Fanfic: O que acontece entre nós , fica entre nós (6)

Felipe narrando. 

Médico : Ham... a Milena está em um caso delicado, pelo visto, já não é a primeira "visita" dela por aqui nesse mês. Ela está com uma pequena depressão possivelmente, e vocês precisam ajudar ela a sair disso. Eu poderia dar remédios pra ela, mas como ela está grávida, é arriscado demais, os remédios são fortes. Também não seria agradável pra ela se tentassemos manter ela aqui com os cuidados necessários, pois a situação da depressão poderia agravar-se. Então, a única opção viável é que vocês tratem ela feito um bebê. Você é o pai ? - ele olhou pro Zacky. 

Naquele momento eu senti um peso sobre mim, eu contribui pra essa depressão, eu sei. Mas e agora ? o que eu faço ? 

Zacky : não, não ... 

Eu e Zacky ficamos nos encarando, provavelmente pensando a mesma coisa. Eu não gosto de pensar que a única coisa que pode trazer de volta a felicidade dela é o Nathan, mas, a verdade é essa, eu conheço a Milena. 

Felipe : vocês ficam ai com ela, né ? - disse pra os guris e a Carol, a Jéssica teve que ir em casa resolver uns problemas. 

Carol : aham ... onde você vai ? 

Felipe : resolver umas coisas. 

Carol : ok. 

Voltei na sala, dei um beijo no rosto da Milena e sai, enquanto ela me fazia algumas perguntas sem importância. Fui direto no apartamento do Harry, bati umas 5 vezes, até o Nathan aparecer na porta. Eu já ia partir pra cima dele, mas lembrei da Milena, era por ela que eu estava lá, e precisava manter os dentes dele pra poder conversar. 

Felipe : precisamos conversar. 

Nathan : me bate logo. 

Felipe : não vim pra bater em você, pelo menos, agora não. 

Nathan : o que você quer ? 

Felipe : que você volte com a Milena. 

Nathan : Han ? O que ? - ele arqueou as sobrancelhas - entra. 

Entrei e sentei no sofá da pequena sala, era dificil pra mim estar ali, não gosto dele namorando a Milena, mas se é o único jeito dela ser feliz ... 

Felipe : isso mesmo que você escutou. 

Nathan : desculpa, não posso. 

Felipe : você ama ela ? já amou ? 

Nathan : amo ... quer dizer, não, não. 

Felipe : bom, essa não é a questão, a questão é que, ela é minha irmã, e você tá matando tanto ela quanto ao seu filho - fui curto e grosso. 

Nathan : como assim ? 

Felipe : a Milena foi parar no hospital por causa sua, ela tá lá, e ... - me senti vermelho de raiva, mas tinha vontade de chorar - ela tá lá, e eu sei que você ama ela. Ela tá triste, isso tá fazendo mal pro bebê, e pra ela também, e sabe de quem é a culpa ? SUA, a culpa é toda sua. Agora, ela não pode tomar remédios, porque o bebê corre risco, se esse bebê morrer, você sabe que ela não vai suportar, e vai acabar morrendo também. E agora ? ela não vai melhorar sem você, nós sabemos disso, mas você só pensa em você, você não vale nada, e vai matar a pessoa que mais te ama nesse mundo. Eu odeio estar aqui pedindo pra você voltar pra ela, mas por favor, faça isso, não precisa ser por ela, faz pelo seu filho. 

Eu não notei, mas agora, chorávamos juntos. E a cada segundo, eu tinha vontade de bater no Nathan, até ele morrer se possivel. Abri a porta e sai andando, sabendo que ele não faria nada, que ele não voltaria. E agora ? O que eu faria ? Peguei as chaves do carro, liguei, e voltava pra o hospital. Liguei o rádio, procurando uma estação que prestasse. Os minutos foram o bastante, pra quando eu percebesse, estar indo em direção a um caminhão, a única coisa que consegui fazer foi colocar os braços em frente ao rosto. 

Carol narrando. 

Fazia um tempo que o Felipe já estava fora. Até pensei em ligar pra ele, mas conhecendo, ele não me atenderia. Eu não estava preocupada, apenas, não acho que ele tenha saido com uma boa cara daqui. Depois do Zacky ter me contado o que o médico falou, senti que deveria ajudar a Milena como nunca nesse momento. Liguei pro Nathan, talvez ele fosse o único que realmente pudesse ajudar. 

Nathan : alô. 

Carol : ooi. 

