos
-Meu nome é Roberto Fernandes. Acredito que Gorete passou informações ao meu respeito para vocês.
-Somos um casal e ela é sua enteada – falou Priscilla encarando ele séria.
-Justamente! Somos uma família muito feliz!O que vocês não souberem não falem. Iremos a uma festa na casa do meu chefe onde terá as principais famílias da alta sociedade de Natal. Contratei vocês porque Gorete me disse que são as melhores e lindas. – sorriu.
-Mas alguma informação? – perguntei.
-Não. Você será Vanessa e você – olhando para Pri – será a Mariana minha esposa.

Depois de uma série de informações, nós fomos a festa. Quando chegamos vimos a casa e fiquei encantada com o seu tamanho. A quantidade de carros só mostrava a quantidade de pessoas que tinha. Definitivamente aquele seria um trabalho importante. Toquei no meu cabelo e percebi que estava firme. Descemos do carro e vi o Roberto dando o braço para a Priscila segurar.

Entramos na casa e fiquei admirada com o luxo e a elegância que aquele local tinha. Minha mãe iria amar a decoração. Os moveis tinham cor de marfim combinando com a parede branco gelo. Segui Roberto que apresentava nós para várias pessoas.

-Linda sua filha e esposa, Roberto – falou a mulher do chefe dele.
-Obrigada! A Senhora que é bonita e está divina com esse vestido – assumo que sei fazer as pessoas me adorarem. Só precisa falar alguns elogios e aumentar a auto estima da pessoa.

Foi isso que aconteceu! A senhora que se chamava Gabriela começou a conversar comigo e fiz vários elogios ao meu suposto pai para ela. Definitivamente, aquele homem sairia daquela festa com a visão do cuidadoso, irmão e amigo.

-Sua filha e encantadora! – falou ela para o Roberto.
-Cuido muito dela! Tenho medo que algo a aconteça – falou Roberto sorridente – Eu e meu amor fazemos de tudo para dá a melhor educação para ela.
-Eu tive sorte de ter uma filha e um marido tão maravilhoso.
-Teve mesmo, Mariana! Mas eu também tive sorte com o meu marido e meu filho. Você tem que idade querida? – perguntou ela me olhando.
-19 anos.
-Meu filho tem 20 anos. Trabalha na empresa do pai. Um moço muito lindo e simpático que tenho a certeza que você adoraria conhecer – Ótimo! Irei conhecer a família toda. EU QUERO A MINHA CASA! ESSE TRABALHO ESTÁ CHATO. As vezes me bate arrependimento de mentir, mas nessa vida quando se entra s vicia. Você só tende a virar prostituta, o que tenho mais medo.

 -Boa noite! – falou um homem de cabelos grisalhos, alto, moreno, dotado de uma voz forte.
-Boa noite, Henrique! Essa é minha família – olhando para mim e para Priscila – Mariana minha esposa e a minha quase filha, Vanessa. Meus amores, esse é Henrique.
-O meu marido fala muito do senhor.
-Espero que sejam coisas boas! – sorriu Henrique – É muito difícil nos dias de hoje, as pessoas se gostarem no trabalho. Um mundo cheio de rivalidade e ambição.
-Mas o meu pai fala coisas maravilhosas do senhor e acredito que ele não mediu elogios. O senhor aparenta ser um homem forte e por sinal muito elegante. Me sinto honrada em conhece-lo essa noite. Meu pai exemplifica o senhor pelo seu ótimo caráter.
-Vejo que a sua filha puxou a você, Roberto! – falou Henrique.
-Apesar de não ser a minha filha de sangue, segue os meus passos. Acredito que ela e sua mãe foram anjos que apareceram em minha vida.
-Não fale assim, meu amor – colocando as mãos sobre o rosto do Roberto – que fico emocionada.

Premio do Oscar de melhor atriz coadjuvante para a Priscila e viva a minha atuação. O Roberto e Henrique foram para uma sala conversar coisas de homens e fumar um charuto, já Priscila foi com Gabriela, a esposa de Henrique falar sobre moda. Eu...aproveitei para respirar um pouco e conhecer a casa.

Fiquei andando pelo jardim vendo as estrelas e imaginando o que a Mai e a Dul estavam fazendo. O que eu mais desejava era ter um final de semana nós três juntas na praia, nos divertindo. Isso era tão difícil! Só nos encontrarmos na faculdade e sairmos depois da aula.
Olhei para o relógio e vi que já passavam das 2 da manhã, mas sabia que a morena estava acordada.

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