Fanfic: O que acontece entre nós , fica entre nós (6)

Nathan narrando. 

Saí do apartamento, meu filho tava na cabeça, mas eu não consigo mais suportar a dor no meu coração. Fui caminhando até a cobertura do prédio. Sentia o vento, mais um passo e a dor acabaria, era só me jogar. Com lágrimas nos olhos e a Milena na cabeça, cheguei mais na ponta, e quando fui dar o passo pra saltar daquele enorme prédio, o meu celular tocou. 

Milena : Nathan ? Nathan, a Sabrina morreu - ela parecia chorar-.

Nathan : o que ? 

Milena : a Sabrina, parece que teve uma overdose, sei lá, cadê você ? 

Nathan : é sério ? 

Milena : é, onde tá você ? 

Nathan : indo pra sua casa. 

Posso parecer sádico, mas eu sorria, eu me sentia livre, me sentia feliz, não sei como pude me sentir assim, mas eu não mando nos meus sentimentos. Corri o mais rápido que pude até o carro, e em seguida até a casa da Mi, meu Deus. 

Milena narrando. 

Alguém batia na porta desesperado, devia ser o Nathan. Limpei um pouco o rosto, além de estar com cara de choro, estava com cara de sono. Assim que abri a porta recebi um abraço tão significativo, tão cheio de sentimentos. Apertei ele bem apertado, o meu Nathan acabou de perder um filho, aliás, a mulher também. Na verdade, a mulher dele sou eu, mas, digamos que, a Sabrina foi também, sei lá. Não deu pra evitar o choro, e dessa vez ele estava ali pra me fazer carinho, pra me consolar, pra me confortar. A Carol e a Jéssica passavam com cara de defunto pra dentro de casa. Tudo bem que ultimamente a Sabrina era mais um inferno, mas não dá pra esquecer das amigas que éramos, a gente passou tanta coisa boa junta, demos tantas risadas, eu acreditei que a nossa amizade seria pra sempre, é triste perder um amigo, mas na verdade, eu já tinha perdido ela faz tempo, ela tinha se perdido. 

Milena : eu to com medo Nathan, eu to com medo - eu dizia entre soluços-.

Nathan : calma, vai ficar tudo bem, eu to aqui com você - ele me deu um beijo na testa -.

Milena : fica comigo. 

Nathan : pra sempre florzinha. 

O Ítalo ficou com o Eduardo, meu filho lindo, e nós fomos pra o enterro da Sabri. Sabe, é tão triste ter que ir lá, eu não consigo acreditar nisso, eu me sinto triste, mas tenho uma pontinha de felicidade, porque o Nathan tá comigo. Fomos caminhando junto a família dela, senti tanta pena da Sabri, como eu disse, a mãe dela não ligava muito pra ela, e sinto que agora ela se arrependeu e não pode fazer nada. Sabe, acho que tudo começou com aquela simples noite com a Sabrina, e eu posso parecer má falando isso, mas eu não mudaria nada, porque se tudo isso não tivesse acontecido, talvez eu nunca tivesse conhecido o Nathan, nunca tivesse conhecido as pessoas maravilhosas que eu tenho hoje. Mas de todo o meu coração, vai doer saber que ela se foi assim ... ela era tão linda, tão cheia de vida, e daqui a uns anos quem sabe quem ela se tornaria ? Eu imagino ela com uns 25 anos, tomando sorvete com alguém que ela amasse, se formando em alguma faculdade, mas infelizmente isso não vai acontecer. 

Todos chorávamos, até mesmo os meninos que não foram tão próximos dela, até o Nathan chorou um pouco. Foi triste ver aquele caixão, ver a família dela, todos estavamos sofrendo, tenho certeza disso. Um garoto de terno andava pelo cemitério, as vezes olhava em nossa direção, não me contive, senti que tinha que falar com ele. 

Milena : você era amigo dela ? 

xX : mais, eu a amava - o menino não chorava, mas fungava bastante -.

Milena : entendo, deve estar sendo dificil. 

xX : e está, não é fácil, nada fácil.

Milena : pode ter certeza que ela devia te amar também. 

xX : a Sabrina só amou uma pessoa, e era você, ela era tão obsecada por você, tinha tanta vontade de as vezes acho que até estar no seu lugar... 

Milena : desculpa ...

xX : você não tem culpa, eu sinto mais dor pelo meu filho. 

Milena : seu filho ? 

xX : sim, ela estava grávida. 