Nathan : ah, oi. 

Carol : tudo bem ? 

Nathan : sim, e você ? 

Carol : é, a gente vai levando ... então, eu queria falar com você. 

Nathan : eu já sei o que é, não faz cinco minutos que o Felipe saiu daqui. 

Carol : e então ... ? 

Nathan : desculpa ... não posso ajudar. 

Carol : você pode, mas não quer. 

Nathan : você é legal Carol, não vou descutir com você. 

Ele desligou. Droga. Não deu nem um segundo, meu celular começou a tocar novamente, a mãe da Milena ? Me ligando ? 

Laura : Carol ? Cadê a Milena ? - ela dizia desesperada. 

Carol : tá aqui no hospital e ... 

Laura : como assim no hospital ? não interessa, Carol, preciso que você vá pro hospital urgente pra me dar noticias, o Felipe sofreu um acidente - ela chorava. 

Carol : O QUE ? como assim ? eu já to aqui no hospital, eu vou procurar alguma coisa aqui.

Laura : to indo pra ai o mais rápido possivel. 

Desliguei e sai correndo pra frente do hospital. Eu não sabia onde ele poderia ter se acidentado, mas bem, se a mãe dele já sabe, a âmbulancia já deve ter chegado, ou algo do tipo. Fiquei na frente impaciente, quando uma ambulancia chegou, rapidamente pegaram a maca e entraram correndo, era o Felipe. Desabei em lágrimas e sai correndo atrás da maca, não conseguia ver muita coisa. Minhas mãos tremiam, o que eu devia fazer ? Como salvá-lo ? Liguei pra Jéssica pedindo pra que ela viesse correndo. Liguei pra o Nathan, ele não seria tão covarde de não vir apoiar, a Milena precisava dele, não poderíamos avisá-la antes de o Felipe ficar bem, e o Nathan tinha que estar com ela. Liguei pra o Zacky e o Atze, pedindo pra eles irem até a ala que eu estava. Não consegui saber muita coisa sobre o Felipe naquele momento, me impediram, só consegui constatar que ele estava ensopado de sangue. 

Zacky : o que aconteceu ? - ele me balançava, porque eu não respondia, estava horrorizada. 

Carol : o Felipe ... o Felipe ... 

Zacky : o Felipe o que ? 

Carol : sofreu um acidente - vi a boca dele escancarar-se. 

Atze : O QUE ? 

Carol : sofreu um acidente. 

A Jéssica chegava no final do corredor, assim que nos viu chorando, correu até mim. 

Jéssica : o que foi ? 

Atze : O Felipe, sofreu um acidente. 

Jéssica : tá brincando ? 

Carol : por que eu brincaria ? - solucei. 

Jéssica : A Milena não sabe né ? 

Carol : não, nem vamos contar... a mãe deles tá vindo pra cá. 

Jéssica : não acredito - ela se escorou na parede, e escorregou de costas no mesmo, até se sentar no chão. 

Milena narrando. 

Eu estava com uma sensação ruim, não sei porque, mas estava. Nenhum dos meus amigos estava ali comigo, eu me sentia tão ... solitária. O médico abriu a porta, veio até a poltrona e sentou-se. 

Médico : como se sente ? 

Milena : com uma sensação ruim. 

Médico : fora isso ? 

Milena : ah, acho que nada. 

Médico : então, me conta ai, como vai ser o nome ? - ele sorriu. 

Milena : a principio, Gabriel. 

Médico : sério ? Gabriel é o nome do meu sobrinho, quer dizer, o segundo nome. 

Milena : haha, que legal .. hm, desculpa perguntar, mas qual é seu nome ? 

Médico : ah, desculpa a falta de educação, Jefferson - disse sorrindo. 

Milena : legal ... 

Jefferson não era feio, quer dizer, de feio ele não tinha nada. Aparentava uns 20 e poucos anos, mas devia ter por volta de 30, ou um pouco menos. Olhos azuis cristalinos e traços finos, tinha um sorriso bonito, a voz suave. Era realmente bonito, mas tinha um defeito de 99,9% dos homens, não era o Nathan. 

Jefferson : e então, cadê o pai ? 

Milena : ah ... ele, ham ...

Nathan : Milena ... - não acreditei no que estava vendo. Era o Nathan ? Como ele tinha coragem ? Senti uma pontada forte no peito, não tinha coragem de mandá-lo ir embora, mas também, não sabia se queria que ele ficasse. Quer dizer, queria, mas ...