Milena : mas o filho era do Nathan. 

xX : não, aquele filho era meu, ela nunca teve nada com o seu namorado, só fazia fachada, pra sei lá, fazer você notar ela de alguma forma. 

Milena : ah, me desculpa, sinto muito, de verdade. 

xX : tá tudo bem, por mais que a gente lamente, ela não vai voltar. 

Fui caminhando lentamente até o Nathan, eu estava confusa, afinal, o Nathan estava com ela ou não ? Ah meu Deus, isso é cansativo. 

Nathan : como você tá ? - ele colocou a mão na minha cintura e me deu um beijo na bochecha-.

Milena : nada bem. 

Nathan : vai passar. 

Por último, coloquei uma rosa sobre o caixão, a rosa mais vermelha que eu encontrei porque eu sei o quanto ela gostava de rosas assim. E então,  foi tão triste, a mãe dela não parava de chorar, assim como eu. No final, a mãe e o pai dela vieram falar comigo. 

(mãe) : Milena. 

Milena : sinto muito, Cláudio e Beth. 

Cláudio : esse momento é díficil pra gente, queremos que você fique com isso - ele me entregou uma pulseira, ah, a Sabrina não tirava aquela pulseira, lembro que a gente comprou junta quando tínhamos 14 anos, eu comprei uma e ela outra, e então, ela não tirava a dela, e eu perdi a minha. -. 

Milena : mas ... 

Beth : por favor - ela limpava as lágrimas em vão -.

Milena : ok - balancei a cabeça positivamente e eles saíram -. 

Coloquei a pulseira no meu pulso, ah Sabrina, você me rende tantas lembranças, como você pode fazer uma coisa dessas ? se envolver com essas coisas ? 

Saindo do enterro fomos até o hospital ver o Felipe, minha mãe não estava lá, devia ter ido descansar um pocuo já que sabia que eu ia pra lá. Pedi ao Nathan um tempo sozinha com o Fê, e ele me concedeu. Segurei a mão dele, fechei os olhos e disse. 

Milena : Felipe, eu te amo, por favor, acorda, me ajuda Deus, por favor - uma lágrima caiu sobre a testa dele enquanto eu beijava a mesma, senti ele apertar minha mão - Felipe, você tá acordado? Felipe ? você me escuta ? 

Felipe : qual das perguntas eu respondo primeiro ? - disse ele abrindo os olhos com um sorriso fraco e lindo ao mesmo tempo, e com a voz meio cansada, ah que saudade dessa voz *-* -.

Milena : Fêeeeeee - o abracei -. 

Felipe : assim você vai me matar, vai com calma Mi. 

Milena : aai Fê, eu não acredito, é tão bom ouvir a tua voz. 

Felipe : a quanto tempo eu to aqui ? 

Milena : 5 meses, 2 semanas, 4 dias e 16 horas. 

Felipe : aff, quase não dormi - nós rimos -.

Milena : awn, você é tão lindo .

Felipe : eu sei. 

Milena : não te acha também. 

Felipe : ué, não tá mais gorda ? 

Milena : o que você disse ? - o fuzilei com o olhar -.

Felipe : grávida, grávida ... meu sobrinho já nasceu ? 

Milena : óbvio, e é lindo. 

Felipe : puxou o tio, vambora que eu quero ver esse moleque - ele ia se levantando-.

Milena : pera, deixa eu chamar o médico. 

Felipe : Milena, eu to aqui há cinco meses e tu diz pra eu esperar ? 

Milena : espera. 

Sai correndo corredor a fora e gritando o Jefferson, até que ele apareceu e eu o empurrei pra o quarto rapidamente. O Nathan entrou no quarto junto e ficou feliz ao ver o Fê acordado. Liguei pro Zacky e quem atendeu foi o Atze, dando o apelido de bela adormecida pra o Felipe. Depois liguei pra Carol e pra Jéssica, elas estavam indo pra casa pra esperar o Fê. Depois dele se vestir, fomos pra o carro e eu liguei pra mãe, que também ia pra casa. Passamos na casa do Ítalo, pegamos o Edu (awn, apelidinho carinhoso) e o Felipe ficou brincando com ele o tempo todo na volta pra casa. Chegando lá, a mamãe chorava e quando viu o Fê foi correndo abraçar ele, a Carol e a Jéssica fizeram o mesmo, o Zacky cumprimentou ele e o Atze ficou agarrado no pescoço dele HAHAHAHAHA. O Felipe nem lutou muito com o Atze, sabia que não ia adiantar, e a gente ficou conversando e olhando pra o Edu o tempo todo